terça-feira, 30 de agosto de 2011

A vida no Seminário


Olá, internautas.
Venho aqui relatar um pouco da minha experiência de vida no seminário Interdiocesano São João Maria Vianey, essa graça que é colocada em nossa vida para nos preparar rumo ao sacerdócio em Cristo. A promessa de Deus é clara: “Dar-vos-ei Pastores segundo o meu coração” (Jr 3,15). Basta cada um ouvir esse chamado e seguir entregando sua vocação aos cuidados do Pai.
Aqui no seminário, acordamos bem cedinho todos os dias e dirigimo-nos à capela para a Oração das Laudes. Ao meditarmos os salmos, pela manhã, procuramos encontrar, nessas orações bíblicas, a força para termos um dia santo. A cada oração percebemos que somos uma comunidade de fé que é feliz em seguir Jesus, por isso quer ficar bem perto dele.
O ápice de nosso encontro com Jesus Cristo é a celebração da Eucaristia, que ocorre de manhã ou à tarde, lugar da nossa ceia, “verdadeiro alimento”, nosso “pão do céu” que dá vida e fortifica nossa vocação. Cada semana a Eucaristia é celebrada por um presbítero diferente da equipe de formação. Enriquecedora também é a presença de Dom Washington Cruz, que celebra conosco uma vez por semana. Sentimos a unidade neste gesto e somos convidados a semeá-la entre nós.
Todas as segundas e sextas-feiras, fazemos a limpeza do seminário. É importante cuidarmos bem do lugar onde moramos, a fim de que ele seja acolhedor, propicie uma boa formação e faça transparecer o cuidado e o carinho que temos com o Seminário e com as coisas de Deus, como diz o Salmista: “o zelo pela tua casa mim devora” (Sl 68,10). Trabalhamos em equipe. Há um clima de colaboração e ajuda mútua no qual, mais uma vez, percebemos que somos uma família.
Os esportes são praticados também nas segundas e nas sextas-feiras, logo após a limpeza da casa. Ao praticarmos esportes, enriquecemos nosso ser com a participação do outro, exercitamos o trabalho em equipe, além de cuidarmos da saúde física e mental. Alguns jogam futebol, outros, vôlei. Há os que praticam caminhadas. Vale ressaltar que quinzenalmente nas sextas-feiras temos o momento de recreação comunitária. É rico este momento de partilha, pois como convivemos com pessoas de lugares e de classes sociais diferentes, a diversidade de contribuições é bem perceptível e formativa.
Cinco aspectos formam o sustentáculo da vida no seminário Interdiocesano São João Maria Vianey: Espiritualidade, Vida Comunitária, Formação Acadêmica, Dimensão Humana Afetiva e Pastoral. É sobre a Formação acadêmica que, neste momento, vamos nos deter. Temos então aulas no Instituto de Filosofia e Teologia Santa Cruz, de segunda à sexta, das 7h30 às 12h20. O Quadro de professores é formado por padres pertencentes ao clero diocesano e ao clero religioso, por leigos e por religiosas, todos com a titulação adequada para a função que exercem. Contamos com moderna sala de estudos, com um laboratório de informática e uma biblioteca. Para se tornar padre, o postulante deve se graduar em Filosofia e em Teologia, esses cursos são  básicos para que o sacerdote tenha uma formação que seja digna do ministério que vai abraçar.
Esse caminho é a maneira que eu encontrei para melhor amar a Deus e as pessoas, servindo a todos, sem distinção, e assim chegar a santidade e ser feliz. O medo é um grande obstáculo à vivência de uma vocação madura. Muitas pessoas deixam de servir a Deus e aos irmãos renunciando a própria felicidade, porque têm medo de fracassar e de não ser compreendidas. É preciso crescer na certeza de que a obra é de Deus e, se Ele nos convida para o seu serviço, também nos dá as graças necessárias para bem realizá-las. Você já encontrou a sua Vocação?


Domingos de Souza Rodrigues – Dominus.
1 º anos de Filosofia.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Lectio Divina, Domingo, 28 de agosto de 2011 - 22º Domingo do Tempo Comum – Ciclo A


 
 
A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho. (Salmo 119.105)

TEXTO BÍBLICO: Mateus 16.21-27

Jesus fala da sua morte e da sua ressurreição
21Daí em diante, Jesus começou a dizer claramente aos discípulos:
— Eu preciso ir para Jerusalém, e ali os líderes judeus, os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei farão com que eu sofra muito. Eu serei morto e, no terceiro dia, serei ressuscitado.
22Então Pedro o levou para um lado e começou a repreendê-lo, dizendo:
— Que Deus não permita! Isso nunca vai acontecer com o senhor!
23Jesus virou-se e disse a Pedro:
— Saia da minha frente, Satanás! Você é como uma pedra no meu caminho para fazer com que eu tropece, pois está pensando como um ser humano pensa e não como Deus pensa.
24E Jesus disse aos discípulos:
— Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe.  25Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. 26O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida.  27Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez.  28Eu afirmo a vocês que isto é verdade: estão aqui algumas pessoas que não morrerão antes de verem o Filho do Homem vir como Rei.
NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE (NTLH)

