domingo, 2 de outubro de 2011

LECTIO DIVINA, Domingo, 02 de outubro de 2011, 27º Domingo do Tempo Comum – Ciclo A.

TEXTO BÍBLICO: Mateus 21.33-46


1. LEITURA - Que diz o texto?Pistas para leitura

Olá, Lectionautas!
Desta feita, a liturgia, retomando o Evangelho de Mateus, volta a apresentar-nos o tema da vinha, sendo que com mais força do que das vezes anteriores. Recordemos, em primeiro lugar, que Jesus está respondendo aos sumos sacerdotes que o haviam questionado acerca de sua própria autoridade.
O dono da vinha cede-a em locação a outras pessoas para que dela cuidem e nela trabalhem. A vinha, porém, não pertence a estas pessoas: estas apenas nela trabalham e devem pagar por isso. O dono, porém, é outro, e partiu em viagem.
“Quando chegou o tempo da colheita, o dono mandou alguns empregados a fim de receber a parte dele. Mas os lavradores agarraram os empregados, bateram num, assassinaram outro e mataram ainda outro a pedradas”.
Assim diz o texto: aqueles que alugaram a vinha não aceitaram que os verdadeiros servos viessem buscar a colheita. E os maltrataram.
“Aí o dono mandou mais empregados do que da primeira vez. E os lavradores fizeram a mesma coisa. Depois de tudo isso, ele mandou o seu próprio filho, pensando: “O meu filho eles vão respeitar.” Mas, quando os lavradores viram o filho, disseram uns aos outros: “Este é o filho do dono; ele vai herdar a plantação. Vamos matá-lo, e a plantação será nossa.”
— Então agarraram o filho, e o jogaram para fora da plantação, e o mataram.”
Quando Mateus fala de “seu filho”, está repetindo as mesmas palavras que o Pai pronunciou no Batismo de Jesus (Mt 3,17) e, a seguir, na Transfiguração de Jesus (Mt 17,5), onde o Pai sempre diz “escutem-no”, “obedeçam-lhe”.
Aqui se revela algo mais. Jesus está narrando uma história que, na realidade, é a história do Povo de Israel. Os primeiros servos que chegaram são os profetas que não foram ouvidos, sendo que alguns foram até perseguidos e assassinados. É uma advertência aos sumos sacerdotes que, conhecendo esta história, dão-se conta de que seus ancestrais é que maltrataram os profetas de Deus. Agora, no entanto, Jesus está-lhes dizendo claramente que “o dono da vinha”, ou seja, Deus enviou seu próprio filho pensando que o respeitariam. Todavia, os que alugaram a vinha, concluíram que este filho seria o herdeiro de tudo, e por isso, expulsaram-no da vinha e o mataram. Deste modo, Jesus acenava a que seriam os mesmos sumos sacerdotes que o enviariam à morte, levando-o para fora da cidade de Jerusalém. Jesus sabia da violência dos dirigentes do povo e via aproximar-se sua morte. E os acusa antecipadamente. Eles seriam os responsáveis por sua morte; são, portanto, assassinos. Jesus está oferecendo uma sociedade mais justa, fraterna, igualitária, e não com falsidades. Isto foi de encontro aos interesses do sistema no qual vivia.
A história diz-nos que os líderes de Israel não cultivaram bem a vinha, preparando-a para o Messias: apropriaram-se do povo e agora decidem matar Jesus porque Ele lhes está tirando o controle das pessoas humildes.
Logo depois de narrar-lhes esta história, Jesus pergunta aos sumos sacerdotes:
“E agora, quando o dono da plantação voltar, o que é que ele vai fazer com aqueles lavradores?
Eles responderam:
— Com certeza ele vai matar aqueles lavradores maus e vai arrendar a plantação a outros. E estes lhe darão a parte da colheita no tempo certo”.
Deste modo, eles mesmos é que dão a resposta do que irá acontecer. Jesus está acusando-os de não aceitar a mensagem de Deus, nem antes, com os profetas, nem agora, com Ele mesmo. E explica-lhes que, se não o aceitarem, neles se tornará realidade a referência do Salmo 118.22, que fala da pedra rejeitada pelos arquitetos do templo, transformada agora em pedra angular. (A pedra que é colocada no ângulo de um arco é a pedra que sustenta todo o arco com suas colunas). E, acima de tudo, Jesus acrescenta:
“— Eu afirmo a vocês que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado para as pessoas que produzem os frutos do Reino. Quem cair em cima dessa pedra ficará em pedaços. E, se a pedra cair sobre alguém, essa pessoa vai virar pó.”
O anúncio é claro: o Reino será dado aos que lhe obedecem em tudo! Aos que não obedecem, o peso da pedra (isto é, Jesus) cairá sobre eles.
Para levar em consideração: A Vinha é o Reino de Deus. É preciso entender esta parábola em todo o seu contexto.
Outros textos bíblicos a serem comparados: Isaías 5.1-7; Salmo 118.22
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar A Bíblia de Estudo NTLH, o verbete: Vinho
Perguntas para a leitura
  • Que fez o dono do terreno? O que plantou?
  • A quem contratou para cuidar de sua plantação?
  • O que aconteceu quando chegou a colheita? Quem enviou o dono do terreno?
  • O que fizeram com os enviados que haviam alugado o vinhedo?
  • Quem foi enviado, em seguida, pelo dono da vinha?
  • O que voltaram a fazer os locatários do terreno?
  • Por que o dono da vinha decide enviar seu próprio filho?
  • O que disseram os arrendatários da vinha quando viram o filho?
  • Que texto Jesus recorda aos que o escutavam?
  • O que acontecerá com os que não obedecem?

