TEXTO BÍBLICO: Marcos 14 e 15
No Domingo de Ramos, a Liturgia proclama dois textos evangélicos dentro da celebração:
• Para a procissão de entrada: Mc 11,1-10 ou Jo 12,12-16• Para a missa: Mc 14,1–15.47 ou Mc 15,1-39
Para a Lectio Divina deste Domingo, escolhemos o texto maior da Paixão segundo são Marcos: os capítulos 14 e 15 completos.
14 O plano para matar Jesus 1Faltavam dois dias para a Festa da Páscoa e a Festa dos Pães sem Fermento. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei procuravam um jeito de prender Jesus em segredo e matá-lo. 2Eles diziam:— Não vamos fazer isso durante a festa, para não haver uma revolta no meio do povo.Jesus em Betânia 3Jesus estava no povoado de Betânia, sentado à mesa na casa de Simão, o Leproso. Então uma mulher chegou com um frasco feito de alabastro, cheio de perfume de nardo puro, muito caro. Ela quebrou o gargalo do frasco e derramou o perfume na cabeça de Jesus. 4Alguns que estavam ali ficaram zangados e disseram uns aos outros:— Que desperdício! 5Esse perfume poderia ter sido vendido por mais de trezentas moedas de prata, que poderiam ser dadas aos pobres.Eles criticavam a mulher com dureza, 6mas Jesus disse:— Deixem esta mulher em paz! Por que é que vocês a estão aborrecendo? Ela fez para mim uma coisa muito boa. 7Pois os pobres estarão sempre com vocês, e, em qualquer ocasião que vocês quiserem, poderão ajudá-los. Mas eu não estarei sempre com vocês. 8Ela fez tudo o que pôde, pois antes da minha morte veio perfumar o meu corpo para o meu sepultamento. 9Eu afirmo a vocês que isto é verdade: em qualquer lugar do mundo onde o evangelho for anunciado, será contado o que ela fez, e ela será lembrada.Judas trai Jesus 10Judas Iscariotes, que era um dos doze discípulos, foi falar com os chefes dos sacerdotes para combinar como entregaria Jesus a eles. 11Quando ouviram o que ele disse, eles ficaram muito contentes e prometeram dar dinheiro a ele. Assim Judas começou a procurar uma oportunidade para entregar Jesus.Jesus comemora a Páscoa 12No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, em que os judeus matavam carneirinhos para comemorarem a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus:— Onde é que o senhor quer que a gente prepare o jantar da Páscoa para o senhor? 13Então Jesus enviou dois discípulos com a seguinte ordem:— Vão até a cidade. Lá irá se encontrar com vocês um homem que estará carregando um pote de água. Vão atrás desse homem 14e digam ao dono da casa em que ele entrar que o Mestre manda perguntar: “Onde fica a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer o jantar da Páscoa?”
15Então ele mostrará a vocês no andar de cima uma sala grande, mobiliada e arrumada para o jantar. Preparem ali tudo para nós. 16Os dois discípulos foram até a cidade e encontraram tudo como Jesus tinha dito. Então prepararam o jantar da Páscoa. 17Quando anoiteceu, Jesus chegou com os doze discípulos. 18Enquanto estavam à mesa, no meio do jantar, ele disse:— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês, que está comendo comigo, vai me trair. 19Eles ficaram tristes e, um por um, começaram a perguntar:— O senhor não está achando que sou eu, está? 20Jesus respondeu:— É um de vocês. É o que está comendo no mesmo prato que eu. 21Pois o Filho do Homem vai morrer da maneira como dizem as Escrituras Sagradas; mas ai daquele que está traindo o Filho do Homem! Seria melhor para ele nunca ter nascido!A Ceia do Senhor 22Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e o deu aos discípulos, dizendo:— Peguem; isto é o meu corpo. 23Em seguida, pegou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois passou o cálice aos discípulos, e todos beberam do vinho. 24Então Jesus disse:— Isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo. 25Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beber com vocês um vinho novo no Reino de Deus. 26Então eles cantaram canções de louvor e foram para o monte das Oliveiras.Jesus avisa Pedro 27E Jesus disse aos discípulos:— Todos vocês vão fugir e me abandonar, pois as Escrituras Sagradas dizem: “Matarei o pastor, e as ovelhas serão espalhadas.” 