1. LEITURA

Que diz o texto?
Pistas para leitura
Olá, Lectionautas!
Nesta semana, continuamos a meditar o evangelho segundo São Mateus, o qual, nesta ocasião, narra-nos o momento em que Jesus anuncia sua morte a seus discípulos. Adentremo-nos nesta bela paisagem e observemos o que Jesus pede aos que desejam segui-lo.
Jesus fala de sua morte
Antes de anunciar sua morte, Jesus esteve longo tempo com seus discípulos, ensinando-lhes os mistérios do Reino e preparando-os para a missão que agora deverão assumir.
Após ter instruído os discípulos a respeito da missão deles, e depois que eles o reconheceram como Filho de Deus, Jesus anuncia-lhes a própria morte.
É importante observarmos como Jesus faz questão de mencionar o lugar e, além disso, quais serão os que lhe tirarão a vida; por isso diz: “Eu preciso ir para Jerusalém, e ali os líderes judeus, os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei farão com que eu sofra muito.”
Jesus menciona quais serão seus verdugos. Os que vão matá-lo veem em Jesus uma ameaça porque a pregação de Jesus, baseada no amor ao próximo, conseguiu muitos seguidores, e isto não agradava àqueles que se consideravam donos da verdade. Por isso, decidem matar Jesus. Podemos, então, dizer que, com isto, Jesus quer dar a entender qual é o motivo pelo qual vão matá-lo. O endurecimento de coração, a inveja e as ganas de poder, entre outras coisas, serão as motivações principais dos poderosos para matar Jesus.
Jesus, porém, não somente anuncia sua morte, mas sua ressurreição também, a qual será a culminância de sua missão aqui na terra. Com a ressurreição, Jesus confirmará aos que ainda não creem que Ele é o Filho de Deus. A ressurreição de Jesus será o momento chave para que os discípulos reafirmem sua fé em Jesus Cristo; por isso, não anuncia somente sua morte, mas também sua ressurreição.
Mais adiante, no texto, a humanidade de Pedro e sua falta de compreensão do que significava a morte e a ressurreição de Jesus levam-no a repreender Jesus, dizendo-lhe: Que Deus não permita! Isso nunca vai acontecer com o senhor!
Jesus, porém, responde-lhe: – Saia da minha frente, Satanás! Você é como uma pedra no meu caminho para fazer com que eu tropece, pois está pensando como um ser humano pensa e não como Deus pensa.
Pobre Pedro, que não compreendeu a missão de seu mestre, e por isso Jesus lhe faz uma repreensão tão forte, comparando-o a Satanás. Com isto, Jesus incitava Pedro a confinar na vontade de Deus, mesmo que esta nos pareça incoerente aos olhos dos homens. Os discípulos devem aprender a confiar na vontade de Deus, por mais dura que esta nos pareça.
Depois de repreender a Pedro, Jesus dirige-se a todos os discípulos, dizendo-lhes: Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe.
Jesus oferece aos discípulos as instruções para viver um verdadeiro discipulado. Esquecer a própria vida, os prazeres do mundo, os desejos da carne e aceitar corajosamente a missão, a ponto de perder a própria vida pelo anúncio do evangelho. Os que desejam segui-lo deverão suportar as críticas, as zombarias e os desprezos dos que não creem em Jesus: esta será a chave para ser um verdadeiro discípulo de Cristo.
Jesus quer também ensinar aos discípulos os meios para obter a salvação; por isso, diz-lhes: Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida.
Jesus menciona as pessoas que preferem as coisas do mundo às coisas de Deus; tais pessoas sofrerão o castigo da condenação eterna; por isso, diz ele, perderão sua vida. Com isto, Jesus convida novamente os discípulos a esquecer-se de tudo o que o mundo lhes propõe, a fim de dedicarem-se unicamente às coisas de Deus.
No final do texto, Jesus anuncia sua segunda vinda, o que nós, católicos, conhecemos como a Parusia do Senhor. Por esta razão, diz ele: Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez.
Quando Jesus se refere aos que fizeram o bem, fala daqueles que não sucumbiram às coisas do mundo e se dedicaram a cumprir a vontade de Deus. E quando fala dos que fizeram o mal, refere-se àqueles que se deixaram seduzir pelos prazeres do mundo, esquecendo-se de cumprir a vontade de Deus.
Para levar em consideração: Esta é a ocasião em que, pela primeira vez, Jesus anuncia aos discípulos sua paixão e morte.
Outros textos bíblicos a serem comparados: Mc 8, 31  -  9, 1; Lc 9, 22-27; Mt 17, 22-23; 20, 17-19; 26, 1-5
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar A Bíblia de Estudos. Deus fala hoje, o verbete: Paixão de Jesus.
Perguntas para a leitura
  • Donde são e quem são os que haverão de matar Jesus?
  • O que acontecerá três dias depois da morte de Jesus?
  • Que disse Pedro a Jesus depois que ele anunciou a própria morte?
  • Com quem Jesus compara a Pedro, e por quê?
  • O que devem esquecer e a que devem estar dispostos os que desejam seguir Jesus?
  • Quais são os que salvarão sua vida?
  • O que fará com que alguns percam sua vida?
  • O que acontecerá com os que fizeram o bem, e o que será dos que fizeram o mal quando Jesus vier de novo para julgar os vivos e os mortos?

2 – MEDITAÇÃO

O que me diz? O que nos diz?
Perguntas para a meditação
Perante este texto tão importante, devo perguntar-me:
  • Quando acontecem coisas que não entendo, aceito a vontade de Deus, ou me atrevo a repreender a Deus porque as coisas não saíram como eu esperava?
  • Nas vicissitudes de cada dia, tento ver o plano de Deus em cada uma delas, ou busco fazer sempre minha vontade?
  • Sou  capaz de renunciar às coisas do mundo para dedicar-me exclusivamente às coisas de Deus?
  • Decidi pegar minha cruz e ser um seguidor de Cristo?
  • Estou mais preocupado em ganhar as coisas do mundo ou em aprender as coisas de Deus?
  • Quero salvar minha vida por conta própria, ou salvar minha vida com a causa de Cristo?
  • Se Jesus viesse hoje, com seus anjos, para julgar-nos, salvarei minha vida porque me dedico a fazer coisas boas, ou perderei minha vida por fazer coisas más?

3 – ORAÇÃO

O que lhe digo? O que lhe dizemos?
A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Senhor, tu te apresentas a nós por meio de tua palavra e nos falas com frases claras e amorosas.
Estavas disposto a dar tua vida por nós, a fim de poder salvar nossas almas.
Pedimos-te perdão pelas vezes em que não renunciamos aos prazeres do mundo e nos deixamos levar pela debilidade da carne.
Aprendemos, Senhor, que devemos fazer coisas boas; aprendemos que devemos tomar nossa cruz e seguir-te.
Desejamos deixar nossos medos de lado, desejamos renunciar às seduções do mundo para dedicar-nos a fazer tua vontade, para converter-nos em verdadeiros discípulos teus, Senhor.
Ajuda-nos a confiar na vontade de teu Pai, ajuda-nos a ser corajosos diante das adversidades.
Dá-nos a sabedoria, Jesus, para distinguir as coisas boas das más, para que com nosso testemunho, possamos atestar que somos verdadeiros discípulos teus.
Amém.

4 – CONTEMPLAÇÃO

Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
Ao chegar ao momento da contemplação, abrimos de par em par as portas de nosso coração para deixar que a mensagem fique gravada com tinta indelével em nosso interior. Por isso, repitamos as palavras de Jesus várias vezes, até que elas façam parte de nossas vidas:
“Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe”.
O fato de repetir estas palavras nos ajude para que elas se convertam em vida dentro de nosso coração, e assim possamos assumir com amor a cruz que o Senhor preparou para cada um de nós.

