sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Catequese do Papa: o amor vence o mal



Intervenção na audiência geral de hoje

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 26 de outubro de 2011 (ZENIT.org) – Apresentamos, a seguir, a catequese que o Santo Padre pronunciou hoje aos peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, onde o Papa presidiu uma Celebração da Palavra em preparação do Dia de Reflexão, Diálogo e Oração pela Paz e a Justiça no mundo, “Peregrinos da verdade, peregrinos da paz”.
* * *
Queridos irmãos e irmãs:
Hoje, o cotidiano encontro da audiência geral assume um caráter particular, já que estamos na véspera do Dia de Reflexão, Diálogo e Oração pela Paz e a Justiça no mundo, que acontecerá amanhã em Assis, 25 anos depois do primeiro histórico encontro convocado pelo Beato João Paulo II. Eu quis dar e este encontro o título de “Peregrinos da verdade, peregrinos da paz”, para expressar o compromisso que queremos renovar solenemente, junto aos membros de diversas religiões, e também com homens não-crentes, mas que buscam com sinceridade a verdade, na promoção do verdadeiro bem comum da humanidade e na construção da paz. Como já tive a oportunidade de recordar, “quem está no caminho rumo a Deus não pode deixar de transmitir paz; quem constrói a paz não pode deixar de aproximar-se de Deus”.
Como cristãos, estamos convencidos de que a contribuição mais valiosa que podemos oferecer à causa da paz é a da oração. Por este motivo, nós nos encontramos hoje como Igreja de Roma, junto aos peregrinos presentes na Urbe, na escuta da Palavra de Deus, para invocar com fé o dom da paz. O Senhor pode iluminar a nossa mente e os nossos corações e guiar-nos para ser construtores de justiça e de reconciliação nas nossas realidades cotidianas e no mundo.
Na leitura do profeta Zacarias, que acabamos de escutar, ressoou um anúncio repleto de esperança e de luz (cf. Zc 9,10). Deus promete a salvação, convida a “alegrar-nos muito”, porque esta salvação se concretizou. Fala-se de um rei: “Agora o teu rei está chegando, justo e vitorioso” (v.9), mas o que é anunciado não é um rei que se apresenta com a potência humana, a força das armas; não é um rei que domina com o poder político e militar; é um rei manso, que reina com humildade e suavidade frente a Deus e aos homens, um rei diferente com relação aos grandes soberanos do mundo: “Vem montado num jumento, num burrico, filhote de jumenta”, diz o profeta (ibidem). Manifesta-se cavalgando no animal das pessoas comuns, do pobre, em contraste com os carros de guerra dos exércitos dos potentes da terra. Inclusive é um rei que fará desaparecer tais carros, destruirá os arcos de batalha, anunciará a paz às nações (cf. v. 10).
Mas quem é este rei de que fala o profeta Zacarias? Vamos, por um momento, a Belém e escutemos de novo o que o anjo diz aos pastores que velam à noite, guardando o seu próprio rebanho. O anjo anuncia uma alegria que será a de todo o povo, vinculada a um sinal pobre: uma criança envolta em faixas e deitada numa manjedoura (cf. Lc 2,8-12). E a multidão celeste canta “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado!” (v. 14), aos homens de boa vontade. O nascimento daquele menino, que é Jesus, leva um anúncio de paz para o mundo inteiro. Mas vamos também aos momentos finais da vida de Cristo, quando entra em Jerusalém acolhido por uma multidão em festa. O anúncio do profeta Zacarias da vinda de um rei humilde e manso voltou à mente dos discípulos de Jesus de maneira especial, depois dos acontecimentos da paixão, morte e ressurreição, do mistério pascal, quando revisaram, com os olhos da fé, o feliz ingresso do Meste na Cidade Santa. Ele cavalgava sobre um burro emprestado (cf. Mt 21,2-7): não sobre uma rica carruagem, não a cavalo, como os grandes. Não entra em Jerusalém acompanhado de um potente exército de carros e cavaleiros. Era um rei pobre, o rei dos que são os pobres de Deus. No texto grego aparece o termo praeîs, que significa os mansos, os humildes; Jesus é o rei dos anawim, dos que têm o coração livre da ambição do poder e da riqueza material, da vontade e da busca do domínio sobre o outro. Jesus é o rei dos que têm essa liberdade interior que os torna capazes de superar a avidez, o egoísmo que há no mundo, e que sabem que só Deus é a sua riqueza.
Jesus é o rei pobre entre os pobres, manso entre os que querem ser mansos. Dessa maneira, Ele é o rei da paz, graças à potência de Deus, que é a potência do bem, a potência do amor. É um rei que fará desaparecer os carros e cavalos de batalha, que destroçará os arcos de guerra; um rei que leva a seu cumprimento a paz a partir da cruz, unindo a terra e o céu e colocando uma ponte fraterna entre os homens. A cruz é o novo arco de paz, sinal e instrumento de reconciliação, de perdão, de compreensão, sinal de que o amor é mais forte que toda violência, toda opressão, mais forte que a morte: o mal é vencido com o bem, com o amor. Este é o novo reino de paz no qual Cristo é o rei; e é um reino que se estende sobre toda a terra. O profeta Zacarias anuncia que este rei manso, pacífico dominará “de mar a mar e do rio até os confins da terra” (Zc 9,10). O reino que Cristo inaugura tem dimensões universais. O horizonte