28Mas, depois que eu for ressuscitado, irei adiante de vocês para a Galileia 29Então Pedro disse a Jesus:— Eu nunca abandonarei o senhor, mesmo que todos o abandonem! 30Mas Jesus lhe disse:— Eu afirmo a você que isto é verdade: nesta mesma noite, antes que o galo cante duas vezes, você dirá três vezes que não me conhece. 31Mas Pedro repetia com insistência:— Eu nunca vou dizer que não o conheço, mesmo que eu tenha de morrer com o senhor!E todos os outros discípulos disseram a mesma coisa.Jesus no jardim do Getsêmani 32Jesus e os discípulos foram a um lugar chamado Getsêmani. E Jesus lhes disse:— Sentem-se aqui, enquanto eu vou orar. 33Então Jesus foi, levando consigo Pedro, Tiago e João. Aí ele começou a sentir uma grande tristeza e aflição 34e disse a eles:— A tristeza que estou sentindo é tão grande, que é capaz de me matar. Fiquem aqui vigiando. 35Ele foi um pouco mais adiante, ajoelhou-se, encostou o rosto no chão e pediu a Deus que, se possível, afastasse dele aquela hora de sofrimento. 36Ele orava assim:— Pai, meu Pai, tu podes fazer todas as coisas! Afasta de mim este cálice de sofrimento. Porém que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres. 37Depois voltou e encontrou os três discípulos dormindo. Então disse a Pedro:— Simão, você está dormindo? Será que não pode vigiar nem uma hora? 38Vigiem e orem para que não sejam tentados. É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir. 39Jesus foi outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras. 40Em seguida, voltou ao lugar onde os discípulos estavam e os encontrou de novo dormindo. Eles estavam com muito sono e não conseguiam ficar com os olhos abertos. E não sabiam o que responder a Jesus. 41Quando voltou pela terceira vez, Jesus perguntou:— Vocês ainda estão dormindo e descansando? Basta! Chegou a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos maus. 42Levantem-se, e vamos embora. Vejam! Aí vem chegando o homem que está me traindo! Jesus é preso 43Jesus ainda estava falando, quando chegou Judas, um dos doze discípulos. Vinha com ele uma multidão armada com espadas e porretes, que tinha sido mandada pelos chefes dos sacerdotes, pelos mestres da Lei e pelos líderes judeus. 44O traidor tinha combinado com eles um sinal. Ele tinha dito: “Prendam e levem bem seguro o homem que eu beijar, pois é ele.” 45Logo que chegou perto de Jesus, Judas disse:— Mestre!E o beijou. 46Então eles pegaram Jesus e o prenderam. 47Mas um dos que estavam ali tirou a espada, atacou um empregado do Grande Sacerdote e cortou uma orelha dele. 48Então Jesus disse para aquela gente:— Vocês vêm com espadas e porretes para me prenderem como se eu fosse um bandido? 49Eu estava com vocês todos os dias, ensinando no pátio do Templo, e vocês não me prenderam. Mas isso está acontecendo para se cumprir o que as * Escrituras Sagradas dizem. 50Então todos os discípulos abandonaram Jesus e fugiram. 51Um jovem, enrolado num lençol, seguia Jesus. Alguns tentaram prendê-lo, 52mas ele largou o lençol e fugiu nu.Jesus diante do Conselho Superior 53Em seguida, levaram Jesus até a casa do Grande Sacerdote, onde estavam reunidos os chefes dos sacerdotes, alguns líderes dos judeus e alguns mestres da Lei. 54Pedro seguiu Jesus de longe e entrou no pátio da casa do Grande Sacerdote. Ele sentou-se perto do fogo, com os guardas, para se esquentar. 55Os chefes dos sacerdotes e todo o Conselho Superior estavam procurando encontrar alguma acusação contra Jesus a fim de o condenarem à morte. Mas não conseguiram nenhuma. 56Muitos diziam mentiras contra ele, mas as suas histórias não combinavam umas com as outras. 57Alguns se levantaram e acusaram Jesus com mentiras. Eles diziam: 58— Nós ouvimos quando ele disse: “Vou destruir este Templo que foi construído por seres humanos e, em três dias, levantarei outro que não será construído por seres humanos.” 59Mesmo assim as suas histórias não combinavam umas com as outras. 60Aí o Grande Sacerdote se levantou no meio de todos e perguntou a Jesus:— Você não vai se defender dessa acusação? 