5 – AÇÃO

A que me comprometo? A que nos comprometemos?
Propostas pessoais
  • Se você ainda não faz parte de algum apostolado em sua comunidade ou paróquia, aproxime-se das pessoas encarregadas delas e una-se àquela de que mais goste. Se você já participa de alguma destas atividades, comprometa-se ainda mais com elas.
Propostas comunitárias
  • Fora de seu grupo de apostolado existem muitas pessoas que não fazem parte de nenhuma atividade apostólica; convida estas pessoas a decidir-se a dedicar algo de seu tempo às atividades que nos aproximam de Deus.
  Fonte: http://www.lectionautas.com.br/leitura-orante/

Encontro do CCV – Curso de Conscientização Vocacional





O mês de agosto é um mês dedicado especialmente às vocações:  Sacerdotal, matrimonial, religiosa e leiga. Celebramos também a vocação do(a) catequista o dia do catequista.  Somos, portanto, convocados a intensificar nossas orações para que Deus suscite mais vocações religiosas e sacerdotais nos seio das nossas famílias.
É pensando nessa animação vocacional da nossa Diocese que a Equipe de Animação Vocacional realiza a cada ano o CCV – Curso de Conscientização Vocacional – que este ano aconteceu nos dias 19 a 21 na Casa de Retiro São Bento.
Este ano contamos com a participação de 20 jovens, rapazes e moças, de algumas paróquias da Diocese de Barreiras (Sta. Rita de Cássia, Mansidão, Tabocas do Brejo Velho e das Paróquias de Barreiras Sta. Rafaela, São Sebastião, Santa Luzia, S. José e S. João Batista).
Foi um encontro rico que ajudou esses jovens a amadurecerem o chamado para uma vocação específica ou ainda foi um momento de despertar para esse chamado.
Esperamos que com a graça de Deus  desse encontro possamos colher alguns frutos. Esperança essa que sentimos com o entusiasmo daqueles que participaram do encontro pedindo para fazer uma experiência vocacional no próximo ano.
Valeu a pena. Por isso agradeço à equipe que se empenhou na preparação desse encontro.

Por Padre Verneson - Coordenador do SAV

E você, querido jovem, já pensou qual é a sua vocação?
Procure-nos e tire suas dúvidas.
Pe. Verneson – Coord. do SAV
Tel. (77)3612-1562/81045254
E-mail: 
vernesonfs@hotmail.com

domingo, 21 de agosto de 2011

Homenagem a Dom Ricardo


Há 37 anos chega a Salvador, capital baiana, um jovem monge padre por nome de Josef Weberberger, bonito, inteligente, sereno e humano.  Após alguns meses de estudo em Salvador, no intuito de aperfeiçoar a língua portuguesa, viaja de ônibus em meio a outras pessoas, simples e pobres.  Naquele momento percebe que não precisava mais de nenhum distintivo para dizer o que ele era. No percurso da viagem o ônibus atola várias vezes. E ele é o primeiro a ajudar a empurrá-lo.
Dom Ricardo entendeu a grande mensagem do Evangelho, o amor, o dom de si, a entrega total e radical à causa do evangelho e principalmente a opção pelo menos favorecidos, os sem voz e sem vez. Dom Ricardo, homem atento à voz do Senhor, entende a mensagem de Deus e troca a neve, pelo sol escaldante da Bahia, o mosteiro pela uma velha igreja cheia de morcegos, enfim a Europa pela fome, onde o grito é de muitos esfoliados e errantes, como disse Euclides da Cunha em seu livro Sertões e Veredas.
O jovem padre Josef ao chegar a Barreiras conhece Frei Luiz Flávio Cappio, hoje Dom Frei Luiz, bispo de Barra; que passa ser seu tradutor e leitor de suas homilias, juntos constrói um magnífico trabalho um “catecismo popular” para o povo de Deus, que mais tarde ganha uma grande repercussão não só no Brasil, mas também em outros países da América Latina.
Dom Ricardo se entregou sem reservas à vida simples daquele povo, encarnou o sertão em seu coração onde com o passar dos anos foi perceptível o seu rosto cheio de grutilhão, sua pele avermelhada, seus cabelos brancos, demonstração de uma vida doada e consagrada a uma causa, contudo, com uma alma forte, um coração eloqüente de paz e amor.
Hoje, centenas de milhares de pessoas choram pela sua morte, mas entres as lágrimas surgem outras lágrimas que não são de tristeza, mas de gratidão e saudade. Sentimentos que vão fazer com que ele continue vivo em nosso meio. Em nossos corações. Obrigado Dom Ricardo, obrigado!!!! Descanse em Paz.

Por Uilson Melo
Seminarista da Diocese de Barreiras

sábado, 20 de agosto de 2011

Papa defende celibato em discurso a seminaristas na Espanha Pontífice pediu a seminaristas que não se deixem 'intimidar'. À tarde, Bento XVI deve realizar vigília de oração.

O papa Bento XVI fez neste sábado (20) uma nova defesa do celibato dos padres e pediu aos seminaristas que não se deixem intimidar "por um ambiente onde se pretende excluir Deus e onde o poder, a posse e o prazer frequentemente são os principais critérios pelos quais se rege a existência".
O pontífice fez essas declarações na homilia que pronunciou durante a missa que celebra na catedral da Almudena de Madri, diante de aproximadamente 5 mil seminaristas, em seu terceiro dia de estadia na Espanha por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.
Bento XVI pediu aos seminaristas que enfrentem o desafio sacerdotal "sem complexos nem mediocridade" e lhes disse para não temer que outros os "menosprezem" por isso, como costuma ocorrer, segundo ele.
"A santidade da Igreja é antes de tudo a santidade da própria pessoa de Cristo, de seu evangelho e de seus sacramentos, a santidade daquela força do alto que a encoraja e impulsiona. Nós devemos ser santos para não criar uma contradição entre o que somos e a realidade que queremos significar", declarou o papa.
O bispo de Roma convidou os seminaristas a viverem a formação sacerdotal com "profunda alegria, em atitude de docilidade, de lucidez e de radical fidelidade ao Evangelho".
"Seu coração vai amadurecer no Seminário, estando totalmente à disposição do Mestre. Esta disponibilidade, que é o dom do Espírito Santo, é o que inspira a decisão de viver no celibato pelo Reino dos Céus, o desprendimento dos bens da Terra, a austeridade da vida e a obediência sincera e sem dissimulação", acrescentou.
Bento XVI manifestou que a entrega total a Cristo é o que inspira "a decisão de viver o celibato pelo reino dos céus, o desprendimento dos bens da terra, a austeridade de vida e a obediência sincera e sem dissimulação".
"Igreja que é comunidade e instituição, família e missão", ressaltou o pontífice.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/08/