deste rei pobre, humilde, não é o de um território, de um Estado, mas dos confins do mundo; para além de toda barreira de etnia, língua, cultura, cria comunhão, cria unidade. E onde vemos realizar-se atualmente este anúncio? Na grande rede das comunidades eucarísticas, que se estende sobre toda a terra, reemerge luminosa a profecia de Zacarias. É um grande mosaico de comunidades nas quais se faz presente o sacrifício de amor deste rei manso e pacífico; é o grande mosaico que constitui o “Reino de paz” de Jesus de mar a mar, até os confins do mundo; é uma multidão de “ilhas de paz” que irradiam paz. Por todos os lados, em todas as realidades, em toda cultura, das grandes cidades, com seus edifícios, aos pequenos povoados, com as moradias humildes; das potentes catedrais às pequenas capelas. Ele vem e se faz presente; e, ao entrar em comunhão com Ele, também todos os homens se unem entre si em um único corpo, superando divisões, rivalidades, rancores. O Senhor vem na Eucaristia para tirar-nos do nosso individualismo, das nossas particularidades, que excluem os outros, para formar, conosco, um só corpo, um só reino de paz em um mundo dividido.
Mas como podemos construir este Reino de paz em que Cristo é o Rei? O mandamento que Ele deixa aos seus apóstolos e, por meio deles, a todos nós é: “Ide e fazei discípulos todos os povos (…) Eu estarei convosco até o fim do mundo” (Mt 28,19-20). Como Jesus, os mensageiros da paz do seu Reino devem colocar-se em caminho, devem responder ao seu convite. Devem ir, mas não com a potência da guerra ou com a força do poder. Na leitura do Evangelho que ouvimos, Jesus envia 72 discípulos à grande messe que é o mundo, convidando-os a rezar para que o Senhor da messe envie operários à sua messe (cf. Lc 10,1-3); mas não os envia com meios potentes, e sim “como cordeiros no meio de lobos” (v. 3), sem bolsa nem cajado, sem sandálias (cf. v. 4). São João Crisóstomo, em uma das suas homilias, comenta: “Sempre que formos cordeiros, venceremos e, ainda que estejamos cercados por muitos lobos, conseguiremos superá-los. Mas se nos tornarmos lobos, seremos derrotados, porque nos faltará a ajuda do Pastor” (Homilia 33, 1: PG 57, 389). Os cristãos não devem ceder jamais à tentação de converter-se em lobos entre os lobos; o reino de paz de Cristo não se estende com o poder, com a força, com a violência, mas com o dom de si mesmo, com o amor levado ao extremo, também aos inimigos. Jesus não vence o mundo com a força das armas, mas com a força da cruz, que é a verdadeira garantia da vitória. E isso tem como consequência para quem quer ser discípulo do Senhor, seu enviado, o estar preparado para a paixão e para o martírio, para perder a própria vida por Ele, para que no mundo triunfe o bem, o amor, a paz. Esta é a condição para poder dizer, entrando em toda realidade: “Paz a esta casa” (Lc 10,5).
Na frente da Basília de São Pedro se encontram duas grandes estátuas dos santos Pedro e Paulo, facilmente identificáveis: São Pedro tem nas mãos as chaves; São Paulo, no entanto, tem nas mãos uma espada. Para quem não conhece a história deste último, poderia pensar que foi um grande general que conduziu potentes exércitos e que, com a espada, submeteu povos e nações, procurando a fama e a riqueza com o sangue dos outros. No entanto, é exatamente o contrário: a espada que tem nas mãos é o instrumento com que Paulo foi morto, com que sofreu o martírio e espalhou seu próprio sangue. Sua batalha não foi a da violência, da guerra, mas a do martírio por Cristo. Sua única arma foi o anúncio de “Jesus Cristo, e Cristo crucificado” (1Cor 2,2). Sua pregação não se baseou em “discursos persuasivos de sabedoria, mas na manifestação do Espírito e da sua potência” (v.4). Dedicou sua vida a levar a mensagem de reconciliação e de paz do Evangelho, gastando suas energias em fazê-lo ressoar até os confins da terra. E esta foi a sua força: não buscou uma vida tranquila, cômoda, longe das dificuldades, das contrariedades, mas se consumiu pelo Evangelho, doou-se sem reservas, e assim se tornou o grande mensageiro da paz e da reconciliação de Cristo. A espada que São Paulo tem nas mãos recorda também a potência da verdade, que às vezes pode ferir, pode causar dano; o Apóstolo permaneceu fiel a esta verdade, serviu-a, sofreu por ela, entregou sua vida por ela. Esta lógica também serve para nós, se quisermos ser portadores do reino de paz anunciado pelo profeta Zacarias e realizado por Cristo: devemos estar dispostos a pagar em primeira pessoa, a sofrer em primeira pessoa a incompreensão, a rejeição, a perseguição. Não é a espada do conquistador que constrói a paz, mas a espada do sofredor, daquele que sabe dar a própria vida.
Queridos irmãos e irmãs, como cristãos, queremos invocar de Deus o dom da paz; queremos pedir-lhe que nos converta em instrumentos da sua paz, em um mundo lacerado pelo ódio, pelas divisões, pelos egoísmos, pelas guerras; queremos pedir-lhe que o encontro de amanhã em Assis favoreça o diálogo entre as pessoas de diversa pertença religiosa e que leve um raio de luz capaz de iluminar a mente e o coração de todos os homens, para que o rancor dê lugar ao perdão, a divisão à reconciliação, ódio ao amor, a violência à mansidão, e no mundo reine a paz. Amém.

