sexta-feira, 21 de outubro de 2011

LECTIO DIVINA, Domingo, 23 de outubro de 2011, 30º Domingo do Tempo Comum – Ciclo A


TEXTO BÍBLICO: Mateus 22.34-40
1. LEITURA - Que diz o texto?
Pistas para leitura - Olá, Lectionautas!
Este texto, talvez um dos mais importantes no que diz respeito à síntese do Evangelho, fala-nos dos mandamentos mais importantes.
Nos versículos anteriores, mostra-se também uma diferença entre dois grupos que existiam em Israel, na época de Jesus: os fariseus e os saduceus. Já passou a vez de os saduceus, que não creem na ressurreição, interpelarem Jesus; agora é a vez dos fariseus (a quem Jesus muito criticou). Eles também querem estender-lhe um laço. Jesus, porém, converte esta pergunta maliciosa em um dos ensinamentos mais importantes que ele nos deixou.
Em primeiro lugar, devemos recordar que os fariseus, muito apegados à Lei de Moisés, contavam 613 preceitos que deviam ser memorizados e praticados. (Eram 248 positivos e 365 proibições que se classificavam em graves ou leves). Muitos queriam estabelecer uma hierarquia de valores da quantidade de leis que havia. Era muito difícil aprender o texto de cor… e Jesus normalmente critica o saber a letra da lei e o praticar as coisas sem o espírito, apenas por formalismo.
Em sua resposta, Jesus unifica dois mandamentos separados, acrescentando que, em importância, o segundo é igual ao primeiro. Para isso, utiliza dois versículos bíblicos muito usados pelos mestres da Lei:
Deuteronômio 6,5: “Portanto, amem o Senhor, nosso Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças”.
O primeiro mandamento, o mais importante para crer e viver está aqui. Há um só Deus verdadeiro (isto é, não existe mais do que um só, e os demais são ídolos feitos por mãos humanas), e a esse único Deus é preciso render culto, ou seja, amá-lo com todo o coração.
Levítico 19,18: “Ame os ouros como você ama a você mesmo”.
Jesus está mostrando aqui que o fundamento da relação com Deus, da mesma forma que a base da relação com o próximo, é o amor solidário. A integração dos dois amores, a Deus e ao próximo, é seu ensinamento fundamental. E assim, está ensinado claramente que o amor é a chave de toda a Escritura. O amor é o que unifica tudo. Não se pode observar a Lei se falta o amor. Como dirá, depois, daqui dependem a Lei e os Profetas (ou seja, toda a síntese do Antigo Testamento).
O profeta Oseias diz-nos em 6,6:
“Eu quero que vocês me amem,
e não que me ofereçam sacrifícios;
em vez de me trazer ofertas queimadas,
eu prefiro que o meu povo me obedeça”.
A partir de uma perspectiva cristã, entendemos o texto no qual se diz claramente que, sem amor ao próximo, não pode haver amor a Deus. Cumprir a vontade de Deus é não somente amá-lo com todo o coração e com toda a vida, mas ao próximo como a si mesmo. O próprio Mateus volta a recordar-nos que não é pelo cumprimento da Lei, mas sim pelo amor, que nos tornaremos diferentes. Imediatamente depois do famoso sermão das bem-aventuranças, coloca nos lábios de Jesus: “Pois eu afirmo a vocês que só entrarão no Reino do Céu se forem mais fiéis em fazer a vontade de Deus do que os mestres da Lei e os fariseus” (Mt 5.20).
Qual é a obediência que nos pede? Muito simples: o amor em duas dimensões: a Deus e ao próximo como a si mesmo. O apóstolo João, em sua primeira carta (4,19-21), diz-nos:
“Nós amamos porque Deus nos amou primeiro.  20Se alguém diz: “Eu amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar a Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê.  21O mandamento que Cristo nos deu é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão”.
Para levar em consideração: As leis estão nos primeiros cinco livros da Bíblia, aos quais chamamos Pentateuco. Os profetas são divididos em 4 maiores (devido à extensão de seus escritos) e 12 menores (porque seus escritos são mais breves).
Outros textos bíblicos a serem comparados: Marcos 12.28-34; Oseias 6.6; Romanos 13.1-9; Gálatas 5.14; Tiago 2.8; 1João 4.20.
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar, na Bíblia de Estudo NTLH, os verbetes: Amar – Amor.
Perguntas para a leitura
  • Quem se aproximou de Jesus e com que intenção?
  • Qual a pergunta que fizeram a Jesus?
  • Qual foi a primeira resposta de Jesus?
  • Quais livros da Bíblia estava recordando?
  • Qual foi a conclusão da resposta de Jesus?