61Mas Jesus ficou calado e não respondeu nada. Então o Grande Sacerdote tornou a perguntar:— Você é o Messias, o Filho do Deus Bendito? 62Jesus respondeu:— Sou. E vocês verão o Filho do Homem sentado do lado direito do Deus Todo-Poderoso e descendo com as nuvens do céu! 63Aí o Grande Sacerdote rasgou as suas próprias roupas e disse:— Não precisamos mais de testemunhas! 64Vocês ouviram esta blasfêmia contra Deus! Então, o que resolvem?Todos estavam contra Jesus e aí o condenaram à morte. 65Então alguns começaram a cuspir nele. Cobriam o rosto dele, davam bofetadas nele e perguntavam:— Quem foi que bateu em você? Adivinhe!E também os guardas o pegaram e lhe deram bofetadas.Pedro nega Jesus 66Pedro ainda estava lá embaixo no pátio, quando apareceu uma das empregadas do Grande Sacerdote. 67Ela viu Pedro se esquentando perto do fogo, olhou bem para ele e disse:— Você também estava com Jesus de Nazaré. 68Mas ele negou, dizendo:— Eu não o conheço. Não sei do que é que você está falando.E saiu para o corredor. Naquele momento, o galo cantou. 69Quando a empregada viu Pedro ali, começou a dizer aos que estavam perto:— Este homem é um deles. 70Mas ele negou outra vez. Pouco depois, as pessoas que estavam ali disseram de novo a Pedro:— Não há dúvida de que você é um deles, pois você também é da Galileia. 71Aí Pedro disse:— Juro que não conheço esse homem de quem vocês estão falando! Que Deus me castigue se não estou dizendo a verdade! 72Naquele instante o galo cantou pela segunda vez, e Pedro lembrou que Jesus lhe tinha dito: “Antes que o galo cante duas vezes, você dirá três vezes que não me conhece.” Então Pedro caiu em si e começou a chorar.15 Jesus diante de Pilatos 1Assim que amanheceu, os chefes dos sacerdotes se reuniram com os líderes dos judeus, e com os mestres da Lei, e com todo o Conselho Superior e fizeram os seus planos. Eles amarraram Jesus, e o levaram, e entregaram a Pilatos. 2Pilatos perguntou:— Você é o rei dos judeus?— Quem está dizendo isso é o senhor! — respondeu Jesus. 3E os chefes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra ele. 4Então Pilatos fez outra pergunta:— Você não vai responder? Veja quantas acusações estão fazendo contra você! 5Porém Jesus não disse mais nada, e Pilatos ficou muito admirado com isso.Jesus é condenado à morte 6Em toda Festa da Páscoa, o Governador costumava soltar um dos presos, a pedido do povo. 7Naquela ocasião um homem chamado Barrabás estava preso na cadeia junto com alguns homens que tinham matado algumas pessoas numa revolta. 8A multidão veio e começou a pedir que, como era o costume, Pilatos soltasse um preso. 9Então ele perguntou:— Vocês querem que eu solte para vocês o rei dos judeus? 10Ele sabia muito bem que os chefes dos sacerdotes tinham inveja de Jesus e que era por isso que o haviam entregado a ele. 11Mas os chefes dos sacerdotes atiçaram o povo para que pedisse a Pilatos que, em vez de soltar Jesus, ele soltasse Barrabás. 12Pilatos falou outra vez com o povo. Ele perguntou:— O que vocês querem que eu faça com este homem que vocês chamam de rei dos judeus? 13E eles gritaram:— Crucifica! 14— Que crime ele cometeu? — perguntou Pilatos.Mas eles gritaram ainda mais alto:— Crucifica! Crucifica! 15Então Pilatos, querendo agradar o povo, soltou Barrabás, como eles haviam pedido. Depois mandou chicotear Jesus e o entregou para ser crucificado.Os soldados zombam de Jesus 16Aí os soldados levaram Jesus para o pátio interno do Palácio do Governador e reuniram toda a tropa. 17Depois vestiram em Jesus uma capa vermelha e puseram na cabeça dele uma coroa feita de ramos cheios de espinhos. 18E começaram a saudá-lo, dizendo:— Viva o Rei dos Judeus! 19Batiam na cabeça dele com um bastão, cuspiam nele e se ajoelhavam, fingindo que o estavam adorando. 20Depois de terem caçoado dele, tiraram a capa vermelha e o vestiram com as suas próprias roupas. Em seguida o levaram para fora a fim de o crucificarem.A crucificação de Jesus 21No caminho, os soldados encontraram um homem chamado Simão, que vinha do campo para a cidade. Esse Simão, o pai de Alexandre e Rufo, era da cidade de Cirene. Os soldados obrigaram Simão a carregar a cruz de Jesus 22e levaram Jesus para um lugar chamado Gólgota. (Gólgota quer dizer “Lugar da Caveira”.) 