Mensagem de Dom Josafá para o Dia Naciona da Juventude - DNJ

 
Barreiras, 26 de outubro de 2011
Caros jovens e queridas jovens da Diocese de Barreiras.

No dia 30 de outubro, em todo o Brasil, acontece, pela 26ª vez, o DNJ, Dia Nacional da Juventude. O Dia Nacional da Juventude é uma atividade permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O DNJ quer celebrar a vida dos (as) jovens de forma alegre, descontraída e comprometida com a realidade social em que vivem, tendo como base a Pessoa e a Mensagem de Jesus Cristo.

A Pastoral da Juventude da Diocese de Barreiras é chamada, mais uma vez, a viver com grandeza este dia, nos seus quatro Vicariatos, aprofundando a temática: Juventude e Protagonismo Feminino. Lema: "Jovens mulheres tecendo relações de vida". “Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Não será Ele o Messias?” (Jo 4, 29).

A citação do evangelho que inspira o tema do DNJ 2011 recorda o episódio de Jesus com a Samaritana. O Profeta de Nazaré fala de questões sobre as quais, naquele tempo, não se discutia com uma mulher. Com a Samaritana,  Jesus — que sabe que é pecadora e disto lhe fala — conversa com ela sobre os mistérios mais profundos de Deus. Fala-lhe do dom infinito do amor de Deus, que é como uma « fonte de água que jorra para a vida eterna».

Tem razão o Papa João Paulo II quando escreve que “Cristo se constituiu, perante os seus contemporâneos, promotor da verdadeira dignidade da mulher e da vocação correspondente a tal dignidade. Às vezes, isso provocava admiração, surpresa, muitas vezes raiando o escândalo: « ficaram admirados por estar ele a conversar com uma mulher » (Jo 4, 27), porque este comportamento se distinguia daquele dos seus contemporâneos. « Ficaram admirados » até os próprios discípulos de Cristo” (João Paulo II, Dignidade da Mulher, n. 12).

Refletindo a partir do evangelho a respeito da dignidade da mulher, a juventude se põe, também este ano, em marcha contra a violência. As ameaças contra a dignidade humana requerem um maior compromisso dos jovens em todos os cantos do mundo, especialmente em nosso país. Quando, no Aeroporto de Madrid, os jovens da Espanha entregaram a Cruz da Jornada Mundial da Juventude para os do Brasil e o Papa Bento XVI se despediu de todos; confiou aos jovens a missão de levar o amor de Cristo ao mundo inteiro. Trabalhar para que as jovens mulheres sejam capazes de tecer relações de vida é tarefa urgente da juventude. Nesse espaço do mundo juvenil, os missionários são vocês. Ali vivam e anunciem a Boa Nova de Jesus Cristo!

Lembro a todos os próximos compromissos diocesanos. Assembléia da Diocese de Barreiras, 11-13 de novembro de 2011 e o acolhimento da Cruz da Jornada Mundial da Juventude no dia 5 de Dezembro de 2011.
Bom encontro! A todos a minha estima e bênção.

LECTIO DIVINA, Domingo, 30 de outubro de 2011, 31º Domingo do Tempo Comum – Ciclo A: Celebração dos fiéis defuntos.

TEXTO BÍBLICO: Marcos 15.33-41

1. LEITURA - Que diz o texto?
Pistas para leitura
Olá, Lectionautas!
A morte de Jesus, narrada pelo Evangelista Marcos, está rodeada de sinais cósmicos muito importantes. O primeiro é que a escuridão cobre toda a terra. Esta obscuridade simboliza o mal que se estende sobre o mundo na hora do assassinato do Filho de Deus. Os profetas também utilizaram-na como o anúncio do fim dos tempos. O profeta Amos, em 8,9, diz-nos:
Naquele dia,
farei o sol se pôr ao meio-dia,
e em pleno dia
a terra ficará acoberta de escuridão.
Sou eu, o Senhor, quem está falando.
Por volta das três da tarde, Jesus começa a recitar o Salmo 22. Era costume que os judeus, que conheciam os salmos de cor, quando queriam recitá-los em comum, começassem com a primeira estrofe, e todos continuavam imediatamente a recitar o Salmo. Trata-se de um salmo muito conhecido, que começa assim: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste…?”.
Este salmo começa com uma lamentação de alguém que já nem sequer parece homem, cercado de inimigos por todos os lados. É alguém a quem não querem ver, porque não tem aspecto humano, razão pela qual desviam o rosto. Contudo, é alguém que reconhece o poderio de Deus, que Deus é único e que jamais defrauda quem nele confia. Mesmo que lancem sorte sobre a roupa do pobre que se lamenta, e sejam como uma matilha, ele põe-se a confiar em Deus. O salmo termina com o triunfo de Deus para aquele que o teme e confia nele.
É curioso que este salmo, de alguma maneira, prediga a morte de Jesus, e que Marcos agora o ponha nos lábios de Jesus, que começa a recitá-lo. É uma maneira de dizer que tudo se está realizando tal como estava nas Sagradas Escrituras, neste caso, no Salmo 22. Aquele que parece distante e abandonado está sob os olhos de Deus. Aquele que parece estar nas mãos dos homens malvados, Deus liberta-o. Àquele que lhe diz “Tu me escutaste”, Deus responde: “Não tenhas medo: eu estou contigo”.
O salmo começa com o nome sagrado de Deus, “Eloím”; no entanto, a versão aramaica diz Eloí. E os que estavam perto da cruz, julgaram que ele clamava pelo profeta Elias, e até pensaram que podia vir descê-lo da cruz. No entanto, a seguir zombam dele.
Quando Jesus expira, Marcos narra que o véu que cobria o templo rasgou-se em dois, dando a entender que o lugar a que eles chamavam “Santo dos Santos”, onde somente podia entrar um sacerdote uma vez por ano, agora fazia com que o Deus invisível se tornasse visível; o inalcançável se fizesse muito próximo. A antiga  forma de religião já não tem mais valor. A morte de Jesus selou tudo, realizou todas as Escrituras: “Tudo se cumpriu”. O Pai entregou seu Filho para salvar a todos nós. Com sua morte, redimiu toda a humanidade da morte eterna. E assim como o primeiro Dão, adormecido no jardim, recebe Eva, a fim de gerar novos descendentes, Jesus, o novo Adão, adormecido na árvore da cruz, recebe a Igreja, reunião dos crentes, para dar vida a todos, através do nosso submergir (ou batizar-nos) na morte de Jesus, vencendo, assim, a morte para sempre.
Um dado curioso trazido por Marcos é que o oficial romano, que não era crente, ao ver todos os sinais que se manifestavam, exclama sua profissão de fé: “De fato, este homem era o Filho de Deus”.
O texto termina com as mulheres que acompanharam todo o ministério de Jesus, até à morte.
Para levar em consideração: A cruz, que é um sinal de morte, transforma-se, pela obediência de Jesus, em sinal de vida eterna. Com o sinal da cruz, os cristãos reconhecem a Vida Eterna, obtida para a humanidade.
O lugar onde crucificaram Jesus se chama Gólgota, ou seja, lugar da caveira. Ali os judeus recordavam a tumba de Adão, ou seja, a figura de toda a humanidade pecadora. Jesus desce aos infernos, isto é, chega até os que morreram em Adão, para libertá-los desta morte em consequência da desobediência do primeiro homem, e agora eliminada pela obediência de Jesus.
Outros textos bíblicos a serem comparados: Mateus 27.32-56
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar, na Bíblia de Estudo NTLH, o verbete: Cruz.
Perguntas para a leitura
  • Que hora o Evangelista indica para estes acontecimentos?
  • O que disse Jesus?
  • Que salmo estava recitando?
  • O que quer dizer este salmo?
  • O que pensavam os que estavam perto da cruz?
  • Qual foi a reação do soldado romano?
  • O que aconteceu com o véu do templo?
  • Quem estava junto da cruz de Jesus?