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Missa em sufrágio da alma de Dom Ricardo Weberberger – Kremsmünster – Áustria




17 de agosto de 2011, na Igreja dedicada à Transfiguração, dentro dos festejos de Santo Agapito, patrono do Mosteiro de Kremsmünster, na Áustria, às 19h00, tocou o sino da grande Abadia para “a missa em sufrágio da alma de Dom Ricardo Weberberger”. 
Procissão solene percorreu os corredores do Mosteiro: os jovens coroinhas, os irmãos do Mosteiro, vários Padres de Kremsmünster, inclusive os conhecidos, Padre Geraldo, Padre David, o Pároco, Padre Arno, o Prior, Padre Daniel, três Abades: Ambros, do Mosteiro de Kremsmünster, o Abade Presidente da Conferência dos Mosteiros Beneditinos da Áustria, Christian e o Abade Oddo, emérito de Kremsmünster.
Presidiu a Eucaristia o Bispo da Diocese de Linz, Dom Ludwig, ao lado de Dom Josafá Menezes da Silva, Bispo da Diocese de Barreiras, de Dom Maximiliano, Bispo Emérito de Linz e de Dom Paulo Romeu Dantas, Bispo de Alagoinhas-Bahia.
Na assembléia, as Irmãs Beneditinas, Sabina, Helena, Lidia, entre as mais conhecidas; a família Weberberger, os irmãos, sobrinhos e os cunhados e cunhadas; os pais do Padre Cristiano Mayr, Maria e Frederico; as irmãs Franciscanas Marianas Missionárias, Josinete e Bernadete; amigos, conhecidos, colaboradores de Dom Ricardo da Áustria, da Itália e do Brasil. Amigos da Diocese de Barreiras. No semblante reflexivo dos participantes, a memória do grande pastor e a oração pela continuidade do trabalho na Diocese de Barreiras.
O Abade Ambrósio fez o acolhimento, agradecendo a presença de todos. Dom Ludwig fez uma pequena motivação e deu início à celebração. Dom Josafá Menezes da Silva, na homilia, disse que Dom Ricardo foi um pastor, segundo o coração de Deus. “O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas diz Jesus no evangelho. Foi assim que ele mesmo compreendeu o seu ministério desde dia de sua ordenação episcopal: Não esperem grandes obras de mim, sou um homem limitado. Mas fiquem sabendo que quero doar a minha vida a vocês, que quero – de todo o coração – mostrar-lhes o caminho para Jesus Cristo, que é o redentor do homem”.

“Eu não poderia ter um antecessor melhor do que o primeiro Bispo de Barreiras. Do ministério de Dom Ricardo, nasceu uma Diocese dinâmica do ponto de vista pastoral, organizada administrativamente, madura do ponto de vista litúrgico-sacramental e, historicamente, comprometida com as grandes causas do povo sofrido da região”. Acrescentou o Bispo de Barreiras.
Depois da Eucaristia, todos saíram em procissão para cemitério dos monges, ao lado da igreja da Abadia, para visitar o túmulo e rezar pela alma de Dom Ricardo. A sepultura de Dom Ricardo está no centro do cemitério, presidindo a comunidade dos irmãos monges falecidos.  Sobre o mármore do túmulo a síntese de sua vida: “Richard Weberberger” 1939-2010. 1979-2010 “Erster Bischof von Barreiras. Ba”. Redemptor Hominis”. Dom Ludwig presidiu a oração pelo descanso eterno do falecido.

Terminada a cerimônia no cemitério, todos foram para a confraternização no salão comunitário. No irmão Aloísio, nos outros irmãos, nos padres amigos e tantos sinais, a presença de Dom Ricardo. Significa que mesmo depois de seu desaparecimento físico, ele continua amando Barreiras e coordenando do céu a solidariedade em favor de sua Diocese e da Igreja da Bahia. 


Dom Ricardo- Um ano de falecimento. Homilia de Pe. Cristiano

Homilia de Pe. Cristiano na Missa no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Barreiras em 17.08.2011

Leitura: 2Tm 4,1-8; Evangelho: Mt 5,13-16
A leitura que escolhi para esta missa é da carta do apóstolo Paulo a Timóteo. Timóteo era discípulo de Paulo. Não chamamos Timóteo de apóstolo, mas de bispo, porque apóstolos são só os primeiros doze mais o apóstolo Paulo. Os seus sucessores, consagrados por eles, são os bispos, só os bispos católicos, porem, estão nesta verdadeira sucessão apostólica, não aqueles que se autodenominam hoje.

Nesta leitura encontra-se o lema do nosso novo bispo D. Josafá: “Proclame a palavra” (v. 2), escolheu-o já em 2005 quando se tornou bispo auxiliar de Salvador.  Poucos versículos depois lemos as palavras que D. Ricardo citou no seu testamento e nas últimas notícias: “Chegou o momento da minha partida. Combati o bom combate, terminei minha corrida, guardei a fé. Agora só me resta a coroa da justiça...(vv.5-7). Como estão próximas, estas palavras do 1º e do 2º bispo de Barreiras, como se ilustrassem a sucessão apostólica, passando o cargo de um para outro, no mesmo Espirito Santo. Lembro-me como D. Josafá nos agradou tanto quando disse na sua homilia de posse, que gostaria de continuar a obra de D. Ricardo.

D. Ricardo faz parte da nossa vida pessoal e familiar. Quantas pessoas ele batizou! E mais ainda: Crismou toda a Barreiras e toda e região, toda Diocese. Tantas celebrações e visitas! Ele fazia parte da nossa vida. Cada um de vocês também poderia contar muitas coisas a respeito dele.