23Queriam dar a ele vinho misturado com um calmante chamado mirra, mas ele não bebeu. 24Em seguida os soldados o crucificaram e repartiram as suas roupas entre si, tirando a sorte com dados, para ver qual seria a parte de cada um. 25Eram nove horas da manhã quando crucificaram Jesus. 26Puseram em cima da cruz uma tabuleta onde estava escrito como acusação contra ele: “O Rei dos Judeus”. 27Com Jesus, crucificaram também dois ladrões: um à sua direita e o outro à sua esquerda. 28[Assim se cumpriu o que as Escrituras Sagradas dizem: “Ele foi tratado como se fosse um criminoso.”] 29Os que passavam por ali caçoavam dele, balançavam a cabeça e o insultavam assim:— Ei, você que disse que era capaz de destruir o Templo e tornar a construí-lo em três dias! 30Pois desça da cruz e salve-se a si mesmo! 31Os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei também caçoavam dele, dizendo:— Ele salvou os outros, mas não pode salvar a si mesmo! 32Vamos ver o Messias, o Rei de Israel, descer agora da cruz e então creremos nele!E os ladrões que foram crucificados com Jesus também o insultavam.A morte de Jesus 33Ao meio-dia começou a escurecer, e toda a terra ficou três horas na escuridão. 34 Às três horas da tarde Jesus gritou bem alto:— “Eloí, Eloí, lemá sabactani?” Essas palavras querem dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” 35Algumas pessoas que estavam ali ouviram isso e disseram:— Escutem! Ele está chamando Elias! 36Alguém correu e molhou uma esponja em vinho comum, pôs na ponta de um bastão, deu para Jesus beber e disse:— Esperem! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz! 37Aí Jesus deu um grito forte e morreu. 38Então a cortina do Templo se rasgou em dois pedaços, de cima até embaixo. 39O oficial do exército romano que estava em frente da cruz, vendo Jesus morrer daquele modo, disse:— De fato, este homem era o Filho de Deus! 40Algumas mulheres também estavam ali, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Salomé e Maria, que era mãe de José e de Tiago, o mais moço. 41Essas mulheres tinham acompanhado e ajudado Jesus quando ele estava na Galileia. Além dessas, estavam ali muitas outras mulheres que tinham ido com ele para Jerusalém.O sepultamento de Jesus 42-43Já era quase noite quando chegou José, que era da cidade de Arimatéia. Ele era um homem importante e fazia parte do Conselho Superior. José também esperava a vinda do Reino de Deus. Era o Dia da Preparação, isto é, a véspera do sábado. Por isso José, tomando coragem, foi falar com Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 44Pilatos ficou admirado quando soube que Jesus já estava morto. Chamou o oficial romano e perguntou se fazia muito tempo que Jesus tinha morrido. 45Depois de receber a informação do oficial, Pilatos entregou a José o corpo de Jesus. 46José comprou um lençol de linho, tirou o corpo da cruz e o enrolou no lençol. Em seguida pôs o corpo num túmulo cavado na rocha e rolou uma grande pedra para fechar a entrada do túmulo. 47Maria Madalena e Maria, a mãe de José, estavam olhando e viram onde o corpo de Jesus foi colocado.
Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)
1. LEITURA
Que diz o texto?
Pistas para leitura
Queridos jovens:
É óbvio que fazer uma Lectio Divina com os capítulos da Paixão de Cristo no Evangelho de Marcos é uma tarefa difícil.No entanto, proponho-lhes duas coisas:Primeiro: mais do que nunca, ponhamos o acento na leitura do Texto Sagrado. Por ser um relato longo, sentimos a tentação de enfastiar-nos, de desconectar-nos ou de pensar: já conheço isso!, e não escutar o relato. Concentremo-nos mais do que nunca…Segundo: apresento-lhes um possível esquema para avizinhar-nos da Paixão de Cristo segundo Marcos. É claro que haveria diversas possibilidades de esquemas. Contudo, opto por este a que denomino “As personagens da Paixão de Cristo segundo são Marcos (Mc 14–15).