2 – MEDITAÇÃO - O que me diz? O que nos diz?

Perguntas para a meditação
Perante texto tão importante, devo perguntar-me:
  • Do que mais tenho medo no momento da morte?
  • Entendo que todos os que viveram e faleceram são venerados por sua fé?
  • Qual é nossa reação diante da morte de um ente querido?
  • Como podemos entender a morte a partir da vida e da paixão do Senhor?
  • O que podemos dizer às pessoas que estão enlutadas?
  • Como me preparo para o dia em que o Senhor me chamar?
  • Como preparo os demais para este momento?

3 – ORAÇÃO - O que lhe digo? O que lhe dizemos?

A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Tomemos como nosso o Salmo 22, que Jesus começa a recitar na cruz e, a seguir, façamos um período de silêncio para meditar nestas palavras.
Salmo 22 (21) “Deus salvou o seu povo!”

4 – CONTEMPLAÇÃO - Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?

Interiorizar o mistério da Morte de Jesus leva-nos a entender também a ressurreição. Jesus foi obediente até à morte, e morte de Cruz. Peçamos-lhe que nos ensine a viver de tal maneira que nos preparemos para o encontro final.
Em tua vontade, Senhor, encontramos nossa Paz.
Sendo obedientes a ti e a teus mandamentos, viveremos de tal forma que ganharemos o céu. Recomendamos-te todos aqueles que nos precederam na fé. Tem misericórdia de todos eles e também de todos nós.

5 – AÇÃO - A que me comprometo? A que nos comprometemos?

Propostas pessoais
  • Fazer um ato de consciência, refletindo sobre todas as vezes em que não temos vivido pensando neste último dia do encontro final, mas temos vivido o momento presente sem recordar este nosso destino. Pedir perdão ao Senhor.
  • Fazer uma oração por todos aqueles que nos precederam na fé. E lembremo-nos de maneira especial de nossos entes queridos que já morreram, recomendando-os à misericórdia de Deus.
Propostas comunitárias
  • Em nossa comunidade, lembrar aquelas pessoas que perderam algum ente querido, e acompanhá-las, ensinando-lhes a orar por todos os que já partiram antes de nós. Oferecer uma oração especial, talvez convidando as pessoas enlutadas, neste dia, para a oração máxima da Eucaristia, celebrada por todos os que morreram.
 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011


São Paulo, no início da Carta aos Efésios, apresentanos o Plano de Deus para a humanidade. Somos escolhidos e chamados por Deus para realizar este Projeto de Amor (cf Ef 1,2-11). Nossa vocação é a de acreditarmos, de verdade, que somos amados e destinados a encontrar a felicidade na comunhão com Deus e entre nós.
Desde toda eternidade, Deus nos criou para participarmos de sua santidade. Em Jesus, seu Filho Unigênito, revela que nos ama como filhos e filhas, perdoa nossos pecados, concede-nos a sua graça e nos associa à obra da redenção, dando-nos, pela fé, o conhecimento de seu projeto missionário. Para isso, reúne-nos na grande família da Igreja e nos envia para proclamar e testemunhar seu Reino de justiça, amor e paz.
Somos chamados para formar a Igreja e atuar na belíssima missão de levar a todos o anúncio da boa Nova e a esperança da vida eterna e feliz.Na força do Espírito, nós somos os mensageiros de seu Reino: esta é a vocação de todos nós cristãos! Permanece, no entanto, para cada discípulo de Cristo, a obrigação de descobrir, pela oração e discernimento, qual o modo melhor de realizar a própria missão, pois Deus quer a nossa felicidade.
Caros líderes, na medida em que abrimos o coração às inspirações do Espírito Santo, vamos progredindo no discernimento e encontrando o nosso lugar no Reino. A descoberta do desígnio sobre nós nasce, ao mesmo tempo, da visão do mundo em que vivemos, de suas angústias e esperanças e também da ação de Cristo em benefício da humanidade. É Jesus Cristo que nos ensina a amar, a ajudar o próximo e a encontrar alegria nesse serviço de amor.
Ao percebermos este apelo interior, vai crescendo em nós a paz e vamos descobrindo o que Deus pede de nós. O amor e o anseio deservir é para todos os cristãos, mas cada um há de realizá-lo de modo pessoal.
Há muitos e muitas que se sentem chamados ao amor conjugal sincero e profundo, e à missão de caminhar juntos pela vida, na doação recíproca e na dedicação familiar. É o caso da maior parte da humanidade.
Há outros que escolhem devotar-se no serviço ao próximo na Igreja e na sociedade, vivendo o batismo e enfrentando os desafios da vida quotidiana sem a experiência conjugal. Para outros surge o chamado especial de consagrar-se totalmente a Deus e ao seu Reino. Esse foi o chamado de Francisco de Assis e Clara e da Madre Teresa de Calcutá.
Cristo quis também que sua solicitude de Bom Pastor perpetuasse o serviço da palavra, a profecia, seu sacrifício e o zelo total aos irmãos, começando dos mais necessitados. Para isso constituiu alguns como pastores do povo.
A juventude é tempo precioso para discernir o chamado pessoal de Deus. Qual é a sua vocação? Além da oração, muito há de ajudar o conselho de um diretor espiritual e o apoio da comunidade. O que mais importa é a consolação de responder SIM a Deus com generosidade