Então, eu gostaria de contar como ele fazia parta da minha vida. Ele nasceu na minha terra, na Áustria e passou a primeira metade da sua vida lá. Nasceu em 05.09.1939em BadLeonfelden, foram tempos difíceis, porque neste mês começou logo a segunda guerra mundial. O pai dele não apoiou os nazistas, por isso foi transferido com sua família para outra pequena cidade. Em Gaspoltshofen o pai gerenciou uma usina de leite, e Ricardo, que se chamava ainda José, foi criado lá. Minha mãe era professora dele na 8ª série e se lembra de que José era muito inteligente. Fez 2º grau no Colégio dos Beneditinos no mosteiro de Kremsmünster, onde ingressou em 1958. Fez o noviciado e seu nome mudou para Ricardo. Como era muito inteligente, foi enviado para estudar em Roma e fez dois doutorados, em filosofia e teologia. Foi ordenado sacerdote em 1964. Foi um tempo de graças em Roma, porque aconteceu o Concílio Vaticano II que trouxe tanta mudança boa para a Igreja. Nos próximos quatro anos vamos comemorar os 50 anos deste Concílio que durou de 1962 a 1965.
Ricardo começou uma carreira de professor, mas Deus o escolheu como pastor. Como chegou ao Brasil? No ano 1777 o seu mosteiro fazia o jubileu de 1000 (mil!) anos. Então os monges beneditinos começavam a pensar: “Como comemorar, talvez construir um igreja jubilar? Mas já existem tantas igrejas na Áustria.” Motivados pelo Concílio resolveram construir uma igreja não de pedras, sim de pessoas, ou seja disponibilizar padres para regiões carentes. Aconteceu que o bispo de Barra, D. Tiago, estava visitando Europa para conseguir padres para sua imensa região. Barreiras e Bom Jesus da Lapa ainda faziam parte da Diocese de Barra, então era quase a metade da Bahia. O abade e os monges concordaram em enviaram os primeiros três padres Beneditinos para Barreiras. Isso foi em 1970. Depois deles, chegou Pe. Ricardo em 1974, logo depois também Pe.Geraldo. D. Tiago já queria desmembrar Barreiras, e Ricardo construiu a casa do futuro bispo sem saber que seria ele o escolhido. Em 1979 foi ordenado como 1º bispo de Barreiras, e tomou posse em agosto do mesmo ano. Quando se acha que o mês de agosto é o mês de desgosto e azar - e D. Ricardo morreu em agosto-, mas pensem bemquanta sorte foi para Barreiras esta posse em agosto, e quantos benefícios se seguiram.

D. Ricardo estruturou a Diocese. Havia poucos padres, apenas  três brasileiros já idosos: Monsenhor Armindo em Barreiras, Monsenhor Francisco em Cristópolis e Pe.Pedro e St.ª Rita de Cássia. A maioria dos padres eram estrangeiros, hoje só existe um, eu. D. Ricardo criou um clero brasileiro, o primeiro ordenado foi  Pe. Jacy, depois  Pe. Paulo Romeu, hoje bispo de Alagoinhas. D. Ricardo trouxe congregações femininas, começando com as Beneditinas da Áustria,- Ir. Sabina ainda está aqui -, logo depois vieram as irmãs da Providência, Irmãs Aline e Ir. Magaly. Incentivou a participação e a formação de leigos, recentemente de diáconos. Construiu muitas igrejas, centros comunitários, a Casa de Retiro S.Bento, o Abrigo dos Idosos, várias escolas e creches. Pastorais e movimentos foram crescendo.

A Pastoral Social, a Justiça e a Reforma Agrária eram assuntos importantes para ele. Nos anos oitenta criticou a grilagem violenta que se alastrou na região. Por isso foi perseguido e caluniado pelas mídias da época. Os políticos não deixaram ampliar a Catedral, mas isto causou um certo efeito colateral positivo. Com o dinheiro arrecadado na Áustria para ter uma igreja maior para o bispo, foi beneficiado o nosso Santuário que era planejado como igreja menor , foi então construído maior e com mais esplendor. S. Paulo já disse: “Penso que os sofrimentos do tempo presente não se comparam coma glória futura ... Quem nos separará do amor de Cristo? Não a injustiça deste mundo, nem a morte.”(cf. Rm 8,18.25.38).

A perseguição mostrou que as palavras de D. Ricardo nem sempre não agradaram todo mundo. Mas eram palavras necessárias como o sal de terra, doce não, mas cheio de sabor, de sabedoria. Suas palavras eram luz do mundo, iluminaram a nossa região.

Eu estou já há 10 anos a frente do santuário. No dia 22 de setembro o Santuário fará 20 anos. Quando me mudei de Barreirinhas para cá, D. Ricardo me convidou para almoçar com ele. Ele não gostava de comer sozinho com a empregada só olhando. Aceitei e tivemos muitas conversas agradáveis na mesa, falamos sobre filosofia e teologia, politica e cultura.

Como todos vocês eu sinto saudade dele e gratidão. No meu carro ainda tem o adesivo que Rembrandt fez um ano atrás. E muitos outros carros têm ainda os mesmos adesivos. Assim D. Ricardo continua presente, até visivelmente. Sinto muita saudade dele e gratidão, e tenho esperança. Espero de encontrá-lo de novo na mesa do banquete da vida eterna no reino de Deus. Será uma alegria muito grande.

Homilia pronunciada na Igreja da Transfiguração – Mosteiro de Kremsmünster – Áustria

17 de agosto de 2011
1º aniversário de falecimento de Dom Ricardo Weberberger





Estamos aqui reunidos para agradecer a Deus o dom da vida de Dom Ricardo Weberberger, austríaco, Monge Beneditino de Kremsmünster, primeiro Bispo da Diocese de Barreiras. A sua vida sacerdotal foi um presente para este mosteiro e os trinta e um anos de episcopado a maior dádiva de Deus para a Diocese de Barreiras e para a Igreja da Bahia e do Brasil. Terminada esta cerimônia litúrgica, nós vamos ao cemitério e sobre o seu túmulo a síntese de sua vida: “Ricardo Weberberger” 1939-2010. 1979-2010 “Erster Bischof von Barreiras. Ba”. Redemptor Hominis”.
Nesta Eucaristia, dizemos com Jesus ao Pai, “muito obrigado” e pedimos a recompensa que Deus reserva ao servo bom e fiel que ele foi.
Esta ação de graças é uma extensão da celebração que acontece na querida Diocese de Barreiras. O dia 17 de agosto de 2010 é inesquecível. Quando o toque fúnebre do sino da Ccatedral de São João Batista anunciou a morte de Dom Ricardo e a notícia correu pelos recantos da Diocese. Todos choraram como quem perde um pai, um amigo e um irmão. As suas palavras, os seus gestos e as suas obras continuam ainda hoje dando vida à Diocese de Barreiras.

