sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Lectio Divina, Domingo, 12 de agosto de 2012, 19º Domingo do Tempo Comum – Ano B


jesuspaodoceu A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho
Salmo 119.105
TEXTO BÍBLICO: João 6,41-51
41 Eles começaram a criticar Jesus porque ele tinha dito: “Eu sou o pão que desceu do céu”. 42 E diziam:
– Este não é Jesus, filho de José? Por acaso nós não conhecemos o pai e a mãe dele? Como é que agora ele diz que desceu do céu?
43 Jesus respondeu:
– Parem de resmungar contra mim. 44 Só poderão vir a mim aqueles que forem trazidos pelo Pai, que me enviou, e eu os ressuscitarei no último dia. 45 Nos Profetas está escrito: “Todos serão ensinados por Deus”. E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a mim”. 46 Isso não quer dizer que alguém já tenha visto o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; ele já viu o Pai.
47 – Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem crê tem a vida eterna. 48 Eu sou o pão da vida. 49 Os antepassados de vocês comeram o maná no deserto, mas morreram. 50 Aqui está o pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne.
Nova Tradução na Linguagem de hoje (NTLH)
1. LEITURA 
Que diz o texto?
Pistas para leitura
Queridos irmãos:
No Domingo passado, indicávamos como os versículos de 22 a 59, do capítulo 6 do Evangelho segundo São João, são denominados de Discurso do Pão da Vida. Nesta reflexão, Jesus comenta sobre sua identidade, sobre a fé e sobre a Eucaristia. Ele o faz de maneira concêntrica, em meio a um diálogo e a uma confrontação com seus interlocutores judeus. Os temas vão e vêm. Abordam-se os mesmo tópicos, mas a partir de perspectivas diferentes. Por isso, torna-se difícil “subdividir” tematicamente o Discurso para poder analisá-lo.  Esquivando-nos da dificuldade, o que fazemos aqui é assumir a divisão litúrgica que temos partilhado, buscando destacar os temas medulares que em cada seção vão aparecendo. Um “ensaio” de subdivisão temática poderia ser este:
  • Versículos de 24 a 35: Identidade de Jesus e o “novo” maná. Partilhamos no Domingo passado.
  • Versículos de 41 a 51: Fé, Eucaristia e “murmuração”. Compartilharemos neste Domingo.
  • Versículos de 51 a 59: Carne e Sangue, Vida Eterna e Eucaristia. Vamos partilhar no próximo Domingo.
Reflitamos sobre os versículos de 41 a 51. É óbvio que os judeus têm dificuldade em aceitar que Jesus tenha vindo do céu, visto que conhecem sua origem aparente, conhecem sua família aqui na terra. Ninguém o viu descer do céu, e sua vida é como a de qualquer outro homem deste mundo.
Para poder descobrir Jesus como o Pão que desce do Céu, é necessário ter fé. A fé não é “sentir Deus”, não é somente “rezar muito”. A fé é aceitar e receber Deus, confiar profundamente nele e receber tudo o que nos ensina e nos dá a conhecer.  Ter fé é apoiar-se em Deus como a realidade mais firme e definitiva da vida. Os olhos humanos veem apenas o homem Jesus de Nazaré; os olhos da fé enxergam também neste homem o próprio Deus e Senhor que vem resgatar seu povo.
No relato aparece o verbo “resmungar”. Este é um verbo técnico, que aparece muitas vezes nos primeiros livros do Antigo Testamento, para representar a atitude do povo de Deus que desconfia dele no caminho do deserto. Enquanto estão a caminho, sentem fome e sede; suas necessidades não são satisfeitas e começam a “resmungar” contra o Deus que lhes deu a liberdade. O verbo tem o mesmo sentido em nosso relato: os judeus não confiam e murmuram contra Jesus, que não é nem mais nem menos do que o Messias esperado que vem para salvá-los.
No final do testo, a fé se apresenta como alimento e se entrelaça também Jesus como alimento em perspectiva de Eucaristia, de Pão Vivo descido do céu para saciar a fome mais profunda do coração do homem.
Para levar em conta: o Evangelho de João tem uma estrutura que se repete em muitos casos para dar-nos a conhecer aspectos ou facetas diversos sobre a pessoa e a missão de Jesus, o Messias, o Filho de Deus. No capítulo 4, a partir da reflexão com a samaritana, chega-se a definir Jesus como a “água viva”. No capítulo 10, partindo-se da meditação sobre a vida pastoral, chegar-se-á ao ensinamento de que Jesus é o Bom Pastor. No capítulo 9, tomando-se como ponto de partida a cura de um cego, dir-se-á que Jesus é a luz do mundo. No capítulo 11, tendo como pano de fundo a ressuscitação de Lázaro, Jesus será a “ressurreição e a vida”. Aqui, no capítulo 6, à luz do sinal da multiplicação dos pães e dos peixes, diz-se que Jesus é o Pão vivo, descido do Céu.
Outros textos bíblicos a serem comparados: Mt 13,54-57; Mc 6,1-6; Mt 16,17; Is 54,13.
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar em  A Bíblia de Estudos. Deus fala hoje, o quadro Os “eu sou” da Bíblia. Note-se como a maioria dos “eu sou” do Novo Testamento está no Evangelho de João, e vários em Jo 6.
Perguntas para a leitura
  • Que fazem “alguns judeus”?
  • Por que falam mal de Jesus? O que os incomoda nas palavras do Senhor?
  • Conhecem realmente o Senhor?
  • De que forma conhecem o Mestre? Que visão têm do Senhor da vida?
  • Que significa, neste contexto, a expressão “por acaso nós não conhecemos o pai e a mãe dele”?
  • Por que os convida a deixar de resmungar? Que sentido tem o verbo resmungar?
  • Jesus é enviado por quem?
  • Que poder tem Jesus em relação a seus discípulos e a seus seguidores?
  • Qual é a condição para ser autêntico discípulo e seguidor do Senhor?
  • Quem terá a vida eterna?
Estas perguntas voltarão no começo do Domingo vindouro devido a uma repetição de versículos. 
  • O que significa “crer”, concretamente?
  • De onde o Senhor desceu?
  • Para que o Senhor morre?
  • Por que o Corpo do Senhor, comido pelo discípulo, é o que dá vida eterna?
Fonte: http://www.lectionautas.com.br/leitura-orante

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