2 – MEDITAÇÃO

O que me diz? O que nos diz?
Perguntas para a meditação
  • Tanto a Igreja primitiva como a atual sabem que sua existência e sua razão de ser estão ligadas à fidelidade de continuar a missão de Jesus: tornar presente a novidade absoluta do reinado de Deus, reino de justiça, de paz e de amor.
  • Perante este texto tão importante, devo perguntar-me:
  • O Senhor confiou-me parte de sua vinha: estou consciente disto?
  • Quantas vezes deixo de escutar o Senhor por meio de seus enviados?
  • Posso ser um bom operário da vinha do Senhor, ou posso ser um assassino que quer ficar com tudo: estou consciente de que somente existem duas possibilidades?
  • O que significa “obedecer em tudo”, para poder ter acesso ao Reino de Deus?
  • De que forma rechaço as propostas de Deus?
  • Em síntese: o que me diz, hoje, esta parábola de Jesus?

3 – ORAÇÃO

O que lhe digo? O que lhe dizemos?
A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Comecemos esta parte fazendo nossa a bela canção que está o Livro de Isaías, capítulo 5,1-7:
Terminemos nossa oração pedindo ao Senhor a graça de saber diferenciar o caminho da salvação do caminho da perdição, e a força para escolher o melhor caminho.

4 – CONTEMPLAÇÃO

Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
Esta parábola é tão importante que deveríamos colocar-nos nas mãos de Jesus e pedir-lhe que volte a contá-la para nós. Que seja Jesus mesmo a recordar-nos, hoje, como esta parábola pode aplicar-se a nós.
Façamos um momento de silêncio, tentando escutar o que Jesus quer dizer-nos hoje.
Poderíamos repetir várias vezes esta frase:
Senhor, quero pertencer a teu Reino.
Senhor, quero obedecer-te em tudo.
Senhor, mostra-me com clareza como obedecer-te sempre mais.

5 – AÇÃO

A que me comprometo? A que nos comprometemos?
Propostas pessoais
  • Fazer um bom exame de consciência, para descobrir as vezes em que, mesmo sendo cristão, “faço trapaças” e não obedeço ao Senhor. Pedir-lhe perdão por todas as vezes que não sou operário fiel de sua vinha.
Propostas comunitárias
  • Se estivermos em grupo, podemos fazer um propósito para esta semana e demonstrar à comunidade que estamos, sim, entendendo esta parábola, e realizar comunitariamente alguma obra de misericórdia.

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