"É preciso ter fé e crer no Espírito Santo,
deixando invadir por sua influência."
Para alguns, agosto é um mês de que se cuidar, pois
ele seria nefasto... Mas para os participantes assíduos da comunidade católica,
agosto, além de ser um mês abençoado como todos os demais, é desde 1981 o mês
vocacional.
Por que tamanha importância dada ao tema vocação?
Porque a vocação é o início de tudo. Quando ouvimos ou usamos a palavra
vocação, logo a entendemos num sentido bastante vago e geral, como sendo uma
inclinação, um talento, uma qualidade que determina uma pessoa para uma
determinada profissão, por exemplo, vocação de pedreiro, de mãe, de médico.
E nessa compreensão também a vocação de sacerdote,
de esposos, de leigos cristãos. Essa compreensão, porém, não ajuda muito no bom
entendimento do que seja vocação quando nós, na Igreja, usamos essa palavra.
Vocação, em sentido mais preciso, é um chamamento,
uma convocação vinda direta-mente sobre mim, endereçada à minha pessoa, a
partir da pessoa de Jesus Cristo, convocando-me a uma ligação toda própria e
única com Ele, a segui-lo, (cf. Mc 2,14). Vocação, portanto, significa que
anterior a nós há um chamado, uma escolha pessoal que vem de Jesus Cristo, a
quem seguimos com total empenho, como afirma São Paulo na Carta aos Romanos:
"Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para o
Evangelho de Deus." (Rom 1, 1)
Vocação é chamado e resposta. É uma semente divina
ligada a um sim humano. Nem a percepção do chamado, nem a resposta a ele são
tão fáceis e tão "naturais". Exigem afinação ao divino e elaboração
de si mesmo, sem as quais não há vocação verdadeira e real.
Essa escolha pessoal, de amor, é concretizada de
uma forma bem objetiva no Sacramento do Batismo, que por isso se torna
fundamento e fonte de todas as vocações. É neste chão fértil, carregado de
húmus divino, regado pelo sangue de Jesus, que brotam as vocações específicas,
aquelas que cabem diferentemente a cada um. Algumas delas são mais usuais e
comuns, como a de casal cristão, de leigo cristão, de catequista, de animador
da caridade na comunidade.
Outras são definidas pela Igreja como vocações de
"singular consagração a Deus", por serem menos usuais, mas igualmente
exigentes e mais radicais no processo de seguimento de Jesus: são as vocações
de sacerdote, de diácono, de religioso, de religiosa.
As vocações mais usuais são cultivadas em nossas
comunidades eclesiais. As de "singular consagração a Deus" são
cultivadas em comunidades eclesiais especiais, como nossos seminários.
O mês vocacional quer nos chamar à reflexão para a
importância da nossa vocação, descobrindo nosso papel e nosso compromisso com a
Igreja e a sociedade. Reflexão que deve nos levar à ação, vivenciando no
dia-a-dia o chamado que o Pai nos faz. Que a celebração do mês vocacional nos
traga as bênçãos do Pai para vivermos a nossa vocação sacerdotal, diaconal,
religiosa ou leiga. Todas elas são importantes e indispensáveis. Todas elas
levam à perfeição da caridade, que é a essência da vocação universal à
santidade.
E no domingo de agosto, quando refletimos sobre a vocação leiga, somos convidados a homenagear nossos catequistas, aquelas pessoas que, num testemunho de fé e generosidade, dedicam-se ao sublime ministério de transmitir as verdades divinas a nossas crianças, adolescentes e jovens.
E no domingo de agosto, quando refletimos sobre a vocação leiga, somos convidados a homenagear nossos catequistas, aquelas pessoas que, num testemunho de fé e generosidade, dedicam-se ao sublime ministério de transmitir as verdades divinas a nossas crianças, adolescentes e jovens.
Por: Dom Fernando Mason
Bispo Diocesano de Piracicaba
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