quarta-feira, 29 de junho de 2011

“Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim” (Mt 10,38)

A exigência do chamado norteia o caminho vocacional de cada pessoa convidada pelo Senhor em segui-lo. É por meio da sua voz ressoante no mais íntimo de cada coração, e por ação abrasante do divino fogo amoroso do “Ruah”[1], que a grandeza do chamado se expressa: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei. Eu te constitui profeta para as nações.” (Jr 1,5) E quando esse é formalizado por palavras, “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6,8) que entoa a resposta do chamado, é dito com profundidade de alma e abertura para deixar-se ser modelado quantas vezes for necessário.
É deixar de fato a obra acontecer, pedindo ao Senhor a renovação do homem velho “que se corrompe ao sabor das concupiscências enganosas”  para um homem novo “criado segundo Deus, na justiça e santidade da verdade” (Ef 4,22) disposto a tomar a sua cruz e enfrentar com coragem as cruzes do nascente e do poente, do norte e do sul, mas felizes por viver diante do Senhor e sempre a escutar o seu chamado: “Samuel, Samuel” (1Sm 3,4). E de fato, quando se dá abertura para a escuta, a resposta deverá ser: “Fala Senhor, teu servo escuta” (1Sm 3,9) , ou de forma atuante: “E eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados e partiram, seguindo a Jesus” (Mc 1,20).
O chamado que na grande maioria inflama o espírito, deve ser acolhido como um pedido ansioso por parte daquele que é chamado, pois aquele que chama deseja ardentemente modelar o convidado. É a partir dessa disposição real e concreta que a cruz pesada deixa de ser peso, e passa a ser um julgo suave e leve para aquele que anda com o Senhor. E na verdade torna-se caminho traçado na fidelidade e na certeza de que o Senhor nos chama e nos impulsiona cada amanhecer, e assim poderemos dizer como São Paulo: “Pois o que é locura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” (1Cor 1,25).
Entretanto, jovem, Deixar-se conduzir pelo Cristo significa que o seu chamado foi compreendido e aceito com amor, pois somente a Ele e por Ele que o reino tem sentido. Devemos viver a experiência dos Santos, que souberam ouvir a voz do Senhor e junto d’Ele tomar a cruz e segui-lo. Grande exemplo é São João Maria Vianney, patrono das vocações sacerdotais e dos padres. Já aqueles que renegara a cruz não conhecera a Cristo e saborearão: “seu fim é a destruição, seu deus é o ventre, sua glória está no que é vergonhoso, e seus pensamentos no que está sobre a terra.” (Fil 3,19).   



Por: Pedro Felipe Macedo Ramos 
2º ano de Teologia


[1] Termo hebraico que significa o Sopro de vida do Espírito Santo.

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