sábado, 26 de novembro de 2011

Lectio Divina, Domingo, 27 de novembro de 2011, Primeiro Domingo do Advento – Ciclo B.

 TEXTO BÍBLICO: Marcos 13.33-37

1. LEITURA - Que diz o texto?

Este é o primeiro domingo do ano no ciclo B, um novo ciclo de leituras bíblicas. Nos domingos, de modo particular, lidaremos com o evangelho de Marcos.
Advento significa especialmente vinda, espera, ficar atento porque alguém está para chegar. Advento é um tempo de preparação. Neste caso, preparamo-nos todos os anos para a celebração da chegada de Jesus, o Filho Único de Deus que se encarnou no seio virginal de Maria, por obra do Espírito Santo. Todas as leituras destas quatro semanas de preparação alimentam-nos a esperança, estimulam-nos a estarmos ativos, não passivos, porque a esperança é algo ativo em nosso interior. É preciso preparar-nos.
Nesta leitura de Marcos, o Senhor recorda algo muito importante. Ele voltará (e voltará para julgar a todos, como vimos no domingo passado). E por isso, o Natal, para o qual nos preparamos, na verdade é a recordação da primeira vinda, sabendo-se também que há uma segunda vinda. No entanto, como nos recordam alguns padres da Igreja, há uma terceira vinda, que é a que Cristo faz em nossas vidas, quando ele se integra totalmente ao nosso coração.
O relato começa com o ensinamento de uma árvore. Nos países onde há estações, as árvores mudam completamente a cada três meses. No inverno ficam secas, florescem na primavera, amadurecem seus frutos no verão e, no outono, eles estão prontos para serem comidos. Por isso, quando alguém, que conhece as árvores, observa-as cuidadosamente, pode saber o que acontecerá depois (ou seja, se as folhas caem, ou se começam os rebentos… Sabe o que acontecerá a seguir).
Assim é que o Senhor nos comunica a mensagem de que vivemos em um tempo de espera. A Igreja vive em um advento, à espera da vinda do Senhor. Somos uma comunidade vigilante. Estamos como a sentinela que foi enviada para cuidar de uma fortaleza durante toda a noite, até que amanheça. E a sentinela aguarda a aurora, espera ver seus sinais. Não é tempo de dormir; é tempo de esperar.
Muitos vivem confusamente, buscando sinais de quando se acabará este tempo. E assim, surgiram inúmeros grupos que, em nome da Bíblia e em nome da religião, fizeram estragos. Não é preciso lançar-se a esta busca ansiosa. Vivemos em uma permanente tensão porque isso é o que o Senhor quer: que vigiemos, que estejamos atentos, que saibamos que ele voltará. O importante não é quando nem como, mas se temos estado atentos e vigilantes na espera.
A expressão categórica, que precede este mesmo texto que se lê no domingo, segundo a qual todas as coisas passarão, mas a Palavra do Senhor permanecerá para sempre, atrela a si o restante do texto. O que importa é permanecer unido a Jesus Cristo, que é a Única Palavra que o Pai pronuncia para salvar-nos.
E a parábola conclusiva inspira o estar alertas e atentos ao Senhor. É uma parábola para toda a Igreja. E não somente para que toda a Igreja seja discípula, mas também missionária. Não importa quando será a chegada de Jesus, no fim dos tempos; o que conta é viver cada dia como se isto estivesse para acontecer agora mesmo e que não nos encontre desprevenidos. Não sabemos quando ocorrerá o fim, mas sabemos, sim, como seremos julgados; portanto, já temos prontos o pensamento, o coração e as ações concretas para viver de acordo com o fim dos tempos.
Para levar em conta: O tempo é uma medição feita pelo ser humano. O tempo acabará, como acabarão todas as coisas. Na época de Jesus, falava-se do final dos tempos.
Outros textos bíblicos a serem comparados: 1Coríntios 1.3-9
Para continuar o aprofundamento destes temas, consulte, na Bíblia de Estudo NTLH, o verbete: Vinda.
Perguntas para a leitura
  • Que exemplo Jesus apresenta? Com que compara o tempo?
  • O que deixará de existir e o que permanecerá para sempre?
  • Quem é que sabe o dia e a hora em que tudo se acabará?
  • Que devemos fazer para estar preparados?
  • Como Jesus conclui o ensinamento desta parábola?