“As personagens da Paixão de Cristo segundo são Marcos (Mc 14–15)
Nota I: considera-se personagem todo ser humano e/ou receptor de ações dentro do tempo da narração. Podem ser singulares ou plurais. Com nome ou com pronomes ou expressões similares.
Nota II: utiliza-se a denominação TLH e se acrescenta, entre parênteses a tradução mais literal.
Nota III: não faremos perguntas para a leitura, visto que as “personagens” nos dão elementos de sobra para a “reconstrução” pedagógica do relato.
Deixando a personagem central, que é o mesmo Jesus, vamos olhar o que fazem ou dizem, não fazem ou deixam de fazer, as distintas personagens que “desfilam” na Paixão segundo são Marcos.
1. Sacerdotes principais (sumos sacerdotes):
• Juntamente com os escribas, procuram prender Jesus para matá-lo (14,1).• Alegram-se por Judas entregar-lhes Jesus e lhe prometem dinheiro (14,10-12).• Enviam um grupo com espadas e paus, acompanhado por Judas, até Jesus (14,43).• Juntamente com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio, buscam um testemunho contra Jesus, mas não encontram.• Unidos ao resto da assembleia, sentenciam Jesus à morte (14,64).• Reúnem-se em conselho com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio; atam Jesus e o levam perante Pilatos (15,1).• Multiplicam as acusações contra Jesus (15,3).• Entregam Jesus por inveja (15,10).• Incitam a multidão para que peça a liberdade de Barrabás e não a de Jesus (15,11).• Ao lado dos escribas, zombam de Jesus na cruz, dizendo-lhe para descer que assim acreditariam (15,31-32).
2. Mestres da Lei (Escribas):
• Com os sumos sacerdotes, procuram prender Jesus para matá-lo (14,1).• Enviam um grupo com espadas e paus, acompanhado por Judas, até Jesus (14,43).• Ao lado dos anciãos, dos sumos sacerdotes e de todo o Sinédrio, buscam um testemunho contra Jesus, mas não encontram (14,53-56).• Juntamente com o resto da assembleia, sentenciam Jesus à morte (14,64).• Reúnem-se em conselho com os anciãos, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio; atam Jesus e o levam perante Pilatos (15,1).• Junto com os sumos sacerdotes, zombam de Jesus na cruz, dizendo-lhe para descer que assim acreditariam (15,31-32).
3. Simão o leproso:
• Recebe Jesus em sua casa e à sua mesa (14,3).
4. Uma mulher:
• Derrama perfume sobre a cabeça de Jesus (14,3).• Unge antecipadamente o corpo de Jesus para a sepultura (14,8).
5. Alguns dos que estão na casa de Simão:
• Indignam-se e criticam a mulher (14,4-5).
6. Judas Iscariotes, um dos Doze, o traidor:
• Vai ter com os sumos sacerdotes para entregar Jesus, e busca a ocasião propícia para fazê-lo (14,10-12).• Vem até Jesus acompanhado de um grupo com espadas e paus (14,43).• Pede ao grupo que prendam Jesus e que o levem bem vigiado (14,44).• Indica Jesus com um beijo e o chama de mestre (14,45).
7. Discípulos, os Doze, todos os que estão em cena, todos os que estão no monte das Oliveiras
• Perguntam a Jesus sobre os preparativos da refeição pascal (14,12).• Entristecem-se quando Jesus diz que um deles o entregará e se perguntam quem será (14,17-20).• Recebem de Jesus o pão abençoado e partido; bebem do cálice (14,22-23).• Cantam os Salmos da Páscoa (14,26).• Dizem, depois de Pedro, que jamais o negaram e que morrerão com Jesus (14,31).• São levados por Jesus ao Getsêmani (14,32).
8. Dois discípulos:
• São enviados por Jesus para assegurar os preparativos da ceia pascal (14,13-16).
9. Dono de uma casa em Jerusalém:
• Ofereceu a sala para a Páscoa de Jesus e seus discípulos (14,14-16).
