sexta-feira, 28 de outubro de 2011

LECTIO DIVINA, Domingo, 30 de outubro de 2011, 31º Domingo do Tempo Comum – Ciclo A: Celebração dos fiéis defuntos.

TEXTO BÍBLICO: Marcos 15.33-41

1. LEITURA - Que diz o texto?
Pistas para leitura
Olá, Lectionautas!
A morte de Jesus, narrada pelo Evangelista Marcos, está rodeada de sinais cósmicos muito importantes. O primeiro é que a escuridão cobre toda a terra. Esta obscuridade simboliza o mal que se estende sobre o mundo na hora do assassinato do Filho de Deus. Os profetas também utilizaram-na como o anúncio do fim dos tempos. O profeta Amos, em 8,9, diz-nos:
Naquele dia,
farei o sol se pôr ao meio-dia,
e em pleno dia
a terra ficará acoberta de escuridão.
Sou eu, o Senhor, quem está falando.
Por volta das três da tarde, Jesus começa a recitar o Salmo 22. Era costume que os judeus, que conheciam os salmos de cor, quando queriam recitá-los em comum, começassem com a primeira estrofe, e todos continuavam imediatamente a recitar o Salmo. Trata-se de um salmo muito conhecido, que começa assim: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste…?”.
Este salmo começa com uma lamentação de alguém que já nem sequer parece homem, cercado de inimigos por todos os lados. É alguém a quem não querem ver, porque não tem aspecto humano, razão pela qual desviam o rosto. Contudo, é alguém que reconhece o poderio de Deus, que Deus é único e que jamais defrauda quem nele confia. Mesmo que lancem sorte sobre a roupa do pobre que se lamenta, e sejam como uma matilha, ele põe-se a confiar em Deus. O salmo termina com o triunfo de Deus para aquele que o teme e confia nele.
É curioso que este salmo, de alguma maneira, prediga a morte de Jesus, e que Marcos agora o ponha nos lábios de Jesus, que começa a recitá-lo. É uma maneira de dizer que tudo se está realizando tal como estava nas Sagradas Escrituras, neste caso, no Salmo 22. Aquele que parece distante e abandonado está sob os olhos de Deus. Aquele que parece estar nas mãos dos homens malvados, Deus liberta-o. Àquele que lhe diz “Tu me escutaste”, Deus responde: “Não tenhas medo: eu estou contigo”.
O salmo começa com o nome sagrado de Deus, “Eloím”; no entanto, a versão aramaica diz Eloí. E os que estavam perto da cruz, julgaram que ele clamava pelo profeta Elias, e até pensaram que podia vir descê-lo da cruz. No entanto, a seguir zombam dele.
Quando Jesus expira, Marcos narra que o véu que cobria o templo rasgou-se em dois, dando a entender que o lugar a que eles chamavam “Santo dos Santos”, onde somente podia entrar um sacerdote uma vez por ano, agora fazia com que o Deus invisível se tornasse visível; o inalcançável se fizesse muito próximo. A antiga  forma de religião já não tem mais valor. A morte de Jesus selou tudo, realizou todas as Escrituras: “Tudo se cumpriu”. O Pai entregou seu Filho para salvar a todos nós. Com sua morte, redimiu toda a humanidade da morte eterna. E assim como o primeiro Dão, adormecido no jardim, recebe Eva, a fim de gerar novos descendentes, Jesus, o novo Adão, adormecido na árvore da cruz, recebe a Igreja, reunião dos crentes, para dar vida a todos, através do nosso submergir (ou batizar-nos) na morte de Jesus, vencendo, assim, a morte para sempre.
Um dado curioso trazido por Marcos é que o oficial romano, que não era crente, ao ver todos os sinais que se manifestavam, exclama sua profissão de fé: “De fato, este homem era o Filho de Deus”.
O texto termina com as mulheres que acompanharam todo o ministério de Jesus, até à morte.
Para levar em consideração: A cruz, que é um sinal de morte, transforma-se, pela obediência de Jesus, em sinal de vida eterna. Com o sinal da cruz, os cristãos reconhecem a Vida Eterna, obtida para a humanidade.
O lugar onde crucificaram Jesus se chama Gólgota, ou seja, lugar da caveira. Ali os judeus recordavam a tumba de Adão, ou seja, a figura de toda a humanidade pecadora. Jesus desce aos infernos, isto é, chega até os que morreram em Adão, para libertá-los desta morte em consequência da desobediência do primeiro homem, e agora eliminada pela obediência de Jesus.
Outros textos bíblicos a serem comparados: Mateus 27.32-56
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar, na Bíblia de Estudo NTLH, o verbete: Cruz.
Perguntas para a leitura
  • Que hora o Evangelista indica para estes acontecimentos?
  • O que disse Jesus?
  • Que salmo estava recitando?
  • O que quer dizer este salmo?
  • O que pensavam os que estavam perto da cruz?
  • Qual foi a reação do soldado romano?
  • O que aconteceu com o véu do templo?
  • Quem estava junto da cruz de Jesus?

2 – MEDITAÇÃO - O que me diz? O que nos diz?

Perguntas para a meditação
Perante texto tão importante, devo perguntar-me:
  • Do que mais tenho medo no momento da morte?
  • Entendo que todos os que viveram e faleceram são venerados por sua fé?
  • Qual é nossa reação diante da morte de um ente querido?
  • Como podemos entender a morte a partir da vida e da paixão do Senhor?
  • O que podemos dizer às pessoas que estão enlutadas?
  • Como me preparo para o dia em que o Senhor me chamar?
  • Como preparo os demais para este momento?

3 – ORAÇÃO - O que lhe digo? O que lhe dizemos?

A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Tomemos como nosso o Salmo 22, que Jesus começa a recitar na cruz e, a seguir, façamos um período de silêncio para meditar nestas palavras.
Salmo 22 (21) “Deus salvou o seu povo!”

4 – CONTEMPLAÇÃO - Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?

Interiorizar o mistério da Morte de Jesus leva-nos a entender também a ressurreição. Jesus foi obediente até à morte, e morte de Cruz. Peçamos-lhe que nos ensine a viver de tal maneira que nos preparemos para o encontro final.
Em tua vontade, Senhor, encontramos nossa Paz.
Sendo obedientes a ti e a teus mandamentos, viveremos de tal forma que ganharemos o céu. Recomendamos-te todos aqueles que nos precederam na fé. Tem misericórdia de todos eles e também de todos nós.

5 – AÇÃO - A que me comprometo? A que nos comprometemos?

Propostas pessoais
  • Fazer um ato de consciência, refletindo sobre todas as vezes em que não temos vivido pensando neste último dia do encontro final, mas temos vivido o momento presente sem recordar este nosso destino. Pedir perdão ao Senhor.
  • Fazer uma oração por todos aqueles que nos precederam na fé. E lembremo-nos de maneira especial de nossos entes queridos que já morreram, recomendando-os à misericórdia de Deus.
Propostas comunitárias
  • Em nossa comunidade, lembrar aquelas pessoas que perderam algum ente querido, e acompanhá-las, ensinando-lhes a orar por todos os que já partiram antes de nós. Oferecer uma oração especial, talvez convidando as pessoas enlutadas, neste dia, para a oração máxima da Eucaristia, celebrada por todos os que morreram.
 

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