2 – MEDITAÇÃO - O que me diz? O que nos diz?

Perguntas para a meditação
Diante deste texto tão importante, devo perguntar-me:
  • Estou verdadeiramente consciente de que todas as coisas a que estou apegado um dia desaparecerão para sempre?
  • Quais são as amarras que tenho hoje em dia? Poderia fazer uma lista… para começar.
  • Estou preso à moda, a certo nível de status, a ter muitas coisas, a despertar a inveja dos demais… Estou atado ao poder, ao prazer, ao possuir… ao dinheiro fácil?
  • Todas estas coisas um dia se acabarão.
  • Somente a Palavra de Deus permanecerá para sempre. E somente o que está ancorada na Palavra de Deus poderá também permanecer para sempre.
  • Até que ponto valorizo o conhecimento de Jesus e do Evangelho?
  • Estar perto da Palavra de Deus, a qual me leva a um encontro com Jesus, é algo habitual para mim?
  • Percebo que a religião não é formalismo nem ritualismo, mas algo que, na verdade, me ajuda a ser uma pessoa melhor?
  • O que me falta aprender ainda para estar perto dessa Palavra que durará até a vida eterna?
  • O que significa hoje, em minha vida, “estejam alertas e vigiem todo o tempo?”
  • Como posso vigiar hoje?
  • O que significa verdadeiramente esta tensão ativa em relação à construção do Reino, enquanto esperamos a vida de Jesus?

3 – ORAÇÃO - O que lhe digo? O que lhe dizemos?

A oração é a resposta que damos a Deus, que se nos manifesta por primeiro. Façamos nossas as palavras do Salmista, para orar ao Senhor, retomando o Salmo 102 (101) e, a seguir, façamos um momento de silêncio, refletindo sobre a maneira pela qual devemos estar vigilantes.
102 (101) Oração de um homem aflito
Oração de um homem aflito que na tristeza derrama as suas queixas na presença de Deus, o SENHOR.
 
4 – CONTEMPLAÇÃO -Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
Escolher uma frase para este domingo e comprometer-nos a continuar aprofundando-a.
Estejam sempre atentos e vigiem todo o tempo.
Senhor, ensina-me a estar alerta. Sabes que sou inconstante, sabes quanto me custa. Dá-me novas forças para retomar de novo o caminho.
Senhor, assim como quando um condutor de um veículo, ao deixar de estar atento e vigilante no caminho, possivelmente provocará um acidente, de igual modo me sinto neste momento. Creio que não estou suficientemente atento ao caminho que me toca seguir. Não estou vigilante e, por isso, acontecem-me todas as coisas que lamento.
Senhor, ensina-me a estar alerta e a ser vigilante no caminho que devo seguir.

5 – AÇÃO - A que me comprometo? A que nos comprometemos?

Propostas pessoais
  • Para este tempo de preparação, propor-se fazer um sério exame de consciência. Todos os dias, antes de entregar-se ao repouso, repassar as ações, os pensamentos, as intenções que se tiveram durante o dia e confrontá-los com este estado de vigilância. Se for o caso de não tê-lo feito, buscar o perdão do Senhor.
Propostas comunitárias
  • É preciso que notemos que começamos um tempo novo, um desejo grande de ser vigilantes. No grupo, proponhamo-nos uma série de ideias que ajudem a mostrar aos demais que estamos em tempo de espera. Não somente como algo interior, mas de maneira visível. Favorecendo as obras de caridade e de misericórdia.
 

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