Como discípulo de Jesus, Mt 5,1-12, foi o homem das bem-aventuranças: homem com o coração de pobre, manso, sedento de justiça, apaixonado e misericordioso, homem perseguido e entregue à morte pelo bem do povo de sua Diocese. Mais do que satisfações provisórias, soube buscar as bem-aventuranças: felicidade verdadeira, plena e grandiosa.
A recordação que os Padres, os Diáconos Permanentes, as Religiosas, os Seminaristas, as Lideranças das Comunidades e o povo em geral, conservam ainda hoje de Dom Ricardo, é de um pastor, segundo o coração de Deus. O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas diz Jesus no evangelho. Foi assim que ele mesmo compreendeu o seu ministério desde o dia de sua ordenação episcopal: Não esperem grandes obras de mim, sou um homem limitado. Mas fiquem sabendo que quero doar a minha vida a vocês, que quero – de todo o coração – mostrar-lhes o caminho para Jesus Cristo, que é o redentor do homem. Juntos vamos construir esta nova Diocese, uma parcela do ‘Reino’, uma parte da Igreja universal (Mensagem ao povo de Barreiras – Dia de sua Ordenação Episcopal).
Eu não poderia ter um antecessor melhor do que o primeiro Bispo de Barreiras. Do ministério de Dom Ricardo, nasceu uma Diocese dinâmica do ponto de vista pastoral, organizada administrativamente, madura do ponto de vista litúrgico-sacramental e, historicamente, comprometida com as grandes causas do povo sofrido da região.

Depois de quase cinco meses em Barreiras, tendo visitado todas as Paróquias, visto as obras sociais, as pastorais, os movimentos e os outros carismas, confirmo o que disse no dia de minha posse: nenhum bem falta à Igreja de Deus que está em Barreiras.
Foi também por essa certeza, um ano atrás, quando ia se dando conta da gravidade da doença, diante da possibilidade real de antecipar a conclusão de seu ministério escreveu: “A paz que sinto no coração é fruto das muitas orações por mim – mas como fazer, falar para que “todos” possam sentir” paz e a confiança e não fiquem preocupados demais – preocupação de tristeza...

Que palavra bonita “Tradidi quod potui” (na grade de ferro na entrada da capela de S. Miguel no Mosteiro”). Neste sentido – posso dizer que fiz o que me foi possível – mas significa também é bom que “outro” (Bispo) continue.

Como segundo Bispo Diocesano de Barreiras, devo partir da belíssima hereditariedade e das intuições do meu predecessor para afrontar os sinais dos novos tempos. Cito somente quatro. Ontem, a presidente da Republica do Brasil, Dilma, elevou o campus da UFBA de Barreiras a condição de Universidade Federal do Oeste, um campus autônomo. Segundo, é prevista para o dia 19 de agosto, uma manifestação política em favor da criação do Estado do Rio São Francisco com o lançamento de um livro que retoma a difícil história da região. Terceiro. Os Bispos do Regional Nordeste 3 estão discutindo a criação de novas Províncias Eclesiásticas e Barreiras é candidata a ser uma nova sede. Quarto, além da grande agricultura (soja, algodão, milho, frutas, etc.), da agricultura familiar, dos recursos hídricos, em Barreiras foi descoberta uma jazida de um minério raro, o tálio, cuja exploração, beneficiamento, transporte e comercialização trarão benefícios e preocupações.

As estruturas iniciadas por Dom Ricardo deverão ser atualizadas. Sinto a necessidade de ampliar e organizar melhor a Cúria Diocesana; construir um Centro Vocacional para acolher os jovens que estão iniciando a vida no seminário; construir novas igrejas; criar novas Paróquias; provê-las de casas paroquiais, centros de formação, secretarias e de outras estruturas pastorais; construir uma igreja dedicada a São Bento e Memorial de Dom Ricardo; formar as crianças, os adolescentes e a juventude desorientadas pela falta de estrutura familiar, pelo descuido das lideranças políticas e pela cultura hedonista; defender as famílias do campo contra a espoliação de suas terras, contra o  trabalho  escravo; promover o desenvolvimento social, defender e promover as comunidades tradicionais ameaçadas pelos novos investimentos, apoiar o trabalho do Diácono Martin Mayr através da Agência 10envolvimento na defesa do meio ambiente contra  os projetos que desmatam e não têm em conta as nascentes e os outros recursos hídricos da região, etc.

O oeste da Bahia é uma região de amplas extensões de terra para a agricultura e pecuária. Tradicionalmente, quem teve, tem e adquire propriedades o faz para enriquecer. As lideranças políticas são normalmente lideranças econômicas e têm a mesma mentalidade. Não estão preocupadas com o bem-comum. A Igreja sempre foi promotora do bem comum, do desenvolvimento social, da proteção e sustentabilidade do ambiente, da conscientização dos direitos da terra, moradia, à educação, à saúde, a uma vida digna, etc. A Diocese de Barreiras deverá continuar a ser ponto de defesa e proteção das populações mais desfavorecidas.
Kremsmünster estava se preparando para festejar 1200 de fundação em 1977. O Abade Alberto não querendo construir somente uma igreja de pedra, inspirado na concepção missionária do Vaticano II, pensou edificar a igreja viva, uma igreja particular. Padre Ricardo, os outros padres, as Irmãs Beneditinas, os oblatos, os voluntários e amigos de Kremsmünster saíram daqui com esse objetivo. Dom Ricardo, nomeado Bispo, soube sempre coordenar e motivar uma imensa obra de solidariedade em favor, primeiro da Igreja de Barra, depois da Diocese de Barreiras e de toda região do sertão da Bahia. Mesmo depois de seu desaparecimento físico, sei que ele continua amando Barreiras e coordenando do céu os seus trabalhos. A mim e todos vós, ele pede de continuarmos o seu nobre ideal. Que o Redentor do Homem nos ajude, nossa Senhora nos dê coragem e São Bento nos ajude a rezar e a trabalhar.

Em nome do povo de Barreiras, agradeço a participação dos Bispos, Ludwig, Maximiliano e Dom Paulo Romeu. Ao Abade Ambros, ao Abade Oddo, ao Padre Prior, Daniel, aos Padres, Geraldo, Arno, David que estiveram e ainda hoje trazem Barreiras dentro do coração; aos outros Padres e Irmãos do Mosteiro de Kremsmünster, às Irmãs Beneditinas que estiveram no Brasil, a Ir. Sabina; aos amigos das Paróquias de Kremsmünster, de Linz e de outras partes da Áustria e da Itália que não esquecem a Diocese de Barreiras, aos membros da família Weberberger, às Irmãs Franciscanas Marianas Missionárias que vieram do Brasil, aos que conheceram e colaboraram com Dom Ricardo. Enfim, aos que participando desta celebração de um ano de falecimento de Dom Ricardo, estão dando a todos nós, provas de amor, de dedicação e de amizade. Deus abençoe e continuemos firmes no Senhor e trabalhando para o bem da Igreja de Deus que está em Barreiras! Amém! 




Dom Josafá Menezes da Silva
Bispo da Diocese de Barreiras.