10. Pedro:
• Diz a Jesus que não se escandalizará;• Insiste que nunca o negará e que morrerá por ele (14,14-16).• Nega duas vezes que conhece Jesus diante das palavras da servente do sumo sacerdote (67-70).• Nega pela terceira vez que conhece Jesus, amaldiçoando (14,71).• Ao canto do galo, lembra-se das palavras de Jesus e se põe a chorar (14,72).
11. Pedro, Tiago e João:
• São levados por Jesus a um lugar à parte dos outros discípulos dentro do Getsêmani (14,32).• Adormecem no Getsêmani (14,37).
12. Um grupo com facas e paus:
• Acompanham Judas até Jesus (14,43).• Lançam-se contra Jesus e o prendem (14,46).
13. Líderes judeus (anciãos):
• Enviam um grupo com espadas e paus, acompanhado de Judas, até Jesus (14,43).• Junto com os sumos sacerdotes, os escribas e todo o Sinédrio, buscam um testemunho contra Jesus, mas não encontram (14,53-56).• Juntamente com o resto da assembleia, sentenciam Jesus à morte (14,64).• Reúnem-se em conselho com os sumos sacerdotes, com os escribas e todo o Sinédrio; atam Jesus e o levam perante Pilatos (15,1).
14. Um dos que estão no Getsêmani:
• Saca da espada e fere o servidor do sumo sacerdote (14,47).
15. Um jovem envolto em um lençol:
• Segue Jesus, e quando o agarram, foge nu (14,51-52).
16. Chefe dos sacerdotes (sumo sacerdote):
• Junto com os outros sumos sacerdotes, os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio, buscam um testemunho contra Jesus, mas não encontram (14,53-56).• Interroga Jesus; perante seu silêncio, volta a insistir (14,60-61).• Rasga as próprias vestes quando Jesus diz que é o Messias, o Filho de Deus bendito (14,62-63).• Acusa Jesus de blasfêmia (14,64).• Juntamente com o resto da assembleia, sentencia Jesus à morte (14,64).
17. Alguns que estão na assembleia:
• Testificam falsamente contra Jesus (14,57-59).
18. Outros que estão na assembleia:
• Cospem em Jesus e golpeiam-no (14,65).
19. Servidores que estão na assembleia:
• Dão bofetadas em Jesus (14,65).
20. A servente do chefe dos sacerdotes:
• Em duas ocasiões, diz que Pedro estava com Jesus (14,66-69).
21. Os que estavam no pátio:
• Dizem a Pedro que deve ser do grupo de Jesus, porque é galileu (14,70).
22. Pilatos:
• Recebe Jesus, depois da deliberação do Sinédrio com os sumos sacerdotes, com os anciãos e com os escribas (15,1).• Interroga Jesus pela primeira vez (15,2).• Fica admirado porque Jesus não responde nada perante seu segundo interrogatório (15,4-5).• Oferece à multidão a liberdade de Jesus (15,9).• Pergunta à multidão o que deve fazer com Jesus, percebendo claramente que este nada fez de mal (15,12-14).• Para contentar a multidão, põe Barrabás em liberdade (15,15).• Faz açoitar Jesus e entrega-o para que seja crucificado (15,15).• Admira-se de que Jesus tenha morrido tão rápido e manda chamar o centurião para confirmá-lo (15,44).• Entrega o cadáver de Jesus a José Arimateia (15,45).
23. Barrabás:
• Estava no cárcere, preso com outros revoltosos, por um homicídio em um motim (15,7).• É posto em liberdade a pedido da multidão incitada pelos sumos sacerdotes (15,15).
24. As pessoas (multidões):
• Pede o indulto costumeiro da festa de Páscoa (15.8).• Pede que Jesus seja crucificado, gritando cada vez mais forte (15,13-14).
25. Soldados romanos, toda a tropa:
• Dentro do palácio, levam Jesus ao pretório (15,8).• Vestem Jesus com um manto púrpura e colocam a cora de espinhos (15,17).• Golpeiam-lhe a cabeça, cospem nele, zombam, despem-lhe o manto e voltam a pôr-lhe as vestes (15,18-20).• Tiram-no do pretório para crucificá-lo (15,20).• Levam-no ao Gólgota (15,22).• Oferecem-lhe vinho misturado com mirra (15,23).• Crucificam-no ao meio-dia (15,24-25).• Repartem entre si suas vestes, sorteando-as (15,24).
