sábado, 28 de abril de 2012

Domingo do Bom Pastor

Rezemos pelas VOCAÇÕES irmãos.
OBRA VOCACIONAL!

"Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas"
Evangelho do Bom Pastor - Jo 10, 11-18


Em sentido estrito, a liturgia deste Domingo convida-nos a refletir sobre a segunda parte do capítulo 10 do Evangelho de são João, desde o versículo 11 até o 18. No entanto, visto que a primeira parte do relato, do versículo 1 ao 10, está intimamente relacionada com a segunda, tomaremos o texto completo para meditar sobre Jesus, o Bom Pastor (do versículo 1 ao 18, inclusive).
Em uma cultura pastoril e com pano de fundo seminômade de muitos anos, a imagem do pastor é muito forte. Aplica-se aos guias, chefes e governantes do povo e, acima de tudo, ao próprio Deus. São muitos os textos do AT que vão nesta direção. Basta recordar o belo salmo 22: “O Senhor é meu pastor; nada me faltará”.
Jesus conta-nos o que acontecia na Palestina a cada manhã. Um grande redil ou curral, com vários rebanhos e com um porteiro. Estes redis ou currais eram mais ou menos retangulares e estavam cercados por pequenos muros de pedras empilhadas. Tinham uma pequena porta de madeira em um espaço que ficava na espécie de parede de pedras empilhadas. De manhã, chegam os pastores e cada uma carrega seu rebanho, chamando as ovelhas por seu nome (em algumas inscrições do séc. I, na Palestina, aparecem nomes de ovelhas: “Orelhas grandes”, “focinho branco”), refletindo, assim, a relação particular de cada pastor com suas ovelhas (vv. 1-6).
Esta é a primeira parte do relato, os seis primeiros versículos. A seguir, a reflexão desenvolve-se em duas partes:
A meditação sobre a porta das ovelhas, nos versículos de 7 a 10.
A meditação sobre o Bom Pastor, nos versículos de 11 a 18.
Vamos situar-nos lentamente no relato para escutar o que Deus tem a dizer-nos hoje…
Contemplemos o relato a partir de fora, observemos e analisemos as diferentes personagens (divinas, humanas ou animais) e o que faz ou não faz cada uma. Há cerca de nove personagens que circulam em nosso relato. Percorramos o texto:
1. LADRÃO e/ou BANDIDO: não entra pela porta (v. 1); vem somente para roubar, matar e destruir (v. 10).
2. PASTOR: entra pela porta e cuida das ovelhas (v. 2); chama a cada ovelha por seu nome (v. 3); caminha diante das ovelhas (v. 4).
3. PORTEIRO (“aquele que cuida da entrada”): abre a porta (v. 3).
4. OVELHAS: reconhecem a voz do pastor (v. 3); seguem o pastor porque reconhecem-lhe a voz (v. 4); não seguem um desconhecido, fogem dele, porque não lhe reconhecem a voz (v. 5); não se importam com os ladrões e bandidos (v. 8); entram e saem pela porta que é Jesus e encontram pastos (v. 9); conhecem Jesus (vv. 14-15).
5. JESUS: é a porta por onde passam as ovelhas (v. 7), é a porta que dá acesso à salvação (v. 9); veio para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância (v. 10); é o bom pastor (v. 11 [duas vezes] e vv. 13-15); dá a vida por suas ovelhas (v. 11 e vv. 14-15); conhece o Pai com mútua reciprocidade (vv. 14-15); conhece suas ovelhas como o ele e o Pai se conhecem (vv. 14-15); tem outras ovelhas que devem ser trazidas ao redil para que, obedecendo, formem um só rebanho, com um só pastor (v. 16); entrega sua vida e torna a recebê-la (v. 17); ninguém lhe tira a vida; ele a dá por vontade própria (v.18); é livre para dar sua vida e para voltar a recebê-la (v. 18).
6. “ASSALARIADO” (“aquele que recebe um salário por cuidar das ovelhas”): quando vê aproximar-se o lobo, deixa as ovelhas e foge, porque não é o pastor e porque as ovelhas não são suas (v. 12); foge porque se importa somente com o pagamento, e não com as ovelhas (v. 13).
7. LOBO: ataca as ovelhas e as dispersa em todas as direções (v. 12).
8. PAI: conhece Jesus com mútua reciprocidade (vv. 14-15); ama a Jesus porque entrega sua vida (v.17); ordena que Jesus entregue sua vida e que volte a recebê-la (v. 18).
9. OUTRAS OVELHAS: não são do mesmo redil, obedecerão a Jesus para formar um só rebanho, com um só pastor (v. 16).
Para levar em conta: nos versículos de 14 a 16, aparece o verbo conhecer ou reconhecer. No original grego, significa não somente a atividade intelectual de captar algo com a inteligência, mas acrescenta-se o matiz vivencial de “fazer experiência de”, ou seja, conhecer com a mente, com o coração e com toda a sensibilidade que Deus nos deu. Conhecer implica lograr um “encontro profundo e total” com “o conhecido”. É o conhecimento que leva à união “do eu com o tu”. Neste texto, de modo inacreditável, Jesus compara o conhecimento que ele tem das ovelhas com o conhecimento recíproco entre o Pai e o Filho.
Outros textos bíblicos a serem comparados: Mt 18,12-14; Lc 15,3-7; Sl 23(22); Ez 34
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar no índice temático da Bíblia de Estudo NTLH, o verbete: “Pastor”.


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