Bento XVI em Madri: “Venho para exortar os jovens a encontrar-se pessoalmente com Cristo Amigo”







Aeroporto Internacional de Madrid Barajas
Quinta-feira, 18 de Agosto de 2011
  
Venho aqui para me encontrar com milhares de jovens de todo o mundo, católicos, interessados por Cristo ou à procura da verdade que dê sentido genuíno à sua existência. Chego como Sucessor de Pedro para confirmar todos na fé, vivendo alguns dias de intensa actividade pastoral para anunciar que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Para animar o compromisso de construir o Reino de Deus no mundo, no meio de nós. Para exortar os jovens a encontrarem-se pessoalmente com Cristo Amigo e assim, radicados na sua Pessoa, converterem-se em seus fiéis seguidores e valorosas testemunhas.
Esta multidão de jovens que veio a Madrid… porque e para que vieram? Embora a resposta deva ser dada por eles próprios, pode-se entretanto pensar que desejam escutar a Palavra de Deus, como lhes foi proposto no lema para esta Jornada Mundial da Juventude, de tal maneira que, arraigados e edificados em Cristo, manifestem a firmeza da sua fé.
Muitos deles talvez tenham ouvido a voz de Deus apenas como um leve sussurro, que os impeliu a procurá-Lo mais diligentemente e a partilhar com outros a experiência da força que tem na suas vidas. Esta descoberta do Deus vivo revigora os jovens e abre os seus olhos para os desafios do mundo onde vivem, com as suas possibilidades e limitações. Vêem a superficialidade, o consumismo e o hedonismo imperantes, tanta banalidade na vivência da sexualidade, tanto egoísmo, tanta corrupção. E sabem que, sem Deus, seria difícil afrontar estes desafios e ser verdadeiramente felizes, colocando para isso todo o entusiasmo na consecução duma vida autêntica. Mas, com Ele a seu lado, terão luz para caminhar e razões para esperar, não se detendo nem mesmo diante dos ideais mais altos, que hão-de motivar os seus generosos compromissos para a construção de uma sociedade onde se respeite a dignidade humana e uma efectiva fraternidade. Aqui, nesta Jornada, têm uma ocasião privilegiada para colocar em comum as suas aspirações, trocar reciprocamente a riqueza das suas culturas e experiências, animar-se mutuamente num caminho de fé e de vida, no qual alguns se julgam sozinhos ou ignorados nos seus ambientes quotidianos. Mas não! Não estão sozinhos. Muitos da sua idade partilham os mesmos propósitos deles e, confiando inteiramente em Cristo, sabem que têm realmente um futuro à sua frente e não temem os compromissos decisivos que preenchem toda a vida. Por isso me dá imensa alegria poder escutá-los, rezarmos juntos e celebrar a Eucaristia com eles. A Jornada Mundial da Juventude traz-nos uma mensagem de esperança, como uma brisa de ar puro e juvenil, com aromas renovadores que nos enchem de confiança face ao amanhã da Igreja e do mundo.
Não faltam, certamente, dificuldades. Subsistem tensões e confrontos em aberto em muitos lugares do mundo, inclusive com derramamento de sangue. A justiça e o sublime valor da pessoa humana facilmente se curvam a interesses egoístas, materiais e ideológicos. Não sempre se respeita, como é devido, o meio ambiente e a natureza, que Deus criou com tanto amor. Além disso, muitos jovens olham com preocupação para o futuro diante da dificuldade de encontrar um trabalho digno, ou por terem perdido o emprego, ou por ser este muito precário. Há outros que precisam de prevenção para não cair na rede das drogas, ou de uma ajuda eficaz, caso desgraçadamente já tenham caído nela. Há muitos que, por causa da sua fé em Cristo, são vítimas de discriminação, que gera o desprezo e a perseguição, aberta ou dissimulada, que sofrem em determinadas regiões e países. Molestam-lhes querendo afastá-los d’Ele, privando-os dos sinais da sua presença na vida pública e silenciando mesmo o seu santo Nome. Mas, eu volto a dizer aos jovens, com todas as forças do meu coração: Que nada e ninguém vos tire a paz; não vos envergonheis do Senhor. Ele fez questão de fazer-se igual a nós e experimentar as nossas angústias para levá-las a Deus, e assim nos salvou.
Neste contexto, é urgente ajudar os jovens discípulos de Jesus a permanecerem firmes na fé e a assumirem a maravilhosa aventura de anunciá-la e testemunhá-la abertamente com a sua própria vida. Um testemunho corajoso e cheio de amor pelo homem irmão, ao mesmo tempo decidido e prudente, sem ocultar a própria identidade cristã, num clima de respeitosa convivência com outras legítimas opções e exigindo ao mesmo tempo o devido respeito pelas próprias.

Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/juventude/7357


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Lectio Divina, Domingo, 21 de agosto de 2011 - 21º Domingo do Tempo Comum – Ciclo A

 
JesusConfirmacaoPedroA tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho. (Salmo 119.105)

TEXTO BÍBLICO: Mateus 16.13-20

A afirmação de Pedro
13Jesus foi para a região que fica perto da cidade de Cesareia de Filipe. Ali perguntou aos discípulos:
— Quem o povo diz que o Filho do Homem é?
14Eles responderam:
— Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum outro profeta.
15— E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? — perguntou Jesus.
16Simão Pedro respondeu:
— O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo.
17Jesus afirmou:
— Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu.  18 Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la.  19Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu.
20Então Jesus ordenou que os discípulos não contassem a ninguém que ele era o Messias.
NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE (NTLH)