26. Simão de Cirene”
• É obrigado a levar a cruz de Jesus (15,21).
27. Dois bandidos:
• São crucificados com ele (15,27).• Insultam Jesus (15,32).
28. Os que passavam diante da crucifixão:
• Insultam Jesus, desafiando-o a salvar a si mesmo (15,29-30).
29. Alguns dos que estão diante da crucifixão:
• Creem que está chamando Elias (15,35).
30. Um dos que estão diante da crucifixão:
• Dá-lhe de beber vinagre com uma esponja em uma vara (15,36).
31. O oficial romano (centurião):
• Quando Jesus expira, exclama que Jesus era verdadeiramente o Filho de Deus (15,39).• Informa Pilatos sobre a morte de Jesus (15,45).
32. Algumas mulheres, mulheres que haviam subido com Jesus a Jerusalém:
• Olham de longe (15,40-41).
33. Maria Madalena, Salomé e Maria, a mãe de Tiago e de José:
• Estão dentro do grupo de mulheres que olham de longe (15,40).• Olham quando põem o corpo de Jesus no sepulcro (15,47).
34. José de Arimateia:
• Membro notável do Sinédrio que também esperava o Reino de Deus (15,43).• Ao entardecer, por ser véspera de Sábado, pede a Pilatos o corpo de Jesus (15,43-44).• Recebe de Pilatos o cadáver de Jesus (15,45).• Compra um lençol, envolve o corpo de Jesus e o deposita em um sepulcro qualquer cavado na rocha (15,46).• Manda rolar uma pedra à entrada do sepulcro (15,46).
2 – MEDITAÇÃO
O que me diz? O que nos diz?
Perguntas para a meditação
- Conscientes de que Jesus é a personagem central do relato, e olhado todas as personagens humanas que desfilam diante dele em sua Paixão e Morte:
- Em que me identifico com cada uma delas?
- Que há em mim do positivo e do negativo das diversas personagens?
- Quais seriam, hoje, os sinais negativos daqueles que confabulam e rechaçam Jesus?
- Como se poderiam atualizar hoje as atitudes positivas do que tentam acompanhar Cristo em sua Paixão?
3 – ORAÇÃO
O que lhe digo? O que lhe dizemos?
Para o momento da oração, propomos-lhes orar com os primeiros versículos do Salmo 22 (21):
22 (21)Angústia e LouvorSalmo de Davi.1 Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Por que ficas tão longe? Por que não escutas quando grito pedindo socorro? 2 Meu Deus, durante o dia eu te chamo, mas tu não respondes. Eu te chamo de noite, mas não consigo descansar.
É interessante notar que a primeira frase do salmo são as palavras que o Senhor pronuncia no momento de sua morte. Conferir Mc 15.34.
4 – CONTEMPLAÇÃO
Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
Para interiorizar esta mensagem da Palavra deste Domingo de Ramos, proponho-lhes retomar as palavras do oficial romano (centurião) imediatamente depois da morte do Senhor (Mc 15,39).Repetir pausada e ritmicamente:
- Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus…
- Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus…
- Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus…
5 – AÇÃO
A que me comprometo? A que nos comprometemos?
Propostas pessoais
- Reler mais uma vez, de forma corrida, o relato da Paixão de Cristo segundo são Marcos.• Escolher uma atitude positiva de alguma das personagens que “desfilam” na Paixão e buscar cumpri-la cotidianamente na vida.
Propostas comunitárias
- Com seu grupo de jovens, dividir os relatos da Paixão segundo cada um dos quatro Evangelhos (Mt, Mc, Lc e Jo). Lê-los individualmente, em primeiro lugar, e a seguir, em grupo; voltar a lê-los para detectar os matizes ou detalhes que cada um comenta. Perceber a riqueza de cada evangelistas em particular e da leitura em conjunto dos quatro.
- Em Mc 15,21, fala-se do Cireneu, um tal Simão de Cirene, que carrega a Cruz de Jesus sobre seus ombros. Dialogar no grupo juvenil a respeito de quem poderiam ajudar a carregar a cruz. Pensar a quem, especialmente dentre os jovens, se pode ajudar a carregar a cruz no futuro.