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

LECTIO DIVINA, Domingo, 23 de outubro de 2011, 30º Domingo do Tempo Comum – Ciclo A


TEXTO BÍBLICO: Mateus 22.34-40
1. LEITURA - Que diz o texto?
Pistas para leitura - Olá, Lectionautas!
Este texto, talvez um dos mais importantes no que diz respeito à síntese do Evangelho, fala-nos dos mandamentos mais importantes.
Nos versículos anteriores, mostra-se também uma diferença entre dois grupos que existiam em Israel, na época de Jesus: os fariseus e os saduceus. Já passou a vez de os saduceus, que não creem na ressurreição, interpelarem Jesus; agora é a vez dos fariseus (a quem Jesus muito criticou). Eles também querem estender-lhe um laço. Jesus, porém, converte esta pergunta maliciosa em um dos ensinamentos mais importantes que ele nos deixou.
Em primeiro lugar, devemos recordar que os fariseus, muito apegados à Lei de Moisés, contavam 613 preceitos que deviam ser memorizados e praticados. (Eram 248 positivos e 365 proibições que se classificavam em graves ou leves). Muitos queriam estabelecer uma hierarquia de valores da quantidade de leis que havia. Era muito difícil aprender o texto de cor… e Jesus normalmente critica o saber a letra da lei e o praticar as coisas sem o espírito, apenas por formalismo.
Em sua resposta, Jesus unifica dois mandamentos separados, acrescentando que, em importância, o segundo é igual ao primeiro. Para isso, utiliza dois versículos bíblicos muito usados pelos mestres da Lei:
Deuteronômio 6,5: “Portanto, amem o Senhor, nosso Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças”.
O primeiro mandamento, o mais importante para crer e viver está aqui. Há um só Deus verdadeiro (isto é, não existe mais do que um só, e os demais são ídolos feitos por mãos humanas), e a esse único Deus é preciso render culto, ou seja, amá-lo com todo o coração.
Levítico 19,18: “Ame os ouros como você ama a você mesmo”.
Jesus está mostrando aqui que o fundamento da relação com Deus, da mesma forma que a base da relação com o próximo, é o amor solidário. A integração dos dois amores, a Deus e ao próximo, é seu ensinamento fundamental. E assim, está ensinado claramente que o amor é a chave de toda a Escritura. O amor é o que unifica tudo. Não se pode observar a Lei se falta o amor. Como dirá, depois, daqui dependem a Lei e os Profetas (ou seja, toda a síntese do Antigo Testamento).
O profeta Oseias diz-nos em 6,6:
“Eu quero que vocês me amem,
e não que me ofereçam sacrifícios;
em vez de me trazer ofertas queimadas,
eu prefiro que o meu povo me obedeça”.
A partir de uma perspectiva cristã, entendemos o texto no qual se diz claramente que, sem amor ao próximo, não pode haver amor a Deus. Cumprir a vontade de Deus é não somente amá-lo com todo o coração e com toda a vida, mas ao próximo como a si mesmo. O próprio Mateus volta a recordar-nos que não é pelo cumprimento da Lei, mas sim pelo amor, que nos tornaremos diferentes. Imediatamente depois do famoso sermão das bem-aventuranças, coloca nos lábios de Jesus: “Pois eu afirmo a vocês que só entrarão no Reino do Céu se forem mais fiéis em fazer a vontade de Deus do que os mestres da Lei e os fariseus” (Mt 5.20).
Qual é a obediência que nos pede? Muito simples: o amor em duas dimensões: a Deus e ao próximo como a si mesmo. O apóstolo João, em sua primeira carta (4,19-21), diz-nos:
“Nós amamos porque Deus nos amou primeiro.  20Se alguém diz: “Eu amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar a Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê.  21O mandamento que Cristo nos deu é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão”.
Para levar em consideração: As leis estão nos primeiros cinco livros da Bíblia, aos quais chamamos Pentateuco. Os profetas são divididos em 4 maiores (devido à extensão de seus escritos) e 12 menores (porque seus escritos são mais breves).
Outros textos bíblicos a serem comparados: Marcos 12.28-34; Oseias 6.6; Romanos 13.1-9; Gálatas 5.14; Tiago 2.8; 1João 4.20.
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar, na Bíblia de Estudo NTLH, os verbetes: Amar – Amor.
Perguntas para a leitura
  • Quem se aproximou de Jesus e com que intenção?
  • Qual a pergunta que fizeram a Jesus?
  • Qual foi a primeira resposta de Jesus?
  • Quais livros da Bíblia estava recordando?
  • Qual foi a conclusão da resposta de Jesus?