2 – MEDITAÇÃO - O que me diz? O que nos diz?

Perguntas para a meditação
Perante texto tão importante, devo perguntar-me:
  • Qual é minha atitude quando me aproximo de Jesus? É para aprender de verdade? É somente para pedir-lhe algo?
  • Como demonstro verdadeiramente meu amor a Deus? Em que me diferencio externamente daqueles que não creem em Deus nem o adoram? E qual é a diferença interior que somente eu posso explicar?
  • A quantos legalismos e formalismos estou atado para demonstrar que amo a Deus?
  • Sou totalmente livre em meu ato de amar?
  • Amar com toda a vida, com todo o coração… o que significa isto?
  • Estou consciente de que a medida para amar o próximo é o amor que eu tenho por mim mesmo? Amo-me verdadeiramente? Tenho sabido perdoar a mim mesmo quando cometo algum erro? Valorizo-me com justiça, ou não tenho um valor claro sobre minha pessoa? O que me impede de amar-me completamente? Estou cônscio de que se não me amo, jamais poderei amar bem meu próximo?
  • Neste mundo de tantas injustiças e diferenças, como manifesto meu amor aos mais fracos e desprotegidos?
  • Como as demais pessoas podem perceber que sou cristão?
  • Quando alguém necessita saber que sou cristão, alegra-se porque pode encontrar em mim uma ajuda, um apoio? Prefiro ocultar meu cristianismo em momentos de angústia e necessidades dos demais, para que não me peçam ajuda?

3 – ORAÇÃO - O que lhe digo? O que lhe dizemos?

A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Senhor, agradecemos-te pelo amor sem limites que tens por cada um de nós. Muitas vezes sequer nos damos conta de todo esse amor com que nos rodeaste com sinais concretos. Com frequência, nossos caprichos pessoais interiores fazem com que eu me cubra com um manto escuro e não perceba todo o amor que tens para comigo.
Senhor, abre meus olhos, sobretudo os olhos do coração e da alma, para que possa ver com claridade todo o teu amor. Somente quando eu entender realmente todo o amor recebido, serei também capaz de dar amor.
Se digo que te amo, é porque primeiro reconheço teu amor por mim. Sou tão limitado, que só posso devolver com amor. E por isso, peço-te o entendimento completo sobre teu amor, a fim de que possa amar-te também da maneira como tu me amas, Senhor.
Há uma maneira pela qual posso demonstrar-te o amor que tenho por ti, e não são os formalismos religiosos, mas a caridade para com os demais.
Que eu aprenda, em primeiro lugar, a amar-me como tu me amas, a aceitar-me como tu me aceitas, para que também possa aceitar e amor a todos aqueles que tu, Senhor, me confias para que os ame em teu nome.
Dá-me a graça de ser dócil à tua Palavra e de iniciar um caminho de aprendizagem para amar, porque cada dia poderei dar um passo a mais rumo a ti, na doação de mim mesmo, como o fazes tu, e na demonstração desta entrega aos demais, aos próximos que desejas que eu atenda.
4 – CONTEMPLAÇÃO - Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
  • Em nossa vida, como seres humanos, necessitamos do diálogo para o encontro. É o momento para perguntar interiormente a Jesus qual á a forma de seu amor. Perguntemos e façamos um pouco de silêncio em nosso coração, escutando as palavras que Jesus nos dirige em nosso interior.
  • Podemos concluir escolhendo uma frase parecida com esta:
  • Senhor Jesus, dá-me um coração semelhante ao teu.
  • Que meu amor se manifeste aos demais.
  • Que todos os que me virem reconheçam em mim um dos teus seguidores, Senhor.

5 – AÇÃO - A que me comprometo? A que nos comprometemos?

Propostas pessoais
  • O amor é algo concreto, visível, sensível. Proponhamo-nos algo que demonstre quanto amo a Deus. E também proponhamos algo que demonstre quanto amo o próximo.
Propostas comunitárias
  • Nesta leitura, mais do que em outras, é necessário uma dupla manifestação. Reunir-se com o grupo, dar graças a Deus com uma oração, com uma canção, e sentirem-se todos muito unidos pelo amor de Deus. A seguir, todos juntos, como obra de caridade, podem encontrar-se com crianças, com jovens ou com anciãos para dar-lhes testemunho do amor que Deus nos tem, fazendo uma obra comunidade de caridade.

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