sábado, 31 de março de 2012

Lectio Divina, Domingo, 01 de abril de 2012, Domingo de Ramos – Ano B


TEXTO BÍBLICO: Marcos 14 e 15
No Domingo de Ramos, a Liturgia proclama dois textos evangélicos dentro da celebração:
• Para a procissão de entrada: Mc 11,1-10 ou Jo 12,12-16• Para a missa: Mc 14,1–15.47 ou Mc 15,1-39
Para a Lectio Divina deste Domingo, escolhemos o texto maior da Paixão segundo são Marcos: os capítulos 14 e 15 completos.
14 O plano para matar Jesus 1Faltavam dois dias para a Festa da Páscoa e a Festa dos Pães sem Fermento. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei procuravam um jeito de prender Jesus em segredo e matá-lo. 2Eles diziam:— Não vamos fazer isso durante a festa, para não haver uma revolta no meio do povo.Jesus em Betânia 3Jesus estava no povoado de Betânia, sentado à mesa na casa de Simão, o Leproso. Então uma mulher chegou com um frasco feito de alabastro, cheio de perfume de nardo puro, muito caro. Ela quebrou o gargalo do frasco e derramou o perfume na cabeça de Jesus. 4Alguns que estavam ali ficaram zangados e disseram uns aos outros:— Que desperdício! 5Esse perfume poderia ter sido vendido por mais de trezentas moedas de prata, que poderiam ser dadas aos pobres.Eles criticavam a mulher com dureza, 6mas Jesus disse:— Deixem esta mulher em paz! Por que é que vocês a estão aborrecendo? Ela fez para mim uma coisa muito boa. 7Pois os pobres estarão sempre com vocês, e, em qualquer ocasião que vocês quiserem, poderão ajudá-los. Mas eu não estarei sempre com vocês. 8Ela fez tudo o que pôde, pois antes da minha morte veio perfumar o meu corpo para o meu sepultamento. 9Eu afirmo a vocês que isto é verdade: em qualquer lugar do mundo onde o evangelho for anunciado, será contado o que ela fez, e ela será lembrada.Judas trai Jesus 10Judas Iscariotes, que era um dos doze discípulos, foi falar com os chefes dos sacerdotes para combinar como entregaria Jesus a eles. 11Quando ouviram o que ele disse, eles ficaram muito contentes e prometeram dar dinheiro a ele. Assim Judas começou a procurar uma oportunidade para entregar Jesus.Jesus comemora a Páscoa 12No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, em que os judeus matavam carneirinhos para comemorarem a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus:— Onde é que o senhor quer que a gente prepare o jantar da Páscoa para o senhor? 13Então Jesus enviou dois discípulos com a seguinte ordem:— Vão até a cidade. Lá irá se encontrar com vocês um homem que estará carregando um pote de água. Vão atrás desse homem 14e digam ao dono da casa em que ele entrar que o Mestre manda perguntar: “Onde fica a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer o jantar da Páscoa?”
15Então ele mostrará a vocês no andar de cima uma sala grande, mobiliada e arrumada para o jantar. Preparem ali tudo para nós. 16Os dois discípulos foram até a cidade e encontraram tudo como Jesus tinha dito. Então prepararam o jantar da Páscoa. 17Quando anoiteceu, Jesus chegou com os doze discípulos. 18Enquanto estavam à mesa, no meio do jantar, ele disse:— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês, que está comendo comigo, vai me trair. 19Eles ficaram tristes e, um por um, começaram a perguntar:— O senhor não está achando que sou eu, está? 20Jesus respondeu:— É um de vocês. É o que está comendo no mesmo prato que eu. 21Pois o Filho do Homem vai morrer da maneira como dizem as Escrituras Sagradas; mas ai daquele que está traindo o Filho do Homem! Seria melhor para ele nunca ter nascido!A Ceia do Senhor 22Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e o deu aos discípulos, dizendo:— Peguem; isto é o meu corpo. 23Em seguida, pegou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois passou o cálice aos discípulos, e todos beberam do vinho. 24Então Jesus disse:— Isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo. 25Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beber com vocês um vinho novo no Reino de Deus. 26Então eles cantaram canções de louvor e foram para o monte das Oliveiras.Jesus avisa Pedro 27E Jesus disse aos discípulos:— Todos vocês vão fugir e me abandonar, pois as Escrituras Sagradas dizem: “Matarei o pastor, e as ovelhas serão espalhadas.” 28Mas, depois que eu for ressuscitado, irei adiante de vocês para a Galileia 29Então Pedro disse a Jesus:— Eu nunca abandonarei o senhor, mesmo que todos o abandonem! 30Mas Jesus lhe disse:— Eu afirmo a você que isto é verdade: nesta mesma noite, antes que o galo cante duas vezes, você dirá três vezes que não me conhece. 31Mas Pedro repetia com insistência:— Eu nunca vou dizer que não o conheço, mesmo que eu tenha de morrer com o senhor!E todos os outros discípulos disseram a mesma coisa.Jesus no jardim do Getsêmani 32Jesus e os discípulos foram a um lugar chamado Getsêmani. E Jesus lhes disse:— Sentem-se aqui, enquanto eu vou orar. 33Então Jesus foi, levando consigo Pedro, Tiago e João. Aí ele começou a sentir uma grande tristeza e aflição 34e disse a eles:— A tristeza que estou sentindo é tão grande, que é capaz de me matar. Fiquem aqui vigiando. 35Ele foi um pouco mais adiante, ajoelhou-se, encostou o rosto no chão e pediu a Deus que, se possível, afastasse dele aquela hora de sofrimento. 36Ele orava assim:— Pai, meu Pai, tu podes fazer todas as coisas! Afasta de mim este cálice de sofrimento. Porém que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres. 37Depois voltou e encontrou os três discípulos dormindo. Então disse a Pedro:— Simão, você está dormindo? Será que não pode vigiar nem uma hora? 38Vigiem e orem para que não sejam tentados. É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir. 39Jesus foi outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras. 40Em seguida, voltou ao lugar onde os discípulos estavam e os encontrou de novo dormindo. Eles estavam com muito sono e não conseguiam ficar com os olhos abertos. E não sabiam o que responder a Jesus. 41Quando voltou pela terceira vez, Jesus perguntou:— Vocês ainda estão dormindo e descansando? Basta! Chegou a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos maus. 42Levantem-se, e vamos embora. Vejam! Aí vem chegando o homem que está me traindo! Jesus é preso 43Jesus ainda estava falando, quando chegou Judas, um dos doze discípulos. Vinha com ele uma multidão armada com espadas e porretes, que tinha sido mandada pelos chefes dos sacerdotes, pelos mestres da Lei e pelos líderes judeus. 44O traidor tinha combinado com eles um sinal. Ele tinha dito: “Prendam e levem bem seguro o homem que eu beijar, pois é ele.” 45Logo que chegou perto de Jesus, Judas disse:— Mestre!E o beijou. 46Então eles pegaram Jesus e o prenderam. 47Mas um dos que estavam ali tirou a espada, atacou um empregado do Grande Sacerdote e cortou uma orelha dele. 48Então Jesus disse para aquela gente:— Vocês vêm com espadas e porretes para me prenderem como se eu fosse um bandido? 49Eu estava com vocês todos os dias, ensinando no pátio do Templo, e vocês não me prenderam. Mas isso está acontecendo para se cumprir o que as * Escrituras Sagradas dizem. 50Então todos os discípulos abandonaram Jesus e fugiram. 51Um jovem, enrolado num lençol, seguia Jesus. Alguns tentaram prendê-lo, 52mas ele largou o lençol e fugiu nu.Jesus diante do Conselho Superior 53Em seguida, levaram Jesus até a casa do Grande Sacerdote, onde estavam reunidos os chefes dos sacerdotes, alguns líderes dos judeus e alguns mestres da Lei. 54Pedro seguiu Jesus de longe e entrou no pátio da casa do Grande Sacerdote. Ele sentou-se perto do fogo, com os guardas, para se esquentar. 55Os chefes dos sacerdotes e todo o Conselho Superior estavam procurando encontrar alguma acusação contra Jesus a fim de o condenarem à morte. Mas não conseguiram nenhuma. 56Muitos diziam mentiras contra ele, mas as suas histórias não combinavam umas com as outras. 