2 – MEDITAÇÃO - O que me diz? O que nos diz?

Perguntas para a meditação
Perante texto tão importante, devo perguntar-me:
  • Qual é minha atitude quando me aproximo de Jesus? É para aprender de verdade? É somente para pedir-lhe algo?
  • Como demonstro verdadeiramente meu amor a Deus? Em que me diferencio externamente daqueles que não creem em Deus nem o adoram? E qual é a diferença interior que somente eu posso explicar?
  • A quantos legalismos e formalismos estou atado para demonstrar que amo a Deus?
  • Sou totalmente livre em meu ato de amar?
  • Amar com toda a vida, com todo o coração… o que significa isto?
  • Estou consciente de que a medida para amar o próximo é o amor que eu tenho por mim mesmo? Amo-me verdadeiramente? Tenho sabido perdoar a mim mesmo quando cometo algum erro? Valorizo-me com justiça, ou não tenho um valor claro sobre minha pessoa? O que me impede de amar-me completamente? Estou cônscio de que se não me amo, jamais poderei amar bem meu próximo?
  • Neste mundo de tantas injustiças e diferenças, como manifesto meu amor aos mais fracos e desprotegidos?
  • Como as demais pessoas podem perceber que sou cristão?
  • Quando alguém necessita saber que sou cristão, alegra-se porque pode encontrar em mim uma ajuda, um apoio? Prefiro ocultar meu cristianismo em momentos de angústia e necessidades dos demais, para que não me peçam ajuda?

3 – ORAÇÃO - O que lhe digo? O que lhe dizemos?

A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Senhor, agradecemos-te pelo amor sem limites que tens por cada um de nós. Muitas vezes sequer nos damos conta de todo esse amor com que nos rodeaste com sinais concretos. Com frequência, nossos caprichos pessoais interiores fazem com que eu me cubra com um manto escuro e não perceba todo o amor que tens para comigo.
Senhor, abre meus olhos, sobretudo os olhos do coração e da alma, para que possa ver com claridade todo o teu amor. Somente quando eu entender realmente todo o amor recebido, serei também capaz de dar amor.
Se digo que te amo, é porque primeiro reconheço teu amor por mim. Sou tão limitado, que só posso devolver com amor. E por isso, peço-te o entendimento completo sobre teu amor, a fim de que possa amar-te também da maneira como tu me amas, Senhor.
Há uma maneira pela qual posso demonstrar-te o amor que tenho por ti, e não são os formalismos religiosos, mas a caridade para com os demais.
Que eu aprenda, em primeiro lugar, a amar-me como tu me amas, a aceitar-me como tu me aceitas, para que também possa aceitar e amor a todos aqueles que tu, Senhor, me confias para que os ame em teu nome.
Dá-me a graça de ser dócil à tua Palavra e de iniciar um caminho de aprendizagem para amar, porque cada dia poderei dar um passo a mais rumo a ti, na doação de mim mesmo, como o fazes tu, e na demonstração desta entrega aos demais, aos próximos que desejas que eu atenda.
4 – CONTEMPLAÇÃO - Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
  • Em nossa vida, como seres humanos, necessitamos do diálogo para o encontro. É o momento para perguntar interiormente a Jesus qual á a forma de seu amor. Perguntemos e façamos um pouco de silêncio em nosso coração, escutando as palavras que Jesus nos dirige em nosso interior.
  • Podemos concluir escolhendo uma frase parecida com esta:
  • Senhor Jesus, dá-me um coração semelhante ao teu.
  • Que meu amor se manifeste aos demais.
  • Que todos os que me virem reconheçam em mim um dos teus seguidores, Senhor.

5 – AÇÃO - A que me comprometo? A que nos comprometemos?

Propostas pessoais
  • O amor é algo concreto, visível, sensível. Proponhamo-nos algo que demonstre quanto amo a Deus. E também proponhamos algo que demonstre quanto amo o próximo.
Propostas comunitárias
  • Nesta leitura, mais do que em outras, é necessário uma dupla manifestação. Reunir-se com o grupo, dar graças a Deus com uma oração, com uma canção, e sentirem-se todos muito unidos pelo amor de Deus. A seguir, todos juntos, como obra de caridade, podem encontrar-se com crianças, com jovens ou com anciãos para dar-lhes testemunho do amor que Deus nos tem, fazendo uma obra comunidade de caridade.

Dom Josafá no Seminário



É com alegria que os seminaristas da Diocese de Barreiras, acolheram nos dias 19 a 21 de outubro, o seu Pastor Dom Josafá Menezes da Silva (pela primeira vez em Goiânia e no seminário), assim como, o padre Eraldo Bispo (Vigário Geral) da Diocese de Barreiras.
Foram dias de graças que o seminário viveu de forma especial, os seminaristas de Barreiras, tendo a oportunidade de conversar e confraternizar com o seu Bispo diocesano.  E uma das melhores partilhas, se deu na Santa Missa da Capela do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianey em Goiânia, presidida pelo senhor Bispo de Barreiras. Em suas homilias frizou o carinho pelo seminário (ele que por um bom tempo foi formador no seminário de Salvador-BA), e a gratidão de acompanhar as vocações rumo ao sacerdócio.
Portanto, a Dom Josafá e a Padre Eraldo, nosso muito obrigado pela presença. Conte sempre com as nossas orações e carinhos.

(ver  fotos, no quadro de fotos)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Bento XVI ainda "respira" o Vaticano II, diz padre


Professor Joseph Ratzinger no outono de 1964 como perito do Concílio Vaticano II
O Concílio Vaticano II completa 49 anos de abertura e 50 de convocação em 2011. O Papa Bento XVI publicou na última segunda-feira, 17, a carta apostólica Porta Fidei, que institui oficialmente o Ano da Fé. A celebração iniciará em 11 de outubro de 2012, exatamente no dia em que se comemorarão os 50 anos de abertura do Concílio. As palavras do Santo Padre expressam claramente como ele vê o Vaticano II, o último grande Concílio realizado pela Igreja Católica durante os pontificados de João XXIII e Paulo VI.

"Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa", escreve Bento XVI.
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Ao longo do atual Pontificado muitos equívocos têm surgido e chegaram até mesmo a apontar Bento XVI como alguém que andava contra o Concílio. Na verdade, a intenção do Pontífice, de acordo com especialistas, é de levar os cristãos a uma assimilação adequada dos textos e documentos que chegaram até nós, mas, infelizmente foram pouco lidos, pouco procurados ou até mesmo mal interpretados.

"O então sacerdote Joseph Ratzinger era visto como progressista, pois via na Igreja não um erro de comunicação com o mundo moderno, mas algumas estradas que poderiam ser escolhidas como vias para esse diálogo. Uma prova disso é a criação do mais novo Pontificio Conselho para a Nova Evangelização e o próximo Sinodo dos Bispos, que abordarão o mesmo tema", afirma o doutorando em Pastoral Bíblico-catequética da Universidade Salesiana de Roma, padre Anderson Marçal Moreira.


O professor Joseph Ratzinger convocado para o Vaticano II

No Vaticano II, o jovem professor Joseph Ratzinger foi convocado como consultor teológico do então Arcebispo de Colônia (Alemanha), Cardeal Josef Frings, em 1962. Um tempo depois, Ratzinger se tornou um dos peritos do Concílio. Essa função levou-o a ser considerado um renomado teólogo pelo Papa Paulo VI, que o criou cardeal em 1977.

"Bento XVI ainda respira a novidade do Concílio, buscando colocar a Igreja em constante diálogo com o mundo moderno, não mudando o essencial da mensagem e, sim, mostrando a forma de anunciá-la", enfatiza padre Anderson Marçal.

Mirticeli Medeiros
Da Redação

Não desista do que é certo por causa das dificuldades!

A nós, seres humanos, cabem os projetos do nosso dia, da nossa vida; mas a resposta e a inspiração vêm de Deus. O homem deve planejar, mas para nós que somos cristãos isso também significa interpretar o plano de amor do Pai para conosco. Esse plano vai se revelando pouco a pouco e precisamos descobri-lo.
Existem muitas pessoas que me perguntam: Por que Deus não nos revela tudo de uma vez? Primeiro, porque saber de tudo que vai acontecer na nossa vida seria muito chato. O incrível da vida é a surpresa do dia a dia. Depois, porque existem coisas que só poderemos saber quando estivermos preparados. Saber antes só iria prolongar o sofrimento.
Deus sabe o que faz e só permite o sofrimento para que cresçamos e nos convertamos. O plano de Deus Pai só se realiza na nossa vida se nós colaborarmos com Ele. O plano não é imposto, é proposto. Há muitas pessoas que não aceitam o projeto de Deus e preferem ficar com o seu pequeno [projeto], alegando que a vida é delas e que fazem o que quiserem.
O caminho do Senhor, pode acreditar, é muito melhor que o seu! Os projetos de Deus para a sua vida são maiores do que você pode imaginar e do que os seus desejos humanos possam querer. Você deve sonhar, porque os sonhos nos levam para frente, mas é preciso estar atento à voz do Pai.
Todo caminho tem seus altos e baixos e você precisa de oração para permanecer na verdade. Não desista do que é certo por causa das dificuldades! Tenha misericórdia de você e das pessoas que o amam e pare de insistir no caminho errado!
Como você espera ser atendido por Deus se você vive magoando seus irmãos? Sim, porque, ao insistir em algo errado, as pessoas que amam você se magoam. Qual é o pai que presenteia um filho que vive massacrando o irmão? Normalmente, o pai coloca-o de castigo.
Primeiro, você precisa sair do caminho do mal, depois, persistir no caminho do bem. Porque não adianta sair e, tempos depois, cair nos mesmos erros de antes. Como evitamos isso? No versículo 6 da passagem que estamos refletindo hoje aparece a resposta: “É pela bondade e pela verdade que se expia a iniquidade; pelo temor do Senhor evita-se o mal”.
Confie os seus negócios ao Senhor e os seus planos terão êxito, meu irmão! É na intimidade, no seu encontro com o Senhor pela oração, que você descobre o que Ele quer de você. A demora de Deus também é uma resposta. É uma preparação para você receber o que deseja. O Senhor fez Moisés esperar 40 anos para receber o seu pedido, que era a libertação do seu povo.
Esperar não é fácil, mas essa disciplina que o Pai nos dá ajuda muito no nosso crescimento. Confie seus projetos nas mãos de Deus, faça essa experiência e compreenda que esta Palavra é verdade.
Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova

Ser Padre é...

Atingir a alegria da vida religiosa
Viver com entusiasmo os ensinamentos de Cristo.
Propagar o amor fraterno.
Promover a partilha na comunidade.
Ser mensageiro da Boa Nova.
Fazer opção pelos mais desfavorecidos.
Alimentar a fé na presença viva de Jesus na Eucaristia.
Como Moisés, abrir caminhos de esperança.
Dar glória a Deus, nosso criador.
Buscar a santificação segundo o exemplo de Cristo.
Agir contando com a força do Espírito Santo.
Carregar com amor a Cruz de cada dia.
Sofrer pela salvação da humanidade.
Ser padre é... como diz a canção:
Amar como Jesus amou,
Viver como Jesus viveu,
Sentir o que Jesus sentia.