1. LEITURA

Que diz o texto?
Pistas para leitura
Olá, Lectionautas!
A liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum propõe-nos um texto sumamente transcendental na história da Igreja. A profissão de fé de Pedro e a missão que lhe foi encomendada de ser a Pedra sobre a qual se edificará a Igreja de Cristo.
Quem é Jesus?
Jesus faz duas perguntas que são muito parecidas; ao mesmo tempo, porém, são muito diferentes. Em primeiro lugar, ele pergunta: quem o povo diz que eu sou? A seguir: quem vocês dizem que eu sou?
As duas perguntas são dirigidas aos doze discípulos que Jesus havia escolhido dentre os muitos seguidores que tinha, mas elegera estes para que lhe estivessem bem próximos.
A resposta à primeira pergunta não era tão importante como a resposta à segunda: quem dizem vocês que eu sou? Com esta pergunta, Jesus deseja saber se os discípulos já o reconhecem como Filho de Deus.
Corajosa e certeira é a resposta de Pedro: Tu és o Messias, o Filho do Deus que vive e que dá vida.
Devemos observar as três características que Pedro descobre em Jesus. Num primeiro momento, reconhece-o como o Messias; Pedro sabe que Jesus é Deus, sabe que Jesus é o esperado para a salvação de todos os povos.
Em segundo lugar, reconhece-o como o Filho do Deus vivo. Isto é muito importante devido ao fato de que, ao falar do Deus vivente, está afirmando a humanidade de Jesus, como Jesus, sendo Deus, também é homem, e em sua humanidade, vive e sofre como homem.
E em terceiro lugar, Pedro o chama como aquele que dá vida. Denomina Jesus desta maneira porque soube, acertadamente, ver em Jesus o único caminho que conduz ao Pai. Jesus é a única rota que leva ao Reino dos céus. Para Pedro, Jesus é o caminho, a verdade e a vida.
Diante desta preciosa e acertada profissão de fé de Pedro, Jesus confia-lhe uma tarefa especial e lha anuncia dizendo-lhe: “Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu.  Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la.  Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu”.
A profissão de fé de Pedro é o motivo pelo qual Jesus o converte na pedra sobre a qual se edificará a Igreja. Neste momento, encontramo-nos com a figura de Pedro como o primeiro líder que a Igreja teve, depois de Jesus.
Pedro é o primeiro hierarca ou papa de nossa Igreja; depois de Pedro, temos a sucessão apostólica até chegar ao chefe atual da Igreja, o Papa Bento XVI.
Todos os sucessores de Pedro, aos quais chamamos papas ou pontífices, têm a missão de ser a pedra sobre a qual Cristo continua a edificar sua Igreja. Eles são chamados a ser sinal visível da unidade, da autoridade e do serviço na comunidade eclesial.
A história mostrou os papas como fundamento da Igreja e também como causa de escândalo; seus grandes pecadores, porém, não a destruíram, pois a Igreja está sustentada por Cristo.
Outras traduções bíblicas falam da entrega das chaves do Reino dos Céus a Pedro. As chaves, hoje em dia, são o símbolo da Santa Sé; apresentam-se ligadas em forma de cruz. A chave de ouro alude ao poder sobre o Reino dos Céus; a de prata indica a autoridade espiritual do papado aqui na terra. O cordão que une as empunhaduras mostra a união dos dois poderes.
Para levar em consideração: Até o dia de hoje, a Igreja contou com 265 papas desde São Pedro.
Outros textos bíblicos a serem comparados: Mc 8, 27-30; Lc 9, 18-21
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar A Bíblia de Estudo NTLH, o verbete: CRISTO.
Perguntas para a leitura
  • Qual é a primeira pergunta que Jesus faz a seus discípulos?
  • O que dizem as pessoas que Jesus é?
  • Qual a resposta de Pedro perante a pergunta de Jesus acerca de quem dizem elas que ele é?
  • Por que Jesus bendiz a Pedro?
  • Quem inspirou Pedro a responder a pergunta de Jesus?
  • O que significa “Pedro”?
  • Sobre o que ou sobre quem Jesus edificará sua Igreja?
  • Qual é a autoridade que Pedro recebe?

2 – MEDITAÇÃO

O que me diz? O que nos diz?
Perguntas para a meditação
Perante este texto tão importante, devo perguntar-me:
  • O que você responderia a Jesus se lhe perguntasse: e você, quem diz que eu sou?
  • Reconheço a Jesus como o Messias, como o Filho de Deus?
  • Jesus é meu Senhor, é meu Salvador, ou para mim é apenas um profeta ou uma personagem histórica que fazia coisas espantosas?
  • Sou capaz de aceitar os erros de alguns dos líderes da Igreja, ou julgo suas ações e as critico?
  • Tenho a coragem de anunciar em tempo oportuno e inoportuno o Reino de Deus?
  • Sou capaz de responder com a mesma convicção de Pedro à pergunta sobre quem é Jesus para mim?
  • Minha ação apostólica colabora na edificação da Igreja fundada por Cristo?

3 – ORAÇÃO

O que lhe digo? O que lhe dizemos?
A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Querido Senhor, tu, que és aquele que dá a vida, deste-me uma vida para poder louvar-te.
Tu, que és o Messias, o Filho de Deus, recebe de mim toda adoração, glória e honra por seres meu Senhor.
Tu, Senhor, que escolheste Pedro, agradeço-te por escolher-me para continuar edificando a Igreja que nos deixaste.
Tu, que nos agracias com palavras de vida, faze com que estas sejam a rocha firme sobre a qual edifiquemos nossas vidas.
Dou-te graças, Senhor, por todos os bons e santos pontífices que deste à tua Igreja; ajuda-me a aprender as coisas boas deles.
Obrigado, Senhor, pelos erros de alguns de nossos líderes, porque aprendemos da humanidade e da debilidade deles, unindo-nos, por isso, em oração por sua santidade e, ao mesmo tempo, para que nós também sejamos santos.
Peço-te, Senhor, que continues a dirigir esta tua Igreja, para que os que ainda não têm família cristã possam unir-se a ela e, assim, viver a experiência de amor na comunidade a que nos chamaste.
Amém.

4 – CONTEMPLAÇÃO

Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
A contemplação é o momento culminante de nossa lectio divina. Chegamos à etapa onde as palavras do mestre Jesus ficam gravadas em nosso coração. Disponhamo-nos, pois, a repetir estas frases em nosso interior, para que a luz de Cristo seja o farol que guie nosso caminho.
Ó Senhor, tu és Deus, tu és o Messias, tu és meu Senhor.
Ó Jesus, tu és o caminho, tu és a verdade, tu és a vida.
Ó meu Deus, edifico tua Igreja com meu testemunho, com minha vida, e amo-a porque é minha mãe.
Voltemos a repetir estas palavras, uma e outra vez, para que Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, torne-se nosso caminho, nossa verdade e seja Ele nossa vida.

5 – AÇÃO

A que me comprometo? A que nos comprometemos?
Propostas pessoais
  • Faça a si mesmo a proposta de ser um testemunho vivo de uma Igreja que ama aos necessitados e aos marginalizados. Com sua maneira de agir, ajude a continuar edificando a Igreja que Cristo fundou.
  • Busque um amigo ou uma pessoa qualquer, que não tenha conhecido a Igreja fundada por Cristo, e convide-os a fazer parte desta grande família dos cristãos.
Propostas comunitárias
  • Chegou o momento de continuar edificando a Igreja fundada em Pedro. Em duplas, subam aos lugares próximos de sua comunidade, a convidar os irmãos que não fazem parte da comunidade a que se integrem à Igreja.