57Alguns se levantaram e acusaram Jesus com mentiras. Eles diziam: 58— Nós ouvimos quando ele disse: “Vou destruir este Templo que foi construído por seres humanos e, em três dias, levantarei outro que não será construído por seres humanos.” 59Mesmo assim as suas histórias não combinavam umas com as outras. 60Aí o Grande Sacerdote se levantou no meio de todos e perguntou a Jesus:— Você não vai se defender dessa acusação? 61Mas Jesus ficou calado e não respondeu nada. Então o Grande Sacerdote tornou a perguntar:— Você é o Messias, o Filho do Deus Bendito? 62Jesus respondeu:— Sou. E vocês verão o Filho do Homem sentado do lado direito do Deus Todo-Poderoso e descendo com as nuvens do céu! 63Aí o Grande Sacerdote rasgou as suas próprias roupas e disse:— Não precisamos mais de testemunhas! 64Vocês ouviram esta blasfêmia contra Deus! Então, o que resolvem?Todos estavam contra Jesus e aí o condenaram à morte. 65Então alguns começaram a cuspir nele. Cobriam o rosto dele, davam bofetadas nele e perguntavam:— Quem foi que bateu em você? Adivinhe!E também os guardas o pegaram e lhe deram bofetadas.Pedro nega Jesus 66Pedro ainda estava lá embaixo no pátio, quando apareceu uma das empregadas do Grande Sacerdote. 67Ela viu Pedro se esquentando perto do fogo, olhou bem para ele e disse:— Você também estava com Jesus de Nazaré. 68Mas ele negou, dizendo:— Eu não o conheço. Não sei do que é que você está falando.E saiu para o corredor. Naquele momento, o galo cantou. 69Quando a empregada viu Pedro ali, começou a dizer aos que estavam perto:— Este homem é um deles. 70Mas ele negou outra vez. Pouco depois, as pessoas que estavam ali disseram de novo a Pedro:— Não há dúvida de que você é um deles, pois você também é da Galileia. 71Aí Pedro disse:— Juro que não conheço esse homem de quem vocês estão falando! Que Deus me castigue se não estou dizendo a verdade! 72Naquele instante o galo cantou pela segunda vez, e Pedro lembrou que Jesus lhe tinha dito: “Antes que o galo cante duas vezes, você dirá três vezes que não me conhece.” Então Pedro caiu em si e começou a chorar.15 Jesus diante de Pilatos 1Assim que amanheceu, os chefes dos sacerdotes se reuniram com os líderes dos judeus, e com os mestres da Lei, e com todo o Conselho Superior e fizeram os seus planos. Eles amarraram Jesus, e o levaram, e entregaram a Pilatos. 2Pilatos perguntou:— Você é o rei dos judeus?— Quem está dizendo isso é o senhor! — respondeu Jesus. 3E os chefes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra ele. 4Então Pilatos fez outra pergunta:— Você não vai responder? Veja quantas acusações estão fazendo contra você! 5Porém Jesus não disse mais nada, e Pilatos ficou muito admirado com isso.Jesus é condenado à morte 6Em toda Festa da Páscoa, o Governador costumava soltar um dos presos, a pedido do povo. 7Naquela ocasião um homem chamado Barrabás estava preso na cadeia junto com alguns homens que tinham matado algumas pessoas numa revolta. 8A multidão veio e começou a pedir que, como era o costume, Pilatos soltasse um preso. 9Então ele perguntou:— Vocês querem que eu solte para vocês o rei dos judeus? 10Ele sabia muito bem que os chefes dos sacerdotes tinham inveja de Jesus e que era por isso que o haviam entregado a ele. 11Mas os chefes dos sacerdotes atiçaram o povo para que pedisse a Pilatos que, em vez de soltar Jesus, ele soltasse Barrabás. 12Pilatos falou outra vez com o povo. Ele perguntou:— O que vocês querem que eu faça com este homem que vocês chamam de rei dos judeus? 13E eles gritaram:— Crucifica! 14— Que crime ele cometeu? — perguntou Pilatos.Mas eles gritaram ainda mais alto:— Crucifica! Crucifica! 15Então Pilatos, querendo agradar o povo, soltou Barrabás, como eles haviam pedido. Depois mandou chicotear Jesus e o entregou para ser crucificado.Os soldados zombam de Jesus 16Aí os soldados levaram Jesus para o pátio interno do Palácio do Governador e reuniram toda a tropa. 17Depois vestiram em Jesus uma capa vermelha e puseram na cabeça dele uma coroa feita de ramos cheios de espinhos. 18E começaram a saudá-lo, dizendo:— Viva o Rei dos Judeus! 19Batiam na cabeça dele com um bastão, cuspiam nele e se ajoelhavam, fingindo que o estavam adorando. 20Depois de terem caçoado dele, tiraram a capa vermelha e o vestiram com as suas próprias roupas. Em seguida o levaram para fora a fim de o crucificarem.A crucificação de Jesus 21No caminho, os soldados encontraram um homem chamado Simão, que vinha do campo para a cidade. Esse Simão, o pai de Alexandre e Rufo, era da cidade de Cirene. Os soldados obrigaram Simão a carregar a cruz de Jesus 22e levaram Jesus para um lugar chamado Gólgota. (Gólgota quer dizer “Lugar da Caveira”.) 23Queriam dar a ele vinho misturado com um calmante chamado mirra, mas ele não bebeu. 24Em seguida os soldados o crucificaram e repartiram as suas roupas entre si, tirando a sorte com dados, para ver qual seria a parte de cada um. 25Eram nove horas da manhã quando crucificaram Jesus. 26Puseram em cima da cruz uma tabuleta onde estava escrito como acusação contra ele: “O Rei dos Judeus”. 27Com Jesus, crucificaram também dois ladrões: um à sua direita e o outro à sua esquerda. 28[Assim se cumpriu o que as Escrituras Sagradas dizem: “Ele foi tratado como se fosse um criminoso.”] 29Os que passavam por ali caçoavam dele, balançavam a cabeça e o insultavam assim:— Ei, você que disse que era capaz de destruir o Templo e tornar a construí-lo em três dias! 30Pois desça da cruz e salve-se a si mesmo! 31Os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei também caçoavam dele, dizendo:— Ele salvou os outros, mas não pode salvar a si mesmo! 32Vamos ver o Messias, o Rei de Israel, descer agora da cruz e então creremos nele!E os ladrões que foram crucificados com Jesus também o insultavam.A morte de Jesus 33Ao meio-dia começou a escurecer, e toda a terra ficou três horas na escuridão. 34 Às três horas da tarde Jesus gritou bem alto:— “Eloí, Eloí, lemá sabactani?” Essas palavras querem dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” 35Algumas pessoas que estavam ali ouviram isso e disseram:— Escutem! Ele está chamando Elias! 36Alguém correu e molhou uma esponja em vinho comum, pôs na ponta de um bastão, deu para Jesus beber e disse:— Esperem! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz! 37Aí Jesus deu um grito forte e morreu. 38Então a cortina do Templo se rasgou em dois pedaços, de cima até embaixo. 39O oficial do exército romano que estava em frente da cruz, vendo Jesus morrer daquele modo, disse:— De fato, este homem era o Filho de Deus! 40Algumas mulheres também estavam ali, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Salomé e Maria, que era mãe de José e de Tiago, o mais moço. 41Essas mulheres tinham acompanhado e ajudado Jesus quando ele estava na Galileia. Além dessas, estavam ali muitas outras mulheres que tinham ido com ele para Jerusalém.O sepultamento de Jesus 42-43Já era quase noite quando chegou José, que era da cidade de Arimatéia. Ele era um homem importante e fazia parte do Conselho Superior. José também esperava a vinda do Reino de Deus. Era o Dia da Preparação, isto é, a véspera do sábado. Por isso José, tomando coragem, foi falar com Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 44Pilatos ficou admirado quando soube que Jesus já estava morto. Chamou o oficial romano e perguntou se fazia muito tempo que Jesus tinha morrido. 45Depois de receber a informação do oficial, Pilatos entregou a José o corpo de Jesus. 46José comprou um lençol de linho, tirou o corpo da cruz e o enrolou no lençol. Em seguida pôs o corpo num túmulo cavado na rocha e rolou uma grande pedra para fechar a entrada do túmulo. 47Maria Madalena e Maria, a mãe de José, estavam olhando e viram onde o corpo de Jesus foi colocado.
Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)

1. LEITURA

Que diz o texto?
Pistas para leitura
Queridos jovens:
É óbvio que fazer uma Lectio Divina com os capítulos da Paixão de Cristo no Evangelho de Marcos é uma tarefa difícil.No entanto, proponho-lhes duas coisas:Primeiro: mais do que nunca, ponhamos o acento na leitura do Texto Sagrado. Por ser um relato longo, sentimos a tentação de enfastiar-nos, de desconectar-nos ou de pensar: já conheço isso!, e não escutar o relato. Concentremo-nos mais do que nunca…Segundo: apresento-lhes um possível esquema para avizinhar-nos da Paixão de Cristo segundo Marcos. É claro que haveria diversas possibilidades de esquemas. Contudo, opto por este a que denomino “As personagens da Paixão de Cristo segundo são Marcos (Mc 14–15).
“As personagens da Paixão de Cristo segundo são Marcos (Mc 14–15)
Nota I: considera-se personagem todo ser humano e/ou receptor de ações dentro do tempo da narração. Podem ser singulares ou plurais. Com nome ou com pronomes ou expressões similares.
Nota II: utiliza-se a denominação TLH e se acrescenta, entre parênteses a tradução mais literal.
Nota III: não faremos perguntas para a leitura, visto que as “personagens” nos dão elementos de sobra para a “reconstrução” pedagógica do relato.
Deixando a personagem central, que é o mesmo Jesus, vamos olhar o que fazem ou dizem, não fazem ou deixam de fazer, as distintas personagens que “desfilam” na Paixão segundo são Marcos.
1. Sacerdotes principais (sumos sacerdotes):
• Juntamente com os escribas, procuram prender Jesus para matá-lo (14,1).• Alegram-se por Judas entregar-lhes Jesus e lhe prometem dinheiro (14,10-12).• Enviam um grupo com espadas e paus, acompanhado por Judas, até Jesus (14,43).• Juntamente com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio, buscam um testemunho contra Jesus, mas não encontram.• Unidos ao resto da assembleia, sentenciam Jesus à morte (14,64).• Reúnem-se em conselho com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio; atam Jesus e o levam perante Pilatos (15,1).• Multiplicam as acusações contra Jesus (15,3).• Entregam Jesus por inveja (15,10).• Incitam a multidão para que peça a liberdade de Barrabás e não a de Jesus (15,11).• Ao lado dos escribas, zombam de Jesus na cruz, dizendo-lhe para descer que assim acreditariam (15,31-32).
2. Mestres da Lei (Escribas):
• Com os sumos sacerdotes, procuram prender Jesus para matá-lo (14,1).• Enviam um grupo com espadas e paus, acompanhado por Judas, até Jesus (14,43).• Ao lado dos anciãos, dos sumos sacerdotes e de todo o Sinédrio, buscam um testemunho contra Jesus, mas não encontram (14,53-56).• Juntamente com o resto da assembleia, sentenciam Jesus à morte (14,64).• Reúnem-se em conselho com os anciãos, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio; atam Jesus e o levam perante Pilatos (15,1).• Junto com os sumos sacerdotes, zombam de Jesus na cruz, dizendo-lhe para descer que assim acreditariam (15,31-32).
3. Simão o leproso:
• Recebe Jesus em sua casa e à sua mesa (14,3).
4. Uma mulher:
• Derrama perfume sobre a cabeça de Jesus (14,3).• Unge antecipadamente o corpo de Jesus para a sepultura (14,8).
5. Alguns dos que estão na casa de Simão:
• Indignam-se e criticam a mulher (14,4-5).
6. Judas Iscariotes, um dos Doze, o traidor:
• Vai ter com os sumos sacerdotes para entregar Jesus, e busca a ocasião propícia para fazê-lo (14,10-12).• Vem até Jesus acompanhado de um grupo com espadas e paus (14,43).• Pede ao grupo que prendam Jesus e que o levem bem vigiado (14,44).• Indica Jesus com um beijo e o chama de mestre (14,45).
7. Discípulos, os Doze, todos os que estão em cena, todos os que estão no monte das Oliveiras
• Perguntam a Jesus sobre os preparativos da refeição pascal (14,12).• Entristecem-se quando Jesus diz que um deles o entregará e se perguntam quem será (14,17-20).• Recebem de Jesus o pão abençoado e partido; bebem do cálice (14,22-23).• Cantam os Salmos da Páscoa (14,26).• Dizem, depois de Pedro, que jamais o negaram e que morrerão com Jesus (14,31).• São levados por Jesus ao Getsêmani (14,32).
8. Dois discípulos:
• São enviados por Jesus para assegurar os preparativos da ceia pascal (14,13-16).
9. Dono de uma casa em Jerusalém:
• Ofereceu a sala para a Páscoa de Jesus e seus discípulos (14,14-16).
10. Pedro:
• Diz a Jesus que não se escandalizará;• Insiste que nunca o negará e que morrerá por ele (14,14-16).• Nega duas vezes que conhece Jesus diante das palavras da servente do sumo sacerdote (67-70).• Nega pela terceira vez que conhece Jesus, amaldiçoando (14,71).• Ao canto do galo, lembra-se das palavras de Jesus e se põe a chorar (14,72).
11. Pedro, Tiago e João:
• São levados por Jesus a um lugar à parte dos outros discípulos dentro do Getsêmani (14,32).• Adormecem no Getsêmani (14,37).
12. Um grupo com facas e paus:
• Acompanham Judas até Jesus (14,43).• Lançam-se contra Jesus e o prendem (14,46).
13. Líderes judeus (anciãos):
• Enviam um grupo com espadas e paus, acompanhado de Judas, até Jesus (14,43).• Junto com os sumos sacerdotes, os escribas e todo o Sinédrio, buscam um testemunho contra Jesus, mas não encontram (14,53-56).• Juntamente com o resto da assembleia, sentenciam Jesus à morte (14,64).• Reúnem-se em conselho com os sumos sacerdotes, com os escribas e todo o Sinédrio; atam Jesus e o levam perante Pilatos (15,1).
14. Um dos que estão no Getsêmani:
• Saca da espada e fere o servidor do sumo sacerdote (14,47).
15. Um jovem envolto em um lençol:
• Segue Jesus, e quando o agarram, foge nu (14,51-52).
16. Chefe dos sacerdotes (sumo sacerdote):
• Junto com os outros sumos sacerdotes, os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio, buscam um testemunho contra Jesus, mas não encontram (14,53-56).• Interroga Jesus; perante seu silêncio, volta a insistir (14,60-61).• Rasga as próprias vestes quando Jesus diz que é o Messias, o Filho de Deus bendito (14,62-63).• Acusa Jesus de blasfêmia (14,64).• Juntamente com o resto da assembleia, sentencia Jesus à morte (14,64).
17. Alguns que estão na assembleia:
• Testificam falsamente contra Jesus (14,57-59).
18. Outros que estão na assembleia:
• Cospem em Jesus e golpeiam-no (14,65).
19. Servidores que estão na assembleia:
• Dão bofetadas em Jesus (14,65).
20. A servente do chefe dos sacerdotes:
• Em duas ocasiões, diz que Pedro estava com Jesus (14,66-69).
21. Os que estavam no pátio:
• Dizem a Pedro que deve ser do grupo de Jesus, porque é galileu (14,70).
22. Pilatos:
• Recebe Jesus, depois da deliberação do Sinédrio com os sumos sacerdotes, com os anciãos e com os escribas (15,1).• Interroga Jesus pela primeira vez (15,2).• Fica admirado porque Jesus não responde nada perante seu segundo interrogatório (15,4-5).• Oferece à multidão a liberdade de Jesus (15,9).• Pergunta à multidão o que deve fazer com Jesus, percebendo claramente que este nada fez de mal (15,12-14).• Para contentar a multidão, põe Barrabás em liberdade (15,15).• Faz açoitar Jesus e entrega-o para que seja crucificado (15,15).• Admira-se de que Jesus tenha morrido tão rápido e manda chamar o centurião para confirmá-lo (15,44).• Entrega o cadáver de Jesus a José Arimateia (15,45).
23. Barrabás:
• Estava no cárcere, preso com outros revoltosos, por um homicídio em um motim (15,7).• É posto em liberdade a pedido da multidão incitada pelos sumos sacerdotes (15,15).
24. As pessoas (multidões):
• Pede o indulto costumeiro da festa de Páscoa (15.8).• Pede que Jesus seja crucificado, gritando cada vez mais forte (15,13-14).
25. Soldados romanos, toda a tropa:
• Dentro do palácio, levam Jesus ao pretório (15,8).• Vestem Jesus com um manto púrpura e colocam a cora de espinhos (15,17).• Golpeiam-lhe a cabeça, cospem nele, zombam, despem-lhe o manto e voltam a pôr-lhe as vestes (15,18-20).• Tiram-no do pretório para crucificá-lo (15,20).• Levam-no ao Gólgota (15,22).• Oferecem-lhe vinho misturado com mirra (15,23).• Crucificam-no ao meio-dia (15,24-25).• Repartem entre si suas vestes, sorteando-as (15,24).
26. Simão de Cirene”
• É obrigado a levar a cruz de Jesus (15,21).
27. Dois bandidos:
• São crucificados com ele (15,27).• Insultam Jesus (15,32).
28. Os que passavam diante da crucifixão:
• Insultam Jesus, desafiando-o a salvar a si mesmo (15,29-30).
29. Alguns dos que estão diante da crucifixão:
• Creem que está chamando Elias (15,35).
30. Um dos que estão diante da crucifixão:
• Dá-lhe de beber vinagre com uma esponja em uma vara (15,36).
31. O oficial romano (centurião):
• Quando Jesus expira, exclama que Jesus era verdadeiramente o Filho de Deus (15,39).• Informa Pilatos sobre a morte de Jesus (15,45).
32. Algumas mulheres, mulheres que haviam subido com Jesus a Jerusalém:
• Olham de longe (15,40-41).
33. Maria Madalena, Salomé e Maria, a mãe de Tiago e de José:
• Estão dentro do grupo de mulheres que olham de longe (15,40).• Olham quando põem o corpo de Jesus no sepulcro (15,47).
34. José de Arimateia:
• Membro notável do Sinédrio que também esperava o Reino de Deus (15,43).• Ao entardecer, por ser véspera de Sábado, pede a Pilatos o corpo de Jesus (15,43-44).• Recebe de Pilatos o cadáver de Jesus (15,45).• Compra um lençol, envolve o corpo de Jesus e o deposita em um sepulcro qualquer cavado na rocha (15,46).• Manda rolar uma pedra à entrada do sepulcro (15,46).

2 – MEDITAÇÃO

O que me diz? O que nos diz?
Perguntas para a meditação
  • Conscientes de que Jesus é a personagem central do relato, e olhado todas as personagens humanas que desfilam diante dele em sua Paixão e Morte:
  • Em que me identifico com cada uma delas?
  • Que há em mim do positivo e do negativo das diversas personagens?
  • Quais seriam, hoje, os sinais negativos daqueles que confabulam e rechaçam Jesus?
  • Como se poderiam atualizar hoje as atitudes positivas do que tentam acompanhar Cristo em sua Paixão?

3 – ORAÇÃO

O que lhe digo? O que lhe dizemos?
Para o momento da oração, propomos-lhes orar com os primeiros versículos do Salmo 22 (21):
22 (21)Angústia e LouvorSalmo de Davi.1 Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Por que ficas tão longe? Por que não escutas quando grito pedindo socorro? 2 Meu Deus, durante o dia eu te chamo, mas tu não respondes. Eu te chamo de noite, mas não consigo descansar.
É interessante notar que a primeira frase do salmo são as palavras que o Senhor pronuncia no momento de sua morte. Conferir Mc 15.34.

4 – CONTEMPLAÇÃO

Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
Para interiorizar esta mensagem da Palavra deste Domingo de Ramos, proponho-lhes retomar as palavras do oficial romano (centurião) imediatamente depois da morte do Senhor (Mc 15,39).Repetir pausada e ritmicamente:
  • Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus…
  • Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus…
  • Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus…

5 – AÇÃO

A que me comprometo? A que nos comprometemos?
Propostas pessoais
  • Reler mais uma vez, de forma corrida, o relato da Paixão de Cristo segundo são Marcos.• Escolher uma atitude positiva de alguma das personagens que “desfilam” na Paixão e buscar cumpri-la cotidianamente na vida.
Propostas comunitárias
  • Com seu grupo de jovens, dividir os relatos da Paixão segundo cada um dos quatro Evangelhos (Mt, Mc, Lc e Jo). Lê-los individualmente, em primeiro lugar, e a seguir, em grupo; voltar a lê-los para detectar os matizes ou detalhes que cada um comenta. Perceber a riqueza de cada evangelistas em particular e da leitura em conjunto dos quatro.
  • Em Mc 15,21, fala-se do Cireneu, um tal Simão de Cirene, que carrega a Cruz de Jesus sobre seus ombros. Dialogar no grupo juvenil a respeito de quem poderiam ajudar a carregar a cruz. Pensar a quem, especialmente dentre os jovens, se pode ajudar a carregar a cruz no futuro.

Missa dos Santos Óleos

Aconteceu no dia 31/03, na Diocese de Barreiras a Missa dos Santos Óleos, onde ocorre a benção dos Óleos para os Sacramentos e a Renovação das promessas Sacerdotais. O óleo de oliva misturado com perfume (bálsamo) é consagrado pelo Bispo para ser usado nas celebrações do Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e Ordenação.



segunda-feira, 26 de março de 2012

Diáconos Permanentes da Diocese de Barreiras celebram 10 anos de ordenação






Dia 23 de março, às 19h30, no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Dom Josafá Menezes presidiu a Eucaristia em Ação de Graças pelos 10 anos de ordenação dos diáconos permanentes: Martin Mayr, Adão Alves de Souza, José Divino Luiz dos Santos, João Batista Magalhães, Evaldo Antônio Ruff, Danilo Grindatto, Sansão Xavier de Oliveira, Gerson de Melo, Geraldo Isidoro da Silva, Manoel Xavier Neves, José de Santana Filho e Miguel Francisco de Souza. Estavam presentes os Padres: Eraldo Bispo da Silva, José Grigório da Silva, Iolando Alcântara e Verneson Francisco de Souza.
Participaram da celebração as esposas, filhos, netos, irmãos, outros parentes e as comunidades onde os diáconos servem ministerialmente. Dom Josafá Menezes, na homilia, falou da importância do diaconato na Igreja de Barreiras, do testemunho dos diáconos e dos candidatos que se preparam para a ordenação. No final da missa, o diácono Murilo Barros Pedrosa, coordenador diocesano dos diáconos permanentes, fez uma belíssima saudação, versando inclusive sobre a teologia e espiritualidade do diaconato permanente. “São homens casados de nossas comunidades que se sentem chamados para o serviço ministerial. Os diáconos são servidores da Palavra de Deus e da caridade cristã. São homens que além da vida familiar e profissional, encontram tempo para doar a Deus e à comunidade”.
Depois da despedida, todos foram ao Salão Paroquial Divina Misericórdia para o jantar de confraternização.

domingo, 25 de março de 2012

Profissão x Vocação



Textos bíblicos
Mateus 25,14-30; João 14, 5 - 7
Leia estes textos com calma, um de cada vez, procurando trazê-los para a sua vida.

Precisamos distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Veja o quadro abaixo e observe a distinção entre uma e outra:
Profissão
Vocação
1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um trabalho 1. chamado de Deus para uma missão, que se origina na pessoa como reação-aspiração do ser
2. preocupação principal: o "ter", o sustento da vida 2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o serviço
3. pode ser trocada 3. é para sempre
4. é exercida em determinadas horas 4. é vivida 24 horas por dia
5. tem remuneração 5. não tem remuneração ou salário
6. tem aposentadoria 6. não tem aposentadoria
7. quando não é exercida, falta o necessário para viver 7. vive da providência divina
8. na profissão eu faço 8. ha vocação eu vivo

A profissão dignifica a pessoa quando é exercida com amor, espírito de serviço e responsabilidade. A vocação vivida na fidelidade e na alegria confere ao exercício da profissão uma beleza particular, é o caminho de santidade.

Alô Meu Deus

Alô meu Deus, fazia tanto tempo que eu não mais te procurava. Alô meu Deus, senti saudades tuas e acabei voltando aqui. Andei por mil caminhos e, como as andorinhas, eu vim fazer meu ninho em tua casa e repousar. Embora eu me afastasse e andasse desligado, meu coração cansado, resolveu voltar. Eu não me acostumei, nas terras onde andei. Eu não me acostumei, nas terras onde andei..


Alô meu Deus, fazia tanto tempo que eu não mais te procurava. Alô meu Deus, senti saudades tuas e acabei voltando aqui. Gastei a minha herança, comprando só matéria, restou-me a esperança de outra vez te encontrar. Voltei arrependido, meu coração ferido e volto convencido que este é o meu lugar.





Padre Zezinho, SCJ - Alô, Meu Deus




O Braço do Crucifixo

Numa antiga catedral, pendurado a uma grande altura, está um enorme crucifixo de prata que possui duas particularidades. A primeira é a coroa de espinhos sobre a cabeça da estátua de Jesus: toda feita em ouro maciço e ornamentada de pedras preciosas. O seu valor é incalculável. A segunda particularidade é que o braço direito da imagem de Jesus está afastado da cruz e pende no vazio. Uma história explica o que aconteceu.

Numa noite de muitos anos atrás, um ladrão corajoso e com jeito de acrobata planejou roubar a esplêndida coroa de ouro e pedras preciosas. Amarrou uma corda numa das janelas ao redor da abóbada central, acima do crucifixo, e desceu por ela até a cruz. No entanto a coroa estava solidamente fixada na cabeça da estatua e o ladrão tinha só uma faca para tirá-la. Enfiou a faca de baixo da coroa e começou a mexer com todas as suas forças. Pelejou por muito tempo suando e bufando. A lâmina da faca quebrou, e a corda também se desprendeu da janela porque não aguentou tanta agitação. O ladrão ia se espatifar no chão da catedral, mas, de repente, o braço do crucifixo o agarrou e o segurou. Sorte grande a do ladrão! Na manhã seguinte, os zeladores da igreja o encontraram lá em cima, são e salvo. O braço do crucifixo, ainda, o estava segurando. A história não revela mais detalhes, portanto não dá para conferir, mas acolhemos com simplicidade a mensagem.

Estamos chegando perto da Páscoa e, por isso, somos convidados a olhar com mais atenção a Jesus crucificado. No evangelho deste domingo, ele nos fala do grão de trigo que, para produzir frutos, deve morrer. De outra forma, continuaria sendo apenas um grão de trigo. É uma comparação clara para nos convencer a fazer da nossa vida um dom. Jesus garante que quem quiser segurar a própria vida, no final, irá perdê-la, mas quem a tiver doado com generosidade a conservará para a vida eterna. Mais uma vez somos chamados a tomar uma decisão sobre o nosso jeito de viver. Ser cristão é crer no Filho que o Pai enviou e viver seguindo o seu exemplo. O amor de Jesus foi até a cruz. Portanto, ele pode pedir uma resposta generosa de nossa parte porque, por primeiro, ele nos amou até o último suspiro de sua vida terrena.

Aprendemos também, no evangelho, que um grupo de gregos pede ao apóstolo Filipe para poder "ver" Jesus. Talvez seja também a nossa legítima e, às vezes, angustiante curiosidade. No entanto a resposta que ele nos dá ajuda a entender que apenas vê-lo ainda não significa acolhê-lo e, menos ainda, amá-lo e segui-lo no caminho da cruz. Em outras palavras, parece-me, que Jesus nos convide a passar de um conhecimento visual ou intelectual a um seguimento real e amoroso, tornando-nos "servidores" dele, aprendendo com ele a servir e não a dominar; a doar a nossa vida para o bem dos irmãos, em lugar de, quem sabe, aproveitar-nos deles, ou até tirar-lhes a vida ou o necessário para viver. O nosso verdadeiro encontro com Jesus passa pela cruz; somente quem consegue sair do seu egoísmo e compadecer-se pelos sofrimentos dos irmãos começa a perceber quão grande foi o amor gratuito dele. De outra maneira, o que pensamos ser o nosso conhecimento sobre o Senhor não passará de discussões e debates feitos de palavras. Jesus não nos salvou com teorias ou projetos mirabolantes, ele assumiu a nossa condição humana até a morte e nos mostrou o único caminho para uma verdadeira mudança.

Quantos planos de reformas, bonitos e bem estudados em si, não saem do papel simplesmente porque ninguém quer renunciar a nada, porque todos querem - ou queremos - ficar agarrados aos nossos privilégios, disfarçados, às vezes, de direitos? Hoje, parece impensável, vergonhoso e sinal de derrota, perder alguma coisa. Perder algo, fique claro, para que outros possam ganhar em dignidade, saúde, felicidade e vida plena. Assistimos a uma disputa desenfreada para conseguir mais. Qualquer coisa serve: dinheiro, prestígio, poder. Como se tudo fosse sem fim e sem limites. Jesus fala de "perder" não um pouco do nosso salário, um jogo, ou uma disputa eleitoral, mas de perder, doando, a nossa própria vida. É quando a doamos que encontraremos novamente, bem guardada, como um tesouro imperecível no céu.

Somos todos, um pouco, como aquele ladrão da catedral. Queremos a coroa de ouro exclusivamente para nós. Jesus quer nos segurar nos seus braços para nos salvar do abismo da ganância. Esta conduz ao esquecimento - que depois é a morte - do nosso próximo. Dom Pedro José Conti.jpgSeguindo Jesus no caminho da vida oferecida seremos abençoados por Deus e pelos pobres. Salvando a vida deles, salvaremos também a nossa para sempre.



DOM PEDRO JOSÉ CONTI
Bispo de macapá/AP


Lectio Divina, Domingo, 25 de março de 2012, 5º Domingo da Quaresma – Ano B


TEXTO BÍBLICO: João 12,20-33

Alguns não-judeus vão ver Jesus
20Entre o povo que tinha ido a Jerusalém para tomar parte na festa, estavam alguns não-judeus. 21Eles foram falar com Filipe, que era da cidade de Betsaida, na Galileia, e pediram:
— Senhor, queremos ver Jesus.
22Filipe foi dizer isso a André, e os dois foram falar com Jesus. 23Então ele respondeu:
— Chegou a hora de ser revelada a natureza divina do Filho do Homem. 24Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo. 25Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira. 26Quem quiser me servir siga-me; e, onde eu estiver, ali também estará esse meu servo. E o meu Pai honrará todos os que me servem.
Jesus anuncia a sua morte
27Jesus continuou:
— Agora estou sentindo uma grande aflição. O que é que vou dizer? Será que vou dizer: Pai, livra-me desta hora de sofrimento? Não! Pois foi para passar por esta hora que eu vim. 28Pai, revela a tua presença gloriosa!
Então do céu veio uma voz, que dizia:
— Eu já a revelei e a revelarei de novo.
29A multidão que estava ali ouviu a voz e dizia que era um trovão. Outros afirmavam que um anjo tinha falado com Jesus. 30Mas ele disse:
— Não foi por minha causa que veio esta voz, mas por causa de vocês. 31Chegou a hora de este mundo ser julgado, e aquele que manda nele será expulso. 32E, quando eu for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim.
33Ele dizia isso para indicar de que maneira ia morrer.
Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)

LEITURA

Que diz o texto?
Pistas para leitura
Queridos lectionautas:
O Evangelho de João divide-se em duas grandes partes. Do capítulo 1 ao 12, é chamado de “livro dos sinais”, porque, de maneira particular, apresentam-se os “sinais” de Jesus que revelam que é ele o Messias, o Filho amado do Pai. A partir do capítulo 13, até o 21, é chamado de “livro da hora”, porque, de maneira especial, insiste-se em que é chegada “a hora” de Jesus.
O texto que partilhamos hoje é tirado do capítulo 12 de João, ou seja, do final do “livro dos sinais”, que faz a passagem para o “livro da hora”. Todo este capítulo 12, de forma pontual, quer mostrar que a glorificação de Cristo se realiza mediante a morte.
À primeira vista, pareceria que o texto apresenta diversos elementos um pouco dispersos. Há várias maneiras de estruturá-lo. Aqui, propomos uma divisão em três partes:
Versículos 20-22: pergunta para ter acesso a Cristo.
Versículos 23-26: o “preço” que se paga para ter acesso a Cristo.
Versículos 27-33: possibilidade de acesso a Cristo.
Analisaremos brevemente cada uma destas partes.
Quando o evangelho fala que uns gregos queriam ver Jesus, isto pode ser entendido de duas maneiras: tratava-se realmente de pessoas de nascimento, religião e cultura grega (pagãos ou gentios), ou de judeus que viviam fora de Jerusalém e tinham cultura grega. O texto não o esclarece. O importante é que querem ver Jesus, e por isso, dirigem-se a um de seus discípulos, Filipe, que, a seguir, fala com André a esse respeito, e assim, ambos comunicam-no ao Senhor. É interessante notar que tanto Filipe quanto André são nomes de origem grega. O texto tampouco narra se esses gregos se encontraram ou não com Jesus… O importante é considerar que, em João, “querer ver” é sinal de “querer crer”.
Na segunda parte do relato, na tentativa de captar o “preço” que se paga para ter acesso ao Senhor, temos três pequenas parábolas. A primeira é a do grão de trigo no versículo 24. Aqui fica claro que a morte é um fracasso somente na aparência. O grão realmente desaparece, apodrece, mas dá lugar a uma planta que cresce e que dá muitos outros grãos. Em sentido estrito, “fracasso” seria caso o grão não morresse. Assim, é necessário que Cristo morra para chegar à glória, como é necessário que o discípulo de Cristo morra para chegar também à glória de Cristo. A segunda parábola está no versículo 25. Poderíamos retraduzi-la em uma pergunta: o que é mais importante: obedecer a Cristo ou cuidar da própria vida? O que é mais importante: as razões, os motivos de minha vida, ou a própria vida? A resposta é óbvia, mesmo que difícil de vivê-la… A terceira parábola está no versículo 26. Pode-se intitulá-la ‘a parábola do servidor’. Aqui se conjugam dois verbos que expressam muito bem a realidade de um autêntico servente: servir e seguir seu amo. Para nosso caso, trata-se de servir e seguir Jesus Cristo, para estar onde ele está. Como motivação eterna, levar em conta que o Pai dos Céus nos premiará.
A terceira parte é a mais compacta e clara. No versículo 27, aparece o equivalente ao Evangelho de João da agonia de Jesus no Getsêmani, de acordo com os sinóticos. O que a Tradução na Linguagem de Hoje traz como “a minha alma está perturbada”, corresponde ao verbo tarássein do original grego do NT. No caso de Jesus, trata-se de um turbamento psicológico, mas sobretudo de uma turbação espiritual. Em sua natureza humana, Jesus tem a tentação de afastar-se do caminho de obediência ao Pai, mas não sucumbe. Aceita a vontade do Pai e pede-lhe que mostre ao mundo seu poder através dele. Então se escuta surpreendentemente a voz confirmatória do Pai, como se havia escutado no Batismo (cf. Mc 1,11) e na Transfiguração (cf. Mc 9,7). A voz está em função dos que querem crer em Jesus. O relato culmina com a certeza de que Jesus atrai a todos para si e, deste modo, arrebata de Satanás sua presa e se converte no adiantamento de nossa salvação.
Para levar em conta: o verbo tarássein já havia aparecido em Jo 11,3, no relato da morte e da ressuscitação do amigo Lázaro, e aparecerá novamente em 13,21, quando do anúncio da traição de Judas, em quem havia entrado o Diabo (cf. Jo 13,21).
Outros textos bíblicos a serem comparados: Mt 16,25; Mc 8,35; Lc 9,24; Mc 1,11; Mc 9,7.
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar o índice temático da Bíblia de Estudo NTLH o verbete: “Glória, glorificar, glorioso” (traduzido também por “honra”, “honrar” e “resplendor”).
Perguntas para a leitura
  • Por que há tantas pessoas em Jerusalém?
  • Quem são os que se aproximam de Filipe?
  • O que faz Filipe?
  • Como começa a resposta de Jesus?
  • Que significa a parabolinha do grão de trigo?
  • Que reflexão Jesus faz a respeito da vida?
  • Quais devem ser as atitudes do autêntico servidor de Jesus?
  • O que acontece com Jesus depois de pronunciar estas diminutas parábolas? Por que reage assim? Para que Jesus veio ao mundo? Qual é sua missão?
  • O que se escuta neste momento?
  • O que escutam os que estão presentes?
  • Para que se escutou a voz do Pai?
  • Que fará Jesus quando o pendurarem da Cruz?

2 – MEDITAÇÃO

O que me diz? O que nos diz?
Perguntas para a meditação
  • O que implica para mim, hoje, a frase: “Queremos ver Jesus”?
  • Quero realmente ver o Senhor? Quero crer nele e em sua Palavra?
  • Tenho a atitude de Filipe e de André, que levam até Jesus a preocupação com estes irmãos que querem vê-lo?
  • Aproximo outras pessoas para o encontro com o Senhor?
  • A que me convida, hoje, a pequena parábola do grão? O que vale mais para mim: a obediência a Cristo ou minha vida? Quem está primeiro em minha escala de valores: as razões e os motivos de minha vida, ou minha própria vida?
  • Tenho medo de “morrer” sabendo que, na realidade, é morte para a vida?
  • A que coisas devo morrer hoje, para que se cumpra em mim o que esta parabolinha nos ensina?
  • Tenho medo do fracasso – do fracasso real, do fracasso aparente…? Por que tenho medo?
  • Estou realmente decidido a seguir o Senhor e ser seu autêntico servidor?
  • Em que situações de minha vida me sinto sofrendo e confuso como hoje Jesus mesmo se nos apresenta?
  • Sou capaz de aprender de Jesus a buscar sempre a vontade do Pai, mesmo que doa e seja difícil? Ou me deixo tentar facilmente pelo escapismo e pela superficialidade?
  • Escuto a voz do Pai que me confirma a salvação trazida pela entrega do Filho?
  • Deixo-me seduzir pelo Diabo, ou colaboro com Jesus que o “expulsa”?
  • Olho para a Cruz de Jesus como a garantia da salvação e da vida eterna?

3 – ORAÇÃO

O que lhe digo? O que lhe dizemos?
Para o momento da oração, propomos-lhes o texto do Documento Final de Aparecia, que reflete sobre os jovens:
Os jovens e adolescentes constituem a grande maioria da população da América Latina e do Caribe. Representam enorme potencial para o presente e o futuro da Igreja e de nossos povos, como discípulos e missionários do Senhor Jesus. Os jovens são sensíveis a descobrir sua vocação a ser amigos e discípulos de Cristo. São chamados a ser “sentinelas da manhã”, comprometendo- se na renovação do mundo à luz do Plano de Deus. Não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido. Por sua generosidade, são chamados a servir a seus irmãos, especialmente aos mais necessitados, com todo o seu tempo e vida. Têm capacidade para se opor às falsas ilusões de felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool e de todas as formas de violência. Em sua procura pelo sentido da vida, são capazes e sensíveis para descobrir o chamado particular que o Senhor Jesus lhes faz. Como discípulos missionários, as novas gerações são chamadas a transmitir a seus irmãos jovens, sem distinção alguma, a corrente de vida que procede de Cristo e a compartilhá-la em comunidade, construindo a Igreja e a sociedade.
(Documento de Aparecida, 443)
Note-se como aparecem muitos dos temas que temos meditado no texto deste Domingo: o Plano de Deus, o sacrifício, a entrega da própria vida etc.

4 – CONTEMPLAÇÃO

Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
Um belo exercício para interiorizar o texto bíblico que meditamos hoje pode ser repetir a frase dos gregos – “Queremos ver Jesus” –, associando situações da vida cotidiana nas quais cremos que seja mais necessário:
Queremos ver Jesus no rosto dos mais pobres…
Queremos ver Jesus em meio ao árduo trabalho de cada dia…
Queremos ver Jesus…
Queremos ver Jesus…

5 – AÇÃO

A que me comprometo? A que nos comprometemos?
Propostas pessoais
  • Usar constantemente na oração pessoal a jaculatória bíblica: “Queremos ver Jesus”.
  • Integrar em minha vida espiritual os verbos: servir e seguir, para ser um autêntico missionário de Jesus.
Propostas comunitárias
  • Comentar em seu grupo de jovens as dificuldades que existem em seus ambientes para valorizar adequadamente a vida que Cristo nos traz.
  • Escolher uma tarefa concreta para expressar comunitariamente com outros jovens, nesta Quaresma, o desejo de servir a Cristo nos irmãos mais pobres, como nos recorda o número de Aparecida que utilizamos para o estágio da Oração nesta Lectio Divina.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Lectio Divina, Domingo, 11 de março de 2012, 3º Domingo da Quaresma – Ano B


Leituras
Êxodo 20,1-17. Não terá outros deuses além de mim.
Salmo 18/19,8-11. A lei do Senhor Deus é perfeita.
1Coríntios 1,22-25. A fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
João 2,13-25. Tirai isso daqui.

"NÃO FAÇAIS DA CASA DE MEU PAI UMA CASA DE COMÉRCIO"

1- PONTO DE PARTIDA
Hoje é o domingo da expulsão dos vendilhões do templo. O tema central da celebração deste 3º Domingo da Quaresma é a adoração de Deus. Cristo é o templo da Nova Aliança. Neste terceiro domingo de nossa caminhada, rumo à Páscoa do Senhor, encontramos Jesus em Jerusalém, testemunhando o seu gesto profético da purificação do Templo e o anúncio da ressurreição. Em Jesus Cristo, templo vivo de Deus contemplamos a glória do Pai.
Nosso mundo é regido pelo pensamento único do mercado global. Tudo se submete a ele. As próprias leis, bonitas no papel (como a Declaração dos Direitos Humanos e tantas outras iniciativas), cedem diante desta "lei maior", deste novo "deus" ou diante deste imperativo do dogma do pensamento único do mercado.
O que nos tem a dizer sobre isso a liturgia deste terceiro domingo da Quaresma?
2- REFLEXÃO BÍBLICO, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os textos
Primeira leitura - Êxodo 20,1-17. Moisés deu a lei que passou; em Cristo, a Aliança é definitiva. Esta leitura nos relata a promulgação solene dos Dez Mandamentos, que selou a primeira Aliança de Deus com seu povo, logo depois da libertação da escravidão do Egito, no deserto do Sinai. Os três primeiros mandamentos referem-se a Deus; os outros sete, ao próximo. O tema central deles é a "proteção da vida humana", porque no Egito se matava muito, a começar pelas crianças recém-nascidas. O versículo 13 garante o direito à vida. "Não matar" não significa só deixar viver, mas também não deixar morrer. Não criar ou não permitir condições tais que levem o próximo à morte.
A imagem com a qual Javé se revela a Israel é a do libertador do seu Povo da escravidão (cf. versículo 2a). A presença do Senhor reconhece-se por esta sua contínua atividade libertadora. Só nesta perspectiva se podem compreender os Mandamentos, que são todos um convite a respeitar a dignidade de cada pessoa, libertando-o de qualquer forma de idolatria (versículos 3-4) e de escravidão (versículos 8-11).
Os Mandamentos podem ser lidos e interpretados a partir do mandamento do repouso do sábado (versículos 8-11). Este mandamento é exclusivo de Israel, desconhecido das outras culturas, e por isso distintivo do Povo do Senhor. Com este mandamento é reconhecida a grande dignidade do ser humano, criado à imagem e semelhança do seu Criador (cf. Gênesis 1,26).
Desta grande consideração pela dignidade do ser humano derivam depois todos os outros Mandamentos, quer os que dizem respeito ao relacionamento com Deus (cf. versículo 2b-7), que os que se relacionam com o comportamento com as outras pessoas (cf. versículos 12-17). Precisamente porque chamado a ser imagem e semelhança do seu Deus, o ser humano só se degradará ao adorar outras divindades. Chamado a colaborar com o seu Senhor na Criação, a relação que instaurará com as outras pessoas consistirá em ter somente comportamentos que transmitam vida.
O mandamento de não cometer adultério, versículo 14, está ordenada à defesa da vida e da família. Para que o matrimônio possa cumprir sua finalidade, exige-se a fidelidade entre os esposos. A Bíblia leva a sério "o amor, o matrimônio, a vida e a fecundidade". O mandamento dirige-se tanto à mulher, como ao homem.
O mandamento de não furtar, do versículo 15, não visa só os bens do próximo. Trata-se, antes de tudo, da própria pessoa, de sua liberdade. O rapto de pessoas e sua escravização são considerados gravíssimos pecados de furto (Êxodo 21,16; Deuteronômio 24,7). Reter o salário de um operário também é um furto (Deuteronômio 24,15; Lv 19,13).
Muito pelo contrário do que se pensa, o Primeiro Testamento não visa só os atos externos. O 10º mandamento (versículo 17) tem como objeto o desejo, a cobiça das coisas do próximo. Tem em mira a raiz do pecado, o desejo desregrado que nasce no coração do homem (Mateus 15,19). O mandamento aponta essa cobiça como um pecado que se opõe à Aliança.
No Salmo responsorial 18/19,8-11. O Salmo 18/19 mistura dois tipos, e isso levou muita gente a dividi-lo em dois. De fato, dos versículos 2 a 7 temos um hino de louvor, sem nenhuma introdução. Nele o céu e o firmamento, o dia e a noite, em silêncio, cantam os louvores de quem os criou. É portanto, um hino de louvor ao Deus criador. Mas na segunda parte (versículos 8-15) o estilo é sapiencial, apresentando uma reflexão sobre a Lei de Deus, também chamada de "testemunho" (versículo 8b), "preceitos" (versículo 9a), "mandamento" (versículo 9b), "temor" (versículo 10a) e "decisões". São seis palavras para dizer basicamente a mesma coisa. Ao lado de cada uma dessas palavras repete-se sempre o nome "Javé".
Este salmo fala que a lei do Senhor é fonte de energia, luz e conforto, sabedoria para os simples, alegria para o coração e carregada de justiça. Obedecer a lei do Senhor nos livra dos grandes pecados. O "jugo" do Senhor "é suave e o seu peso leve", e quem o acolhe encontra descanso para a sua vida (cf. Mateus 11,29-30). O acolhimento da vontade de Deus não mortifica as pessoas mas torna-as uma pessoa esplêndida: "Os preceitos do Senhor são claros e iluminam os olhos" (versículo 9).
O rosto de Deus no Salmo 18/19 é muito interessante. Duas imagens de Deus são muito fortes neste Salmo: o Deus da Aliança (versículos 8-15), que entrega a Lei a seu Povo, e o Deus Criador, reconhecido como tal e por suas criaturas em todo o mundo (versículos 2-7). Portanto, o rosto de Deus como Aliança, significa "acordo" com o Povo e Criador que ama as suas criaturas.
O Novo Testamento viu em Jesus Cristo o cumprimento perfeito da Nova Aliança, aquele que fez ver de forma perfeita o Pai (João 1,18; 14,9). Sua Lei é o amor (João 13,34). Jesus louva o Pai por ter revelado seu projeto aos pequeninos (Mateus 11,25) e mandou aprender com os lírios do campo e as aves do céu o amor que o Pai tem por nós Mateus (6,25-30).
Agradeçamos ao Senhor pela garantia de liberdade que Ele nos dá através de sua Aliança em Jesus Cristo.
Segunda leitura - 1Cor 1,22-25. No tempo de Paulo, muitos queriam chegar a Deus usando somente a inteligência. Mas a sabedoria de Deus, que atua a reconstituição da Aliança na crucifixão do Filho, não é compreendida como sabedoria, mas é escândalo para aqueles que não são chamados. O apóstolo Paulo lembra à comunidade de Corinto que a vida cristã é escândalo para os judeus e loucura para os pagãos. Mas, para os eleitos das comunidades cristãs, é poder e sabedoria de Deus, que confunde os sábios deste mundo.
"A Lei nos diz que o Messias vai permanecer aqui para sempre. Como podes dizer que é preciso que o Filho do Homem seja levantado?" (cf. João 12,34). Como acreditar num Messias que não sé é morto, mas que morre da morte dos malditos, "como está escrito: Maldito seja todo aquele que for suspenso no madeiro"? (Gálatas 3,13; cf. Deuteronômio 21,23). A morte ignominiosa da cruz era considerada o sinal mais evidente de que Jesus não podia ser o libertador esperado (cf. Lucas 24,21). Ao contrário, Paulo exorta os cristãos a não pensarem segundo a mentalidade das pessoas, mas segundo Deus (cf. Mateus 16,23).
Um Deus crucificado num patíbulo será sempre impossível de acreditar por todos aqueles que, como os judeus, constantemente procuram manifestações do poder de Deus e esperam sinais e prodígios. Um Deus que Se faz servo das pessoas Se tornará incompreensível da parte de todos os que, como os gregos, fazem da própria sabedoria um pedestal para exercer o seu poder sobre as pessoas (cf. versículos 22-23) Mas é na Cruz, onde um homem morre por amor, que se encontra o verdadeiro "poder de Deus" e a verdadeira "sabedoria de Deus" (versículo 24), e Jesus Crucificado é o único sinal do Senhor para toda a Humanidade.
A doutrina anunciada por Paulo, então, apresenta-se como oposta às pretensões dos judeus e gregos. Na contradição da cruz está a grandeza-triunfo de Deus. Sua ação parece fraca e louca, mas nela manifesta-se a grandeza-força e sabedoria de Deus que confunde os fortes e sábios deste mundo (1Coríntios 1,27s). No entanto, os que têm fé, vêem na "fraqueza e loucura" (Gálatas 5,11) do agir divino o sinal de sua misericórdia. O anúncio da cruz, que parecia contradizer a esperança das pessoas, pela luz da fé é visto como vitória (João 12,34). O instrumento de maldição, usado no suplício dos condenados, tornou-se instrumento de salvação. Mais uma vez a sabedoria de Deus trilhou caminhos que não são os da sabedoria dos seres humanos.
Evangelho - Jo 2,13-25). O tema central de hoje é a adoração de Deus. É o que o Primeiro Testamento entende por "temor de Deus". Este termo não aponta um medo infantil diante de um Deus policial, mas todo o sentimento de submissão e receptividade diante do Mistério. Israel não pode "temer" outros deuses (2Reis 17,7.35 etc.). Este temor de Deus se expressa, antes de tudo na Lei do Sinai, cujo resumo são os Dez Mandamentos. Inicia com o mandamento do temor de Deus: só a Deus se deve adorar, pois Ele é um Deus que age: tirou Israel do Egito. Mas o temor de Deus não diz respeito tão-somente à atitude diante de Deus, mas também no relacionamento com o próximo (o co-esraelita, em primeira instância). Pois Deus não estaria bem servido com um povo cujos membros se devorassem mutuamente. Daí o "culto" (adoração de Deus) implicar imediatamente num "etos" (critérios de comportamento).
As leituras dos domingos da Quaresma estão todas centradas no rosto do Pai, na tentativa de eliminar as crenças que ofuscam o seu esplendor. No primeiro domingo o Livro do Gênesis apresenta um Deus desarmado: "Colocarei o meu arco nas nuvens" (Gênesis 9,13), que não castiga o ser humano pelos seus pecados mas que é fiel à sua Aliança com a Humanidade (cf. Gênesis 9,8-15). No segundo domingo a leitura, extraída também do Livro do Gênesis, era centrada sobre um Deus que rejeita os sacrifícios humanos (cf. Gênesis 22,1-2.9a.10-13.15-18). Nesta evolução da purificação, o Evangelho de hoje revela a imagem que Jesus não quer sacrifícios de animais ou coisas. Em todas as religiões as pessoas projetaram freqüentemente sobre a divindade o tipo de relacionamento experimentado com os poderosos da terra. Habituados a ter que oferecer os seus bens melhores aos patrões, pensaram obter de maneira parecida a bondade da divindade oferecendo-lhe o que de melhor tinham na sua vida. Com Jesus, tudo isto acaba. Expulsando os vendedores do Templo de Jerusalém, o Filho de Deus não pretende purificar o lugar santo corrompido pelo comércio, mas impedir um culto que na realidade era só fachada e o pretexto da casta sacerdotal para desfrutar do povo e impor o seu domínio sobre ele.
Jesus anuncia o sacrifício que vai restabelecer a Aliança e a ressurreição que é garantia maior da "nova Aliança". Na sociedade judaica do tempo de Jesus o Templo havia se transformado no centro do poder religioso, político e econômico, onde agia a cúpula governamental (o Sinédrio) e onde se guardavam também imensas riquezas. De lugar de culto ao verdadeiro Deus, o Templo havia se transformado em instrumento de opressão e exploração do povo. A lei de Deus não era mais para defender a vida. Por isso, Jesus é tomado por uma "ira profética": pega um chicote e expulsa os negociantes que estavam transformando o templo de Deus num mercado. Contudo, Jesus não pensa em uma restauração do Templo de Jerusalém como casa de oração, "mas na sua substituição". Para João, o sentido deste trecho lido neste terceiro domingo é anunciar Jesus como o Novo Templo, lugar da revelação e adoração do Pai, isto é, a pessoa de Jesus Cristo é o lugar onde se encontra Deus.
A Aliança entre Deus e o seu Povo era descrita pelos profetas com a metáfora esponsal. Mas nesse matrimônio entre Deus e Israel já não há amor. Eis a razão porque nas Bodas de Caná na Galiléia mudou a água em vinho, símbolo do amor dos esposos (cf. Cântico dos Cânticos 2,6), que veio a faltar. A nova relação com deus agora já não se baseia nos esforços das pessoas (figurados nas "talhas" que continham a água para a purificação: cf. João 2,6), mas no acolhimento do seu amor gratuito.
Portanto, uma vez entrando no Templo de Jerusalém, Jesus expulsa a todos dali, incluindo os animais destinados aos sacrifícios. O Pai não requer nenhum tipo de oferenda ou de sacrifício (cf. Mateus 8,13), mas é Ele que oferece tudo a todos (cf. Atos 17,25). Embora expulsando os vendedores de bois e de ovelhas, Cristo dirige a sua censura unicamente aos vendedores de pombas (cf. versículo 16), animal símbolo do Espírito, o amor do Pai que não pode ser vendido, mas apenas oferecido.
Aqui está também a importância da antiga Aliança. A síntese das leituras bíblicas deste domingo pode formular-se deste modo: "o novo templo espiritual" constrói-se sobre Cristo, morto e ressuscitado (evangelho e segunda leitura), e fundamenta a "nova Aliança" e a "nova religião em espírito e verdade", que veio substituir a antiga Aliança, explanada na Lei de Moisés.
É importante ver a passagem da purificação do templo como auto-manifestação do mistério salvador de Cristo. Ele significa a importância da "antiga Aliança" e o fim do culto que encarnava no templo de Jerusalém. Cristo dá lugar a uma Aliança e Culto novos em espírito e verdade.
Trata-se da "Aliança e do culto novo" que Jesus prega na linha dos profetas do Antigo Testamento e frente á degeneração do culto do templo de Jerusalém que se tinha tornado ritualista, vazio e hipócrita, além de ser, já, desnecessário. Por isso o véu do templo rasga-se quando Jesus morre.
Os primeiros cristãos não tiveram templos, nem catedrais, nem basílicas, durante vários séculos. Estavam conscientes, tal como deveríamos estar nós, de que assembléia (= ekklesía, em grego) é a autêntica Igreja de Deus, o santuário espiritual, prolongamento do corpo de Cristo que é o "templo da nova Aliança". Até mesmo cada cristão, cada batizado no Espírito de Jesus, é templo de Deus.
Jesus Cristo é o nosso modelo. Ele é o grande sacerdote e a vítima da nova Aliança e do culto que culmina na fórmula Cristológica e Trinitária que encerra a oração eucarística: Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai todo poderoso...
O que significa para nós hoje esse gesto de Jesus usando o chicote? As práticas religiosas que usamos em nossos templos estão de acordo com o Evangelho?

terça-feira, 6 de março de 2012

Missionários Oblatos de Maria Imaculada abrem missão na Diocese de Barreiras – Bahia



Chegou em Barreiras, terça-feira de carnaval, 21 de fevereiro de 2011, vindo de Salvador, o padre José Valter Ferreira da Luz, nascido no Maranhão e crescido no Pará, ordenado em 21 de julho de 1990, pela Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada. Padre José Valter, Padre Antônio Lourenço Rendon e Padre Marcos José de Lima formarão a equipe missionária que assumirá a Paróquia Santa Rafaela Maria – Vila Rica - Barreiras. Padre Antônio Lourenço Rendon, americano, ordenado 08 de setembro de 1967. Padre Marcos José de Lima, pernambucano, ordenado 21 de julho de 1996. Os dois últimos estão vindo de São Paulo. Padre Antônio da Casa Provincial e o padre Marcos José da Paróquia Santo Eugênio de Mazenod, Bairro São José, Diocese de Santo Amaro.

A equipe missionária assumiu a Paróquia de Santa Rafaela no dia 4 de março de 2012, às 19h30 na Matriz de Santa Rafaela Maria, em celebração eucarística presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Josafá Menezes da Silva.

Muitos fieis da Paróquia, visitantes de outras Paróquias e uma equipe da Paróquia Nossa Senhora do Carmo da Arquidiocese de Salvador, onde trabalhava o Pe. Valter lotaram o pátio da Igreja Santa Rafaela Maria para participar da Missa de Posse dos missionários. Os Missionários Oblatos nasceram da intuição do jovem padre francês, Eugênio de Mazenod (1782, + 1861) que diante da devastação do povo cristão provocada pela Revolução Francesa de 1789, fundou uma comunidade missionária para evangelizar os pobres, conforme Jesus na sinagoga de Nazaré (Lc 4). Diversos padres e irmãos se uniram ao Padre Eugênio e o seu carisma se espalhou pelo mundo inteiro. Os primeiros missionários oblatos chegaram em São Paulo. Depois foram para Goiás (1962), Recife (1963), Salvador (1965) e em 1968 em Belém do Pará. Em Salvador, assumiram a Paróquia São Paulo Apóstolo – IAPI. A partir de 29 de dezembro de 1990 foram para 7 de Abril, Paróquia Nossa do Carmo e permaneceram até 15 de janeiro de 2012. Os Oblatos entregaram a Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Depois de 48 anos de missão em Salvador estão vindo para Barreiras.

sábado, 3 de março de 2012

Mensagem de acolhida ao padre reitor - Padre Verneson



Goiânia, 02 de março de 2012.
 

Caro Padre Reitor,

Verneson Francisco da Silva.


avance para águas mais profundas...”


A nossa turma muito se alegra com a vossa indicação e aceitação para tal ofício. Isso mostra disponibilidade e dedicação à missão do reino de Deus.

 Que o Senhor da messe lhe conceda a cada dia o dinamismo da formação e a alegria de amar as vocações. Desta forma, faço das palavras do nosso reitor (pe. Júlio) as nossas: “Deus quer mais”.

Assim, caro padre reitor, der o máximo de vós a esses irmãos, que sentem o chamado de Deus. Ensine a eles a rezarem e a amar Maria. Ensine a eles a amarem a Igreja, de forma especial a Igreja particular de Barreiras; A amar o povo de Deus; A amar o bispo diocesano e o Papa. Ensine a eles o seu máximo.

Que esta nova experiência, frente ao centro vocacional Pe. Armindo venha frutificar para esta diocese, santas e boas vocações para messe do Senhor.

Conte com as nossas preces e carinhos.

 Seminaristas da diocese de Barreiras.


Mensagem de acolhida aos irmãos propedeutas



Goiânia, 02 de março de 2012



Caros propedeutas,

Tharles do Nascimento,

Tiago Sene

 Cleberson Francisco

 Adamy Gianinni

Queremos nos congratular com vocês nesse momento importante para a Diocese e para suas vidas. O Centro Vocacional tem a função de ser para vocês. Enquanto vocês, beneficiados disso, são convidados a ser, em Cristo, para a Igreja presente nessa Diocese que vos acolhe. Por isso, unidos no mesmo propósito, tendo o mesmo Modelo, queremos vos animar e encorajar a dar os primeiros passos da caminhada. Nem sempre será fácil, mas sempre teremos a companhia do Mestre. Se no caminhar for preciso mudar de estrada, não relutes, pois o lugar de chegada será o mesmo. Se os desafios exigir, não recue, confie no Mestre e “avancem para águas mais profundas...” E “não temas; serás pescadores de homens” (Lc 5,4.10).

Confiantes na proteção de Maria, unamo-nos em oração uns pelos outros.

Que Deus nos abençoe!

Seminaristas da Diocese de Barreiras.


Seminaristas da Diocese de Barreiras são Admitidos às Ordens Sacras




No dia 01 de março de 2012 às 18:30h na Capela do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney, Dom Josafá, recebeu como candidatos às Ordens Sacras os seminaristas: Clenilson Lima (3º ano de Teologia), Daniel Luiz (4º ano de Teologia) e Pedro Felipe (3º ano de Teologia), junto com os seminaristas de Barreiras, foram admitidos para a Arquidiocese de Goiânia: Divino Eterno, Jefferson Augusto, Maximiliano Gonçalves e Onésimo Neto e, para a Diocese de Ipameri: Murah Rannier.

      Na homilia Dom Josafá falou da importância desse Rito na vida dos jovens que caminham para o Sacerdócio e, que o seminarista cresce na Vocação na relação com Deus e com os irmãos.

      Em seguida o Bispo começou o Rito de Admissão perguntando aos candidatos: “Quereis, respondendo o Chamado completar a preparação que vos tornará aptos para receber oportunamente o ministério das sagradas ordens? Quereis preparar o vosso coração de tal maneira que possais servir fielmente Cristo, Senhor Nosso, e a seu Corpo que é a Igreja?” Depois que os candidatos responderam com um “Quero”, o Bispo concluiu: “A Igreja recebe com alegria o vosso propósito Deus, que o inspirou, vos dê a Graça de realizá-lo”.

      Com o Rito de Admissão a Igreja acolhe como Seminaristas esses jovens que tem um propósito de seguir nos estudos teológicos em vista às Sagradas Ordens. 

      Rezemos por esses seminaristas que sejam firmes e respondam com fidelidade ao Chamado de Deus para a Vida Sacerdotal. Que o Divino Formador realize a conversão da mentalidade e do coração desses que foram aceitos como futuros Sacerdotes.
 
      Nossa Senhora Mãe e Rainha das Vocações, rogai por eles!!!


Por: Daniel Luiz.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Abertura do Centro Vocaional

Missa na Catedral de São João Batista abre o “Centro Vocacional Padre Armindo”.








O “Centro Vocacional Padre Armindo” oferecerá uma programação formativa nas dimensões humano-afetiva, espiritual, intelectual, comunitária e pastoral-missionária aos aspirantes ao presbiterado, enquanto realizam os últimos anos dos estudos escolares de ensino médio e depois de sua conclusão. Funcionará, então, como “Casa de Orientação Vocacional” e “Propedêutico”; nos termos dos números 127, 131-136 e afins das “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil, Doc. 93.
Para coordenar o processo formativo, foi nomeado o Padre Verneson Francisco de Souza, do clero desta Diocese de Barreiras.
Quatro jovens iniciaram o processo de formação em vista do ministério sacerdotal: Tharles do Nascimento da Paróquia Santa Luzia/Barreiras, Tiago Sene da Paróquia de São Gonçalo/Mansidão Cleberson Francisco da Comunidade Passagem Funda/Paróquia São Sebastião/Barreiras e Adamy Gianinni da Paróquia N. Srª Conceição/Tabocas.
Às 19h30 do dia 29 de fevereiro, Dom Josafá Menezes da Silva, Bispo da Diocese de Barreiras, presidirá a missa de ação de graças pelo início das atividades do “Centro Vocacional Padre Armindo”.
O Centro Vocacional é uma homenagem ao Padre Armindo que foi Padre em Barreiras entre os anos de 1934 a 1993 quando faleceu vítima de incêndio em seu próprio quarto por fogo de uma vela. Ele acendia sempre a sua velinha para rezar. Certa noite foi encontrado com seu corpo em chamas na cama que, apesar do socorro prestado, não resistiu as queimaduras e veio a falecer dentro do avião a caminho de Brasília.
Padre Armindo percorreu as cidades do oeste baiano montado em um burro nas chamadas desobrigas para celebrar as missas, casamentos, batizados, confissões.
Logo após a Missa celebrada na Catedral São João Batista, um grupo significativo de pessoas seguiu para o Centro Vocacional, para acompanhar a bênção feita por Dom Josafá e os Padres presentes.

Fonte: http://www.diocesedebarreiras.org.br