O padre não é um outro Cristo, mas o sinal do Cristo presente.
Embora seja constituído por Deus, o sacerdote não deixa de ser “pessoa”, com limites, dificuldades e aspirações.
O importante é ver que Deus o escolheu assim mesmo.
Você é sacerdote para sempre... (Hb 5,6)

É deixar-se seduzir todos os dias e momentos da vida pelo amor infinito de Cristo.
É fazer também com que esse amor seduza o coração dos filhos de Deus e nossos irmãos.
É transformar em flores os espinhos encontrados na caminhada; as pedras em degraus para subir até Deus; as dores e o cansaço em alegria, fé e otimismo.
Ser padre é deixar transparecer no rosto o brilho de Jesus, para que todos possam dizer: Olhando para você, vi refletido Jesus.
Enfim, ser padre é doação, entrega, amor total e dedicação.

Nesses últimos meses, o sacerdócio vem sendo alvo de muitas discussões. Nota-se que isso afetou o conceito que temos sobre o sacerdócio, que é um sacramento. Os questionamentos foram tantos que fizeram surgir muitas dúvidas. Em quem acreditar?
E as igrejas protestantes aproveitaram desses momentos para aumentar o seu número de adeptos.
O que não podemos esquecer é que ser padre é uma missão de muito amor, fidelidade, doação total, renúncia, prontidão... É através das mãos do padre que Deus derrama as suas bênçãos em nosso meio.
E se nós, católicos conscientes, não concordamos com o nosso pároco, temos que dialogar com ele, antes de partir para as críticas.
O sacerdócio é uma vocação muito linda! Será que nossa comunidade está fazendo algo para incentivar as vocações sacerdotais?

OUTUBRO: MÊS DO ROSÁRIO


Por que chamam ao mês de Outubro o mês do Rosário?
No século XVI, foi travada a célebre batalha de Lepanto, quando os cristãos expulsaram os turcos de Chipre e Veneza, bloqueando a invasão otomana prestes a ocorrer na Europa . Como a Europa cristã apelou para o Santo Rosário pedindo auxílio para seus combatentes, foi escolhido o dia 07 de outubro, pelo Papa São Pio para celebrar a festa do Rosário.
A reza do Rosário sofreu alteração em 2002 ,quando o papa João Paulo II incluiu mais um grupo de cinco mistérios no rosário, chamados Mistérios da Luz .
ORIGEM DO ROSÁRIO
Rosário significa coroa de rosas. A Igreja antiga pedia que os fiéis recitassem os cento e cinquenta salmos de David. Mas, para recitar os salmos, era preciso saber hebraico, grego ou latim. Aqueles que não sabiam ler ou não tinham tempo para essa oração substituiram os 150 salmos por 150 Avé-Marias, separadas em 15 séries de dez, ou dezenas. S. Domingos, que morreu em 1221, popularizou essa devoção com o formato atual.


PARA REZAR
Ó Mãe, Virgem do Rosário,
Aceita o louvor destes filhos teus
Amar-te querem na terra
E sempre cantar Teu nome nos céus.
Celebremos o Rosário
De Maria foi um dom
E´o saltério do cristão
Que se guarda puro e bom. (Madre Maria Helena Cavalcanti)

Porta Fidei do Sumo Pontífice Bento XVI - Com qual se proclama o ano da Fé

1. A porta da Fé (cf. At 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar aquela porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início com o Batismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n'Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude» 1. Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.2 Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.

3. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n'Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n'Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.

4. À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II, 3 com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese4 e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e colectiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca».5 Pensava que a Igreja poderia assim retomar «exacta consciência da sua fé para a reavivar, purificar, confirmar, confessar».6 As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus,7 para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o património de todos os crentes, necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado.

5. Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar» 8, bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa».9 Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja».10

6. A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, na Constituição dogmática Lumen gentium, afirma: «Enquanto Cristo "santo, inocente, imaculado" (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Heb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja "prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus", anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz». 11

Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. Act 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Baptismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afectos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que actua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de acção, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17).

7. «Caritas Christi urget nos - o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes - atesta Santo Agostinho - «fortificam-se acreditando». 12 O Santo Bispo de Hipona tinha boas razões para falar assim. Como sabemos, a sua vida foi uma busca contínua da beleza da fé enquanto o seu coração não encontrou descanso em Deus.13 Os seus numerosos escritos, onde se explica a importância de crer e a verdade da fé, permaneceram até aos nossos dias como um património de riqueza incomparável e consentem ainda a tantas pessoas à procura de Deus de encontrarem o justo percurso para chegar à «porta da fé».

Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.

8. Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.

9. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força». 14 Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada15 e reflectir sobre o próprio acto com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.

Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este servia-lhes de oração diária, para não esquecerem o compromisso assumido com o Baptismo. Recorda-o, com palavras densas de significado, Santo Agostinho quando afirma numa homilia sobre a redditio symboli (a entrega do Credo): «O símbolo do santo mistério, que recebestes todos juntos e que hoje proferistes um a um, reúne as palavras sobre as quais está edificada com solidez a fé da Igreja, nossa Mãe, apoiada no alicerce seguro que é Cristo Senhor. E vós recebeste-lo e proferiste-lo, mas deveis tê-lo sempre presente na mente e no coração, deveis repeti-lo nos vossos leitos, pensar nele nas praças e não o esquecer durante as refeições; e, mesmo quando o corpo dorme, o vosso coração continue de vigília por ele». 16

10. Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus. De facto, existe uma unidade profunda entre o ato com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando escreve: «Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro acto, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e acção da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma.

A este respeito é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (Act 16, 14). O sentido contido na expressão é importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se depois o coração - autêntico sacrário da pessoa - não for aberto